domingo, maio 04, 2008

II - Etapa 52

AGORA A SÉRIO!...

1. Cadê o direito ao contraditório?

2. Espectáculo brutal, aquele que ontem - os que já sabem onde podem ver (e lendo a Marca percebi que até há espanhóis que o não sabem) - pudemos seguir!...
E não são para aqui chamadas questões de amizade!...

2 comentários:

Anónimo disse...

Não me recordo de nada parecido.
Caro MZMadeira, você que segue o ciclismo há muito e que tem um arquivo histórico sem fim recorda-se ou consegue encontrar algo parecido ?

Espero que toda a equipa da LA esteja bem na 3ª feira, pois estou com um feeling que vai ser mais uma etapa inesquecivel !

mzmadeira disse...

Igual, igual... francamente foi inédito, pelo menos que eu tivesse visto. No Sábado, o pivot da transmissão da RTPA falou, a dada altura, numa situação semelhante, protagonizada há uns anos pela ONCE, essa não vi.

Mas vi, por exemplo, na Volta a Portugal de 2002, na etapa da Senhora da Graça, quando a concorrência vigiava o Möller e o Jeker, a Maia ter lançado o Rui Sousa, o Gonçalo Amorim, o Horrach, provavelmente ia um quarto maiato, mas iam mais alguns corredores, para aí uma dúzia, dúzia e meia, que arrasaram. O Gonçalo só não venceu no alto do Monte Farinha - foi rei da Montanha, nessa Volta - e o Horrach vestiu de amarelo. E só perdeu a Volta em Sintra, por cinco segundos. Para o Claus. A Maia acabou com três homens nos três primeiros lugares da geral final.

Outra etapa épica a que tive oportunidade de assistir, aconteceu na Vuelta de 2005, na subida ao Alto de Pajares. Numa primeira fuga a Liberty Seguros (a espanhola) meteu três homens e, no momento certo, lá atrás atacou com Heras acompanhado por mais dois companheiros. Os três da frente que entretanto tinham esfrangalhado o grupo em fuga, esperaram pelo seu chefe-de-fila e a Liberty fez uma corrida indescritível. Estava um dia terrível, chuva, nevoeiro, temperatura de pouco mais de cinco graus, lá no alto, e o Heras, já sozinho, ganhou isolado.

Mas ver assim uma equipa na sua totalidade a colocar-se na frente da corrida e abanar o pelotão até o destroçar, isso nunca vira.

E os relatos escritos que pudemos ler não puderam dar a real imagem do que aconteceu. É que não foram o Tondo, o Bruno, o Zaballa e o Vicioso que fizeram uma etapa memorável.
Tudo começou com o papel desempenhado pelo Afonso Azevedo na fuga. O Afonso não consistia, por si só, grande perigo para os principais candidatos e aposto o meu pescoço em como toda a gente pensou que ele só ia na fuga para que o Manel Zeferino tivesse uma "desculpa" para não perseguir. E viu-se quem perseguiu... E levou o esquadrão povoense até à frente da corrida.
O que não foi possível contar, porque eu sei bem o que é a falta de espaço, foi que TODOS os outros sete elementos da equipa passaram depois pela frente da corrida. O Romero e o Garrido primeiro, até "estourarem", o Cabreira, outra vez numa demonstração de força impressionante e, finalmente os outros quatro, com as despesas principais da subida a serem assimudas pelo Bruno.
Só o Garzelli os acompanhou.

Porque é que o Vicioso foi escolhido para o fim? Porque é bom finalizador e bom contra-relogista. O Zabala também podia, se o grupo final fosse maior, tentar finalizar, ou os planos do Manel contemplavam ainda uma segunda investida, se o grupo da frente fosse maior e jogaria aí o Zabala.

O Tondo, é óbvio que era para ser levado. Ele é um dos principais favoritos na duríssima subida até ao Santuário del Acebo, e quanto mais à frente ficasse melhor.

Eu diria que o Manel Zeferino, jogando com "multíplas", procurou fazer um seis no "totoloto" mas viu a estrelinha contemplá-lo também com o suplementar.
Foi "linha" e "bingo" na mesma jogada...

Apesar de tudo, quem conhece a subida para o Santuário do Acebo sabe que é preciso acontecer um dia muito mau a um candidato para perder mais de 1.30 na subida. Um dia mesmo muito mau. Por iaso...