terça-feira, dezembro 19, 2006

367.ª etapa


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E pronto. Parte daquilo que pretendia dizer já o foi.
Num organogramaque aqui estou a defender – do Ciclismo nacional tem que ficar bem explicito o que é Ciclismo Profissional e não-profissional. Sendo que, para se chegar ao primeiro, convinha cumprir todo o percurso do segundo.

Eu sei.
A grande questão que se põe, chegados aqui, é… que provas é que cada um cumpre?
Mas isso está já definido.
As equipas Profissionais fazem o Calendário Continetal Europeu.
As outras o Calendário nacional.
E eis que nasce outra questão, não é?

Mas então, sendo que o Calendário nacional – como todos os calendários nacionais, em todos os países – é composto pelas corridas da classe .12… qual a diferença entre ser-se Continental ou Elite nacional?
A diferença, aquela a que, infelizmente, os projectos nacionais se têm agarradao, é que as Continentais UCI podem fazer a Volta a Portugal e as Elites FPC não.

Qual é a minha opinião?
Mas está claro que não é uma etiqueta que faz o produto.

Metade das equipas Continentais – portuguesas, claro, que as de outros países não podem fazer a Volta a Portugal – não justifica a sua presença na Volta.

Calma, calma, calma…
Eu sei o que aí vem.
Lamento muito, mas não me apanham assim desprevenido.

O pelotão português, em 2006, era todo Continental e tivemos uma das melhores voltas a Portugal das últimas duas décadas.
É verdade.

Mas, em nome de um desenvolvimento do Ciclismo português, que todos queremos – acho eu! – vamos acabar de vez com esta mentira que são as equipas Continentais em Portugal.

Querem um pouco de história?
Eu conto TODA a história.
As equipas Continentais foram criadas pela UCI para que formações Sub-23 pudessem, aqui e ali, competir juntamente com o escalão superior.
Mas nós – é impressão minha ou temos todos um pouco de ciganos? – rapidamente tratámos (com a conivência da FPC) de adulterar o espírito da regra.
Em nome da nossa periferia – caramba! como somos bons a arranjar desculpas que enganam quem está menos informado sobre a nossa tendência para sermos… espertos – conseguimos (há favores que não se devem fazer, doutor Artur Lopes) que fosse reconhecida uma situação de excepção.

Continental, meus senhores – e mordam lá os lábios à vontade (podem até fazer sangue) – era aquela equipa da Rabobank cujo corredor mais velho tinha 20 anos e que deu um baile às equipas portuguesas na Volta ao Distrito de Santarém.
E não vale a pena tentarem encontrar desculpas.
E quem as encontrou por vocês que as engula.

A FPC vai voltar a aceitar equipas Continemtais com corredores com 36 anos de idade.
Abro aqui uma linha directa para que todos os que acham bem, digam das suas razões.

Em Portugal?
Quando ignoramos tout court a categoria Elite nacional?
Ah!... Por causa da Volta a Portugal, não é?
Eu sei que é.

Mas não posso (não quero) mais pactuar com essa mentira que deve envergonhar (em consciência, deve envergonhar) todos os que querem fazer alguma coisa deste Ciclismo que temos em Portugal.

Quatro ou cinco das equipas Continentais, que vamos ter, não teriam grandes dificuldades em ser Profissional Continental. Mas nem sequer pensaram nisso porque os encargos, assim, ficam pela metade.

Já que me envolvi nisto de querer apontar um caminho de futuro para o Ciclismo português, não podia, em consciência, passar à fase seguinte sem deixar claro que sei dos truques e armadilhas que, com a aquiscência de quem de direito, estamos a semear.

Tudo o que vier a dizer a seguir será numa perspectiva virgem de pecados.

E atenção a uma coisa.

Quem, em Portugal, como a Maia fez em 2002 até 2004, aposta forte na modalidade, sai extremamente penalizado porque outros, com metade dos encargos, acabam por ter as mesmas oportunidades.

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