1. Tirando uma fase, no passado, em que um qualquer engraçadinho, sempre a coberto do anonimato, spammava (também posso contribuir para o novo acordo ortográfico, ou não?) os comentários em todos os artigos que eu aqui deixava; e de uma outra vez que, embora assinado com o nome verdadeiro (eu sabia quem queria pôr o comentário), o achei despropocionado, tendo, contudo, pedido ao signatário que o reformulasse de modo a evitar ataques directos e então, sim, não teria problemas em o publicar, acabo de, pela promeira vez na história do VeloLuso, apagar um comentário - interessante, reconheço-o - apenas e só porque nele constavam acusações concretas.
Na verdade, não o apaguei.
Guardei-o no limbo do Blog.
Se a signatária - que não conheço, mas também não conheço a esmagadora maioria dos amigos que fazem o favor dr colaborar com o VeloLuso - me disponibilizar provas reais daquilo que indiciava, o comentário, não só voltará a aparecer onde estava, como merecerá da minha parte um sublinhado de apoio. Porque não há gente mais merecedora de ser exposta na praça pública do que os bufos. Essa raça que julgava morta e enterrada há 34 anos mas que, e infelizmente com exemplos recentes e indesmentíveis, ainda por cima com o incentivo de um governo que se esconde atrás de uma bandeira Socialista, parece ter voltado e em força.
Entretanto, acusações claras - porque todas as que fiz as poderei sustentar seja em que barra de tribunal fôr - são um privilégio meu.
Por isso este Blog tem um nome, o meu, e até lhe acrescento, quando de um puro artigo de opinião se trata, a minha própria fotografia.
Espero que a cara Mafalda entenda as minhas razões.
2. Também em comentário à mesma Etapa (a 82.ª), o meu caro Cyclomaníaco discorre sobre o tema do artigo, que é o Benfica.
Cyclomaníaco, concordo com algumas coisas que escreve mas discordo de outras tantas.
Não vejo mal nenhum em o Benfica ter criado estruturas para poder vir a ter uma equipa (forte) a médio prazo. E fê-lo, logo desde o início quando conseguiu contratar quase todos os jovens sub-23 cuja qualidade está acima da média.
E é aí que os benfiquistas devem ancorar as suas esperanças. A falta de resultados tangíveis, dizendo de outra forma, consequentes, por parte da equipa principal é algo de somenos se essa falta de resultados não puser em causa todo o projecto.
Se há coisa que nós, latinos em geral, e portugueses em particular, não temos, é paciência.
O artigo que eu escrevi, e que é - não pretendia eu outra coisa ao escrevê-lo - crítico em relação ao balanço que qualquer não iniciado seria capaz de fazer a estas duas temporadas da equipa principal não tem nada a ver com o projecto, que sei foi traçado a médio prazo.
Só o peso do nome Benfica pedia um pouco mais do que aquilo que tem feito.
Fosse uma equipa de marca, e a maioria das críticas nem sequer surgiriam.
Já repararam nos resultados espectaculares que alguns jovens, mesmo no seu primeiro ano de profissionais, têm conseguido para o Benfica?
Haja calma e serenidade que, na sua essência, o projecto não está a defraudar ninguém.
Creio que seja do conhecimento de todos que o Benfica chegou a ser pensado para nascer nos sub-23 para, tal qual está a acontecer, usando os melhores do pelotão nacional, construir uma equipa que daqui a dois ou três anos dificilmente terá rival dentro do mosso pelotão.
Mas o Benfica, por ser o Benfica - e o mesmo se aplica ao Sporting ou ao Porto - não podia aparece "só" com uma equipa de esperanças.
Até para poder potenciar os resultados dessa equipa de sub-23 era sempre necessário apresentar-se no pelotão principal.
As coisas não estão a correr bem.
Não tenho a mínima dúvida de que os primeiros a reconhecer isso, e a lamentá-lo, são o Orlando Rodrigues e o Justino Curto.
Mas, ao contrário daquela anedota que pretende fazer o retrato do futebol, no ciclismo não são onze contra onze e no final ganha a Alemanha!
Caro Cyclomaníaco, porque é que o Benfica não pode ganhar a Volta a Portugal?
Eu sei que fui o primeiro a questionar essa possibilidade, mas só mesmo a morte é definitiva.
O que eu aqui deixei foi um artigo de análise crítica.
E só desejo que os resultados demonstrem que eu não tenho razão. Para bem do Benfica mas, sobretudo, para o bem do Ciclismo.
Em relação à estória da não ida à Vuelta, aí sou eu quem diz que a história está mal contada. Isto enquadra-se nos tais previlégios que guardo para mim próprio.
Ainda hei-de saber toda a verdade. E quando isso acontecer... podem ficar certos de que aqui a contarei.
3. Já em relação à Etapa 83, o meu caro Duarte Ladeiras - não sabia que também eras alentejano! -, talvez por... defeito profissional, fez agulha para o sítio errado.
Nenhum de nós pode fazer - mais do que deixar a sua opinião - grande coisa pelo Ciclismo e pelas Leis que o regem e/ou comprometem.
Não compliquemos Duarte.
A grande, e única verdade - porque verdade há só uma - é que a legislação portuguesa não prevê a situação do doping. Como diz o senhor Procurador-geral - e aqui exageraste ao dizer que não conhece a própria Lei - não existe ainda forma de enquadrar, no campo jurídico-criminal, o acto de dopagem.
Com algum esforço, e como está na notícia de O Jogo, encontrar-se-á na Lei portuguesa um enquadramento que castigue presumíveis instigadores do doping.
Mas não há maneira, a não ser o flagrante delito, de a eles se chegar.
E o facto de, mesmo que comprovado um acto de auto-dopagem por parte dos Corredores, isso não será jamais suficiente para os incriminar judicialmente porque esbarrará sempre com o constitucionalmente salvaguardado direito de cada um fazer o que lhe aprouver, desde que com isso não esteja a atentar contra a Sociedade no geral.
Não contra eventuais adversários desportivos.
E, desportivamente, também está indiscutivelmente claro que não existe a figura do "culpado por suspeita".
Ou o atleta é apanhado com um positivo num controlo, ou então... nada!
Ainda fica uma situação a baloiçar entre o que pode ser, ou não, abrangido pela legislação desportiva.
A posse de produtos presumivelmente dopantes chegará para castigar disciplinarmente um corredor?
Com o pouco que sei... não pode.
Eu até posso ser indiciado e levado a tribunal por posse ilegal de arma de fogo. Mas não me prenderão por isso.
Se eu nunca disparei um tiro, não posso ser disso acusado.
O mesmo, tente compreender, aconteceria se um Corredor fosse apanhado com presumíveis produtos dopantes. Se garantir e não fôr provado o contrário, que não os tem para fornecer a terceiros - o que se enquadraria na Lei do incentivo ou concretização de acto dopante - só o facto de os ter está fora do âmbito criminal. Logo, a Justiça Comum nada pode fazer contra ele.
Quanto á Justiça Desportiva... far-lhe-ão testes e se estes derem nada...
NADA SERÁ O RESULTADO.
Todos - e também eu, é evidente - gostaríamos de ver o Ciclismo livre desta, já não é núvem, é borrasca mesmo que, por causa do doping está a matar a modalidade lentamente.
Agora, já alguém se perguntou - sejam sinceros -, já alguém se perguntou porque é que, e não é só em Portugal que isso acontece, são universalmente dúbias as Leis judiciárias a respeito do doping?
E será que isso acontece por causa do Ciclismo?
Eu digo que não.
E acrescento que, se não há Lei consistente, que puna exemplarmente, seja o atleta, seja o treinador, seja o médico, seja o dirigente, não é por causa do Ciclismo.
Ai não é não!
Deixemo-nos de querer ser mais papistas que o papa.
Se não foi apanhado dopado... está, definitivamente e até provado o contrário, limpo.
4 comentários:
Lamento imenso, sou irredutível defensor da livre expressão, mas o VeloLuso (afinal de contas, EU) não há-de nunca servir, nem para mandar recados, nem para publicamente - porque este Blog é público - acusar, aberta ou veladamente, seja quem fôr.
Não a coberto do anonimato.
Repito o que escrevo no último "Caleidoscópio": Se alguém tiver provas e, seja lá por que motivo fôr, não quer ou não pode "dar a cara", o meu contacto está na "cara" do Blog, enviem-me o que tiverem e acharem que serve de prova.
Eu depois decidirei o que fazer.
Caro Sr. Madeira,
Se há uma coisa que aprecio e que me faz regressar constantemente ao seu blog é a sua frontalidade.
Relativamente ao meu comentário na etapa 82ª, lógico que é uma opinião pessoal, e como opinião pessoal tem o pleno direito como qualquer leitor de discordar com certos pontos da mesma.
Aproveito para clarificar melhor a minha opinião, relativamente ao meu comentário, pois voltei a lê-lo e deixei algo incompleto.
Quando escrevi que o Benfica criou estruturas para um projecto a médio prazo, apesar de não ter afirmado que era mau, também não clarifiquei que, na minha opinião foi uma boa opção, assim como o facto de incluir esta época mais quatro jovens provenientes da equipa sub23 na equipa profissional, um exemplo que deveria ser seguido pela maioria das equipas.
O facto do Orlando Rodrigues apostar constantemente nos jovens tem tido mais valor do que eventuais vitórias em etapas que têm teimado em surgir.
Os resultados dos jovens não têm passado despercebidos, mas normalmente só as vitórias são lembradas.
Lógico que como qualquer Benfiquista ou adepto de ciclismo, gostaria de ver mais algumas vitórias ao longo da época.
Quanto à dúvida relativamente ao conseguir ou não vencer a volta essa mantém-se, mas não há vencedores nem vencidos antecipados no desporto e tudo é realmente possível, mas como também referiu, o objectivo de noventa por cento dos corredores vai ser impedir que o Benfica ganhe o que torna mais difícil a concretização do objectivo, mas espero sinceramente no dia 24 de Agosto ter de voltar aqui e comentar que afinal estava enganado.
Eu sou Benfiquista e já me habituei a ser paciente ao longo dos anos, confio neste projecto do Benfica que na minha opinião tem tudo para dar bons resultados no futuro.
Quanto ao nome que aparecia assinado nos meus comentários, peço imensas desculpas, acho que agora já aparece o correcto.
Caro João Dias, eu "sabia" que aquele cyclomaníaco tinha nome, mas não consegui lembrar-me... procurei até alguns blogs, mas nada. Claro que sei quem o amigo é. E é sempre bem vindo a este espaço.
Um abraço.
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