sexta-feira, abril 11, 2008

II - Etapa 24

DUAS RECLAMAÇÕES

No sentido figurado, está bom de ver...
Quem sou eu para reclamar seja lá o que fôr?

1. Proporcionei-me ao auto-flagelo de estar a ver resumos de jogos de futebol à espera do resumo da etapa do dia da Alentejana na Sport-TV. Cheguei a ver, num óraculo, que iria para o ar às 23.50. Apareceu às 00. 20. Meia hora depois. Viva o respeito pelos telespectadores que pagam, não só a TV Cabo, mas também a Sport-TV.

1 (a). Prontos, hoje já se teve uma etapa a sério.
Houve quem jogasse com o trunfo vento; houve que depois assumisse a perseguição e tudo terminou com uma - mais uma - vitória do Manel Cardoso.
Tirando o osso, vendendo apenas a carne limpa... a Liberty Seguros está a ganhar com a substituição de Cândido Barbosa por Manuel Cardoso.
E vão quatro vitórias este ano...

O Cândido parece que está com problemas de alergias...
Que se recomponha depressa.

2. Não se compreende, até porque será muito difícil de explicar, porque é que numa prova de cinco dias, com um crono - ainda por cima largo - e uma chegada em alto - ainda por cima, acima dos 1000 metros (o que em Portugal, e mais ainda na Alentejana não é muito fácil de encontrar), não há bonificações.
Estas foram inventadas para equilibrar as coisas, dando a todos as mesmas possibilidades de marcarem a sua diferença nos respectivos terrenos.

Se os contra-relogistas têm mais de 30 quilómetros para fazerem a diferença em relação aos não especialistas; se os trepadores têm uma chegada em alto - de 1.ª categoria - para, também eles, marcarem a diferença em relação aos não trepadores... como se explica o facto de, nas restantes etapas - ao jeito dos roladores e sprinters - não ter sido prevista qualquer forma de estes aproveitarem, em tempos bonificados, a sua vantagem em relação aos demais?

Eu sei perfeitamente - não me querem aproveitar como consultor? - que nos últimos anos tem reinado alguma confusão no que respeita a isto de haver ou não bonificações. Também sei de quem começou por defender que não deveria haver e depois passou a defender que devia haver e, entretanto, pelo meio, já deve ter achado que deveria haver e logo a seguir que não deveria haver.

Quando se é confuso por natureza, tarde ou nunca se... endireita.
Pronto!, estraguei um ditado popular.
Mas vocês perceberam, não perceberam?

A questão das bonificações não é, necessariamente alietória.
Terá sempre que ver com o traçado global de cada uma das corridas.

Se estamos perante uma corrida onde há etapas à medida de especialistas - os contra-relogistas, e os trepadores -, eu não tenho a mínima dúvida em defender, aqui, publicamente, que a corrida deveria ter tido bonificações.

Para que, quem, em dias como o de ontem e o de hoje, tal como em etapas como a derradeira desta Volta, pudesse ganhar um bónus por mostrar que, neste tipo de chegadas é tão bom, ou melhor, que os trepadores num final em alto ou que um especialista em cronos, na corrida solitária.

Já o ano passado - e não posso aqui desdizer o que então disse à Rádio Portalegre, a única que mo perguntou - eu defendera as bonificações.
Mas este ano o caso descamba para o incongruente.
Pelo que atrás já deixei escrito.

Há muita gente, cada um a puxar para o seu lado, não é, amigos da Organização?
Ciúmes demais para um amor que se deseja tão grande pela corrida da NOSSA terra...

Eu próprio já ouvi lamentos de uma facção e da outra.
Quem sabe vocês ainda venham a conseguir ter uma opinião despida, seja de regionalismos bacocos, seja de pretenciosismos não justificados...
Quem sabe...

1 comentário:

André Silva disse...

Assino por baixo! Não haver bonificações tira muito espectáculo à alentejana...e nós que andamos cá sabemos que é assim, né Manel? Abraço
André Silva