sábado, abril 19, 2008

Nota

CRÉDITOS
(ou... Plágio, digo eu!)*

A história é pertença de todo um povo, mas para que ela sobreviva à passagem do tempo e fique à disposição dos vindouros é preciso que alguém a escreva.

Há uma mão cheia de cronistas sobre o trabalho dos quais assenta grossa fatia da História de Portugal. Pero Vaz de Caminha, por exemplo, que nos deixou a história do achamento do Brasil pela armada comandada por Álvares Cabral a meio do segundo milénio da era pela qual nos regemos...
Mas quando falamos em cronistas há um nome que se sobrepõe a todos os outros, Fernão Lopes.

Este (presumível) lisboeta que viveu entre o último lustro do século 14 e meados do século 15 foi contratado e pago por D. Dinis para deixar escrita a História do nosso país (ou dos nossos reis e é sua a obra que nos revela tudo o que aconteceu nos reinados de D. Pedro I, D. Fernando e D. João I), obra essa que, lá por ter sido encomendada pelo rei (D. Dinis) e paga pelo erário da coroa, não deixa de ter uma assinatura: a de Fernão Lopes.

E todos conhecem o nome de Fernão Lopes, sendo que duvido que haja muitos que saibam que, afinal, não passou de um Carlos Castro da Idade Média.
Escreveu a pedido dos reinantes, à medida dos reinantes e retratando os reinantes.
Mais... pago pelos reinantes.

Contudo, ninguém (pelo menos quem tenha um pouco de consciência e muito de boa fé) se atreve a usar aquilo que ele escreveu sem referir que foi ele quem o escreveu.

O facto de ter sido a mando da coroa, logo, da nação Portugal, é suficiente para que abusemos do seu trabalho sem referir que esse trabalho foi ele quem o fez?
Não, pois não?

Centenas de historiadores que viveram depois dele aproveitaram as suas crónicas. A nenhum passou pela cabeça que, pelo simples facto de terem sido encomendas da coroa eram assim como um baldio onde quem chega primeiro toma conta das terras.
Todos eles, os historiadores, passados ou contemporâneos, quando usam como fonte dos seus trabalhos as crónicas de Fernão Lopes dizem-nos que o fizeram.
Não há excepções.

A obra até pode ser propriedade física de uma qualquer entidade, mas não existe a figura do endossamento da propriedade intelectual e desta não há forma de descolar os nomes que a criaram.

Chega para perceberem, ou será preciso fazer um desenho?

(*) - O plágio configura um ilícito passível de processo criminal e, no caso dos Jornalistas, a perda do título de Carteira Profissional e impedimento do exercício da profissão

6 comentários:

Marina Albino disse...

Não bata mais no zézinho, que o zézinho é assim.
Mas que foi airosa a maneira de contornar o incontornável foi..., mais do que plágio, é usurpação de propriedade intelectual.... nada que a equipa editorial censure, até porque estão na mesma diapasão...
È que quem é competente para fazer as continhas de um qualquer ranking, tem mesmo a obrigação de o publicar, mas pelos nomes dos seus criadores ou em nome do jornal que o pública.
Estou certa, é que os ciclistas pensam por si próprios e são suficientemente inteligentes para não irem em cantigas de escárnio e maldizer...
Mas já agora estou curiosa quanto ao futuro e continuarei a pagar 1,50€ pelo dito jornal ( note-se sem o descontinho de quem é filiado na UVP/FPC) pois não quero contribuir para o aumento da taxa de desemprego no jornalismo.
Marina Albino

mzmadeira disse...

Cara doutora [perdoe-me o abuso de confiança, porque nem sequer nos conhecemos!...], algo me diz que este seu comentário significa que me compreende neste meu papel de D. Quixote, não o "louco" em luta contra imaginários moínhos, mas o visionário (Cervantes assim o decidiu) caregando nos ombros um ideal.

Já percebi - sou alentejano mas não sou parvo - que neste momento estou isolado. Talvez a figura da ilha perdida no meio do mar seja exagerada... eu escolheria a figura da ponta de terra cujo istmo que a liga ao continente é submergido de cada vez que a maré sobe.

O que faz com que, ora haja caminho para que eu consiga chegar a terra firme (quando a maré baixa), ora fique abandonado no meu cantinho, sempre que sobe a maré.

Descomplicando, num meio que pugna pelo hermetismo - apesar de pretender que as suas mensagens passem, quando isso lhes interessa - quem se atreve a ter uma opinião não previamente concertada passa a pisar terreno de areias movediças. E não é fácil não se ser "engolido".

Contudo, eu sempre pensei que eram fortes os laços que durante mais de década e meia fui estreitando. Nem de propósito... foi tão forte o laço que dei esta manhã, que estou aqui aflito para descalçar os sapatos.

Talvez por isso aqueles sapatos de pala - sem atacador - sejam bem vistos por muita gente. Enfiam-se rapidamente, mas mais rapidamente ainda se soltam dos respectivos pés.

Em relação - e para não estar para aqui com filosofias de "loja de chinês" - ao assunto que trato neste artigo e que a doutora teve a gentileza de comentar, é evidente que eu não tenho a menor dúvida e creio ter deixado isso bem claro.
(E a doutora ajudou, o que agradeço.)

Estamos, sem hipóteses de discussão, perante a figura de plágio. Custou-me foi ver que, malgrado as provas que eu aqui apresentei, não tivessem sido capazes de o negar.

É claro que eu sabia à partida que não iriam muito além daquilo que fizeram. Creio mesmo ter escrito que, se fosse eu, encontraria uma saída airosa.

Nem disso foram capazes.
Mas, sem falsos pudores, a verdade é que não havia e não há explicações sustentáveis.

Modéstia à parte, eu expu-lo, a doutora corroborou-o.

Aquele trabalho tem "pai". Mais, foi feito com a colaboração de nomes como os de Carlos Miranda e de Guita Júnior... apesar de levar a assinatura do falecido Rodrigo Pinto.

O facto, e a doutora, se estiver disposta a isso - e é sempre bem vinda a este espaço -, poderá sustentá-lo (já o fez, e claramente, aliás) é que estamos perante uma vulgar e reles transcrição integral - "disfarçada" em dois ou três pontos onde se usam sinónimos das palavras do trabalho original - de uma obra que tem um autor. Que tem autores.
E que nos foi "oferecida" como se fosse o trabalho original de uma terceira pessoa.

E não é a primeira vez que acontece.
Na história do Joaquim Agostinho, só depois de eu aqui - e podem procurar - ter dito que estávamos perante o plágio de diversas obras é que as "cronicas" passaram a referir que... em declarações ao Diário de Notícias... tal como o Sports publicaram...

Não tenho nada contra o Jornal nem contra os seus responsáveis, a não ser se falarmos da falta de cuidado que os torna coniventes com uma "mentira". Cumplices.

E sublinho, o plágio configura um crime previsto na Lei de Imprensa, e o(s) seu(s) responsável/responsáveis ficam sujeitos a terem de responder criminalmente e a ressarcir os detentores da propriedade intelectual.
E, repito, a propriedade material desse trabalho nem sequer para aqui é chamada.

Dou um exemplo. O dono do "monumento" que domina a Praça 25 de Abril, em Lisboa, ali para os lados de Xabregas, é a Câmara Municipal de Lisboa a quem o autor da obra, o pintor e escultor José Guimarães o ofereceu.
Não passa pela cabeça de nenhum outro escultor fazer uma cópia daquela estranha composição. E se houvesse alguém que o fizesse, seria o José Guimarães que incorporaria a figura do "roubado" e a ele teriam os infractores de pagar a indemnização decidida pelo tribunal.

No campo do Jornalismo, infelizmente, ainda há que julque que pode assinar o trabalho que outros tiveram... o trabalho de erguer.
E, ainda mais lamentável, quem lhe dê guarida.

Mas eu, no fundo, no fundo, não quero mal a ninguém.

Se houve uma quebra de confiança, de um dos lados, o que originou praticamente um abrupto corte de relações, sou o primeiro a lamentá-lo. Preferiria que não tivesse sido assim. Por mil e uma razões.

Mas se as provas que aqui deixei, por artes mágicas - fosse lá quem fosse que tomasse a iniciativa - chegassem à Comissão da Carteira Profissional... ia-mos ficar com menos um "jornalista" na praça.

Para além das consequências que o caso sempre terá em termos judiciais.

Obrigado doutora, por ter reforçado os meus argumentos. Mas não leve a mal... Terei tido falhas, aqui ou ali, mas na esmagadora maioria das vezes sei perfeitamente o que estou a dizer. E sei que sabem que eu sei.

Provavelmente por isso houve "amizades" que se esvaziaram nos últimos tempos...
Como eu me orgulho de ter uma memória de elefante - para além de um super arquivo de provas que posso mostrar onde e quando o quiserem - adivinho que será difícil recuperar a maioria dessas "amizadas".

Que tenham muita saúde e morram de velhos.

Marina Albino disse...

Onde pára o seu 3º comentário?
Foi alvo de críticas ou ameaças por dizer a sua opinião ?(... que aliás partilho)...Muita gente gostaria de ler...

mzmadeira disse...

Quem me conhece (ou quem conheceu o MzM de até há dois anos atrás), e muita, muita gente que não me conhecendo, me reconhece no estilo de escrita, sabe que as minhas prosas saem sempre prenhes de emoção porque vivo e amo o Ciclismo.

Obrigado a testemunhar de fora a dolorosa agonia que, muito sofrida, levará à irremediavelmente à morte do Ciclismo na Imprensa - digo-o eu agora, aqui... e as consequências para a modalidade serão desastrosas -, escrevi um texto que, relido algumas horas depois, achei demasiado "pesado".
Para além do facto de nele me referir explicitamente a alguém que tem todos os defeitos que apontei (não, não foi em relação ao Fernando Emílio!...) mas que, pelo menos na forma como abordei a coisa, "caía" aqui mais ou menos de pára-quedas.

Também eu não quero contribuir - ou vir futuramente a ser acusado de ter contribuído - para um abrupto fim de um projecto que desejo consiga singrar.

Não fui criticado, nem ameaçado, provavelmente porque pouca gente o leu. Escrevi-o numa madrugada de sábado e, como tenho que me levantar cedo, no domingo ainda de manhã, ao reler o texto decidi suprimi-lo.

Mas não mudei de opinião, aliás... agora mais ponderado (termo que não estou a usar no sentido de cauteloso, mas de mais pensado) retomo-o aqui e agora.

E não é para fazer o jeito a ninguém, nem à doutora a quem reconheço o direito de me pôr a questão que pôs, porque leu o artigo e estranhou o seu desaparecimento daqui.

Creio estar esclarecido que eu retirei o tal artigo daqui - daqui dos "comentários", onde ele foi escrito - porque não fui muito feliz na abordagem ao assunto em causa.

Para quem não teve oportunidade de o ler - e eu posso dizer que, desde o momento em que ficou disponível, até eu o eliminar, o VeloLuso teve 59 visitas, logo, quase seis dezenas de pessoas o leram - recupero que era uma crítica ao editor do Jornal em questão.

Repito que abordei o assunto de uma forma, digamos, desenquadrada do tema que estava em questão, mas agora reenquadro-o.

Com uma única frase que, tenho a certeza, é suficiente.
E que é esta:

- Como é que uma pessoa, enquanto simples adepto do Ciclismo (e ainda não tenho líquido o quanto sabe, de facto, da modalidade, mormente na área que já adiantarei) e autor de um blog no qual jamais perdoou os "batoteiros" dos Corredores, nomeadamente os NUNCA, judicial ou desportivamente, foram castigados, e que sempre se me opôs de cada vez que eu defendia o inalienável direito à presunção de inocência, tendo agora responsabilidades editoriais num jornal, não só dá cobertura, como tenta disfarçar inaceitáveis "batotas" jornalísticas.

Será que, agora sim, virei a ser criticado ou mesmo ameaçado na minha integridade física por escrever isto:
Que acredito piamente que há Corredores que já foram vítimas de um "sistema" implantado e que só não vê quem não quer ver. Sendo que ao Corredor não sobra alternativa.

Mas o editor de um Jornal que, das duas uma, ou nem a liliputiana bibliografia sobre Ciclismo, que está escrita em português, conhece; ou conhece e é (foi) conivente com um descarado caso de, cito a doutora Marina Albino, ursupação de propriedade intelectual.

Eu não quero prejudicar o jornal em questão. Quero tanto ajudar que até tenho duas assinaturas. Mas não darei tréguas.

Não é nada de pessoal.
Nem em relação ao jornalista que sem o mínimo de pudor COPIA o trabalho de um camarada de profissão. E não é pessoal - e esqueçam que ele cortou relações comigo - porque fosse quem fosse que tivesse feito o mesmo eu denunciá-lo-ia na mesma.

Ah!, disso podem ter a certeza. Sou leitor, sou amigo, porque quero ajudar como posso (assinando o jornal) mas não deixarei de ser crítico.

Experimentem pisar o risco outra vez e verão...

Nota de rodapé: não percebi bem o diferendo com a APCP. Naquilo que percebi - e corrijam-me se estiver errado - a APCP não terá gostado que uma iniciativa sua tivesse sido, cito de cor o editorial do Jornal "actualizada, porque sabemos os critérios usados".
Acho que o editor do jornal de que venho a falar é licenciado. Eu não sou, claro, que no meu tempo - e escrevo em jornais há 22 anos - não havia cursos de jornalismo.
Mas se é licenciado deve ter faltado a algumas aulas.
Importantes.
Fundamentais.
Aquelas em que - acho eu, que não tenho curso de Comunicação Social (mas tenho curso universitário) - alguém deveria ter dito que a primeira regra a cumprir no Jornalismo é a da... credibilidade.
Nenhum jornal pode correr o risco de os seus leitores duvidarem da credibilidade daquilo que lêem.
Não pode haver "entrevistas" inventadas, não podem vender como seu o trabalho feito por terceiros.

E volto à questão que redundou em toda esta polémica. Quem gosta de Ciclismo, quem realmente gosta de Ciclismo - e deixo de fora os mais jovens embora espere, sinceramente, que cultivem e alarguem o interesse que já demonstram - já leu tudo o que é possível ler. Não todos, claro, mas a maioria.
Por isso, se fui eu a denunciar o caso de vergonhoso plágio de um trabalho já existente, terá sido porque tenho este meio à minha disposição. Houve mais quem tivesse chegado à conclusão que estava a ler a cópia de um trabalho publicado há quase 10 anos.

Já me alonguei de mais.
Jovens companheiros, sou dos que mais deseja que o vosso projecto vingue, mas parem de uma vez - porque já acontecera anteriormente quando da história do Joaquim Agostinho - de tentar vender-nos gato por lebre.

Carl Floyd disse...

Detesto meter-me em assuntos para onde não sou chamado e a este não sou de certeza.
A ligação que tenho ao JC é de amizade, a mesma que por certo levou os seus responsáveis a pedirem-me umas crónicas, o que muito me honrou e por isso as ofereço com o maior dos prazeres.

Mas se não sou chamado, também não gosto de deixar passar injustiças. E tu, Madeira, embora saiba que não o fazes de forma propositada, estás a ser injusto com os responsáveis do JC.

No caso do plágio, não deixas alternativa: ou são coniventes ou ignorantes. Sendo certo que a primeira está errada, a segunda não é assim tão óbvia.
Até no teu jornal, e em tempos muito idos, apanhei um plágio descarado, que calei entre muito espanto, pois tratava-se de pessoa com muita responsabilidade na casa. E até hoje nunca ninguém apanhou o caso.
Um plágio só é evidente para quem o detecta.

Mas onde se nota a injustiça é já aqui acima, na história da APCP. Não a conheces verdadeiramente, é fácil concluir, e atacas por onde não deves. O que é mau. Fica a ideia de ser premeditado. Mesmo que eu continue a achar que não é.

abraço

PS: a "curiosa interpretação" das palavras do Orlando está certa...

mzmadeira disse...

Seja o que fôr que tu achas que tenha sido, de certeza que não foi premeditado, Carlos.

Mas vamos encerrar este assunto, que, como todos devem calcular, me custa, também a mim, muito.

... que ninguém duvide que apoio a 200% a corajosa iniciativa do João e do Zé Carlos em empenharem-se a fundo num projecto de todo novo, sabendo eu que eles sabem que estão no "arame" sem rede.

... que não são de índole pessoal os meus reparos. Já o disse. Fosse quem fosse que protagonizasse os dois episódios (o da História do Agostinho, e agora o da Porto-Lisboa), eu teria regido da mesmíssima maneira.

... fi-lo, e não prometo que não voltarei a fazê-lo, em favor da defesa do bom nome do Jornal Ciclismo que, sendo ainda jovem, precisa impôr-se no mercado e, para isso, precisa ser credível.

... a rubrica em causa é, pode ser, deve ser, a âncora do projecto pois, mal ou bem, com maior ou menor espaço, as notícias vão-se sabendo, as opiniões são para serem respeitadas, passíveis de ser criticadas, mas respeitadas.

... notícias - como escrevi, maiores ou menores(em espaço), apenas de noticiário ou em exclusivos que o Jornal consiga, e tem gente capaz de "cavar" uma boa "cacha" - e comentários, vão-se lendo aqui e ali, o verdadeiro "Ovo de Colombo", no projecto, é mesmo aquela página que recupera estórias da História passada do Ciclismo. Que alguns mais velhos já esqueceram e que muitos, muitos dos mais jovens desconhecem completamente.

Aliás, numa conversa que tive com o João, aqui há uns meses incentivei-o a apostar nessa rubrica e até sugeri alguns nomes históricos do Ciclismo portugues que merecem ser recordados naquele espaço. Que, repito-me, é o grande trunfo do Jornal. Mais nenhum outro em circulação tem espaço para dar regularmente uma página com estórias da História do Ciclismo. E eles não podem desaproveitar isso.

Usando as palavras do Carlos, no post imediatamente anterior a este, em consciência os responsáveis pelo Jornal podem até nem ter sido coniventes; não serão, certamente, ignorantes, no que respeita à matéria. Que aconteceu então?

Como é que sai um texto decalcado de uma obra publicada e com autor e isso não é dito aos leitores?
E a emenda foi pior que o soneto.

"Esticando" a situação ao anedótico - espero que percebam que é apenas isso - como eu comprei 95 por cento dos mais de 2000 livros que tenho na minha biblioteca, eles são meus! Sendo meus, porque os paguei, posso transcrevê-los, seja em que plataforma fôr, e pôr o meu nome por baixo?

Sem me querer imiscuir na orientação editorial do JC, repito o que sugerira aquando do que estava a passar-se com a História do Joaquim Agostinho. E que parece foi tido em conta.

Não custa nada, naquele preâmbulo - "lead" - avisar os leitores que o que vão ler é resultado de uma pesquisa de várias obras editadas e, sempre que se transcrevam na íntegra partes, grandes ou mais pequenas, de uma obra fazer referencia ao seu autor e de que obra se trata. Impensável é a transcrição na íntegra. Isso não se faz.

E no cabeçalho da página colocar junto da foto do Fernando isto: "Pesquisa e coordenação de Fernando Emílio"

Repito, uma vez mais. Para além das entrevistas de fundo que o Jornal nos oferece, aquela Página 2 é a grande e verdadeira mais valia do Jornal.

E o Fernando Emílio uma das muito poucas - haverá três ou quatro - pessoas a quem essa página poderia ter sido entregue. Nada contra.
Até porque há-de chegar-se a uma altura em que ele próprio foi testemunha presencial dos acontecimentos. Que dê largas à sua escrita. Os leitores agradecem.
Não precisa ser um novo José Hermano Saraiva, que reescreveu a História de Portugal acrescentando-lhes "pormenores" de duvidosa verdade histórica.

Entendem?
Com um sincero abraço, este episódio fica por aqui. E espero não vir a ter motivos para voltar a falar de plágios e coisas que tais.

Só uma coisa para encerrar esta polémica. A Clássica Porto-Lisboa é uma corrida que eu gostaria de voltar a ver rapidamente no calendário nacional. Porque sempre gostei da corrida, porque li tudo o que podia ter lido sobre ela, ou acham que quando recebo o Jornal vou a correr buscar para cima da secretária toda a bibliografia que tenho sobre Ciclismo e, armado em coca-bichinhos, tentar achar situações daquelas?

Sei lá há quanto tempo eu tinha o livro do Rodrigo Pinto quietinho na prateleira, cheio de pó.
Mas ainda não tinha lido uma dúzia de linhas e já estava a reconhecer o texto. Depois, aí sim, lá subi à cadeira para o tirar da prateleira e, chocado, perceber que não estava perante uma passagem dessa obra, não assinalada. Era essa obra transcrita praticamente na íntegra. Foi mau. Muito mau.
Que não volte a acontecer.

Agora sim, termino.
Um abraço para todos os que, com um esforço tremendo, calculo, assumiram a tarefa de nos oferecer um jornal só sobre Ciclismo.

Manuel José Madeira