sexta-feira, maio 16, 2008

II - Etapa 66

PODEM TENTAR TAPAR O SOL COM UMA PENEIRA...

Eu devia ficar calado, mas perdoem-me a fraqueza.

Não sou capaz.
Sinceramente, arrancado bem cá do fundo… não sou mesmo capaz.

Volto ao assunto do acordo que já ganhou direito a nome pomposo.

Desculpem!
Se calhar foi logo baptizado assim, mas eu não sabia o nome completo do… coiso.

E, é evidente que neste artigo encontrarão ligações com o anterior.

Serão sibilinas, mas são honestas.
E facilmente detectáveis.
Que cada um assuma as suas responsabilidades.

Eu não sou mais amigo do Paulo Couto do que do prof. José Santos ou do dr. Artur Moreira Lopes.

Lamento não conhecer o dr. Luís Horta - nem nenhum elemento do CNAD… - mas não é por isso que cederei ao facilitismo que é o saltar para a trincheira que se julga ser a mais protegida.

Primeiro: porque sei alguma coisa de Ciclismo;
Segundo: porque tenho a constante preocupação de tentar saber com que linhas se cose um caso;
Finalmente: porque em caso de dúvida – que não é o caso – não abdicarei do meu dever moral de ficar do lado de quem tem razão.

Mesmo que, tendo em conta certos escritos, esse lado seja a coluna militar que marcha, toda, no seu conjunto, com o passo trocado em relação ao único que queremos ver.

O verdadeiro Jornalista, tendo direito a ter a sua própria opinião – e há nos jornais espaços para isso – quando passa do editorial para uma peça jornalística não se pode repetir.
Nunca!

Negar isto é aceitar, das duas, uma:

ou gastou a opinião colando-se a uma notícia; ou quer vender como notícia a sua opinião.

O problema é que, quando se trata de uma publicação que se quer especializada, tem que, desde o princípio, saber que não se está a escrever só para os adeptos mais ou menos (mais para o menos do que para o mais) informados, mesmo em relação à modalidade de que gostam.
Gostam porque sim!…
Mas a esmagadora maioria não tem os conhecimentos necessários para, honestamente, defender uma determinada posição em relação a outras que a contrariem.

Ora, se se é adepto e se escolhe determinado OCS, especializado, ter-se-á, sempre, como verdadeiros os escritos que nele lê.
Só que, o ser-se especializado, cobra um preço demasiado alto.
É que todos os que sabem mais do que o trivial, porque gostam da modalidade… o lêem.

E estes não perdoam desvios visivelmente comprometidos.
Vade-retro

Que se acertem as agulhas de forma a retomar o fio à meada.
Num artigo de opinião, cada um é livre de escrever a sua.
Lê-mo-la, concordamos ou não mas, cultivando a urbanidade, aceitamo-la enquanto isso.

Uma mera opinião.

(Isto, que estão a ler, é uma mera opinião, a minha!...)

Agora ver essa opinião reescrita, travestida de notícia… Isso é que não!
Desculpem lá, mas não.

Logo a começar no título…
Para quem não percebeu a mensagem no artigo anterior, eu repito:
Há hoje muitos mais amadores com Carteira Profissional do que havia, sem Carteira, há 20 anos atrás.
Já aqui expus o caso e não vale a pena esticar-me demasiado.

É insustentável defender-se a posição do CNAD.
Principalmente do CNAD que, parece, foi quem teve a iniciativa de pedir ao IDP que cortasse o financiamento daquilo que insistem defender.

Que raio de Jornalismo se pretende fazer quando se aceita a posição – divulgada em comunicado – de uma das partes, se aceita esse comunicado como não merecedor de contestação, e logo se reduz o comunicado (outro comunicado) da outra parte a um… apontamento.

Estamos perante uma clara tomada de posição do Jornalista.
Do Jornal.
Que até é aceitável, se expressa num artigo de opinião…
Que é mau jornalismo quando travestido de notícia.

Lá está…

Há, hoje, muitos mais amadores com Carteira Profissional do que havia há duas décadas sem ela.

A notícia é complementada com um texto de apoio – onde se reduz a posição da APCP ao pinchar de duas ou três linhas daquele comunicado que eu aqui reproduzi na íntegra – e três opiniões.

Da FPC, na boca do seu presidente, que se diz “triste” e não compreender “como é que os ciclistas, que eram os principais interessados nas medidas que estavam em marcha e que deviam ser eles a exigir e impôr, colocam obstáculos”;

Do prof. José Santos, enquanto presidente (acho eu) da Associação de Equipas, que reconhece «uma certa lógica face ao que se passou» - mas o que é que se passou? -, adiantando que, cito: «Tudo o que possamos fazer, mesmo que cause sacrifícios, deve ser feito.»

Mas… sacrifícios a quem?
Ao prof. José Santos?
Aos DD, em geral?
À Associação de Equipas?

O prof. José Santos consegue, ele, empregado de uma instituição, ser representante do colectivo das instituições como aquela a que ele deve lealdade enquanto empregado – alguém já leu alguma coisa sobre esta situação perfeitamente ímpar e difícil de aceitar, seja sob que ponto de vista fôr? De um empregado, pago pelo seu patrão, ser o representante máximo da associação de… patrões?

Senhor Secretário de Estado… pode corar de vergonha, nós compreenderemos.


Recomeço: o prof. José Santos (será… como técnico, ou como representante dos patrões?) lamenta que os Corredores não se dêem ao sacrifício

Alguém que pergunte ao prof. José Santos a que sacrifícios está ele, seja como empregado, mero orientador de uma equipa, seja como representante dos patrões, disposto a fazer.

E pede que os Corredores aceitem os tais sacrifícios em que papel?
Como representante dos patrões, ou como técnico?

Tresanda este cheiro esquisito de uma promiscuidade que, havendo, ou sentido de classe ou, ao menos… vergonha, poderia ser evitado.

É claro que a opinião, pese embora a tentativa de ser diplomático, que mais se ajusta à realidade, é aquela que, primeiro O Jogo, e agora o Jornal Ciclismocomeça a ser difícil distinguir um do outro, convenhamos – nos dá em nome do Joaquim Gomes.

O único Corredor (ex-corredor, no caso) interpelado.
E se perguntassem a mais meia dúzia?

É evidente que o Joaquim sabe – porque se lembra ainda – que os corredores estão nas mãos de quem paga. Melhor… de quem se compromete a apresentar resultados para poder ser pago.
Nem o facto de o único testemunho desalinhado da coisa ter pendido para o lado dos Corredores, fez o articulista perceber que está errado.

E depois há a rábula do Benfica.
Leio e não quero acreditar.

Até porque eu já o escrevi aqui.
Já o leram.
Expliquem-me qual a parte que não perceberam que eu faço um desenho.

A única equipa que não assinou o tal Acordo Comum, porque, sendo Continental Profissional e, no início da temporada, quando almejava lançar-se em altos voos, se sujeitou às regras da UCI, no que respeita ao Passaporte Biológico, porque queria ter um wild-card que mais não fosse, para correr as voltas à Suíça e a Espanha, recupero… a única equipa que nada tem a ver com o Acordo Comum, foi aquela que se apressou a vir a público com um ridículo comunicado que desvinculava os seus corredores da APCP. E toda, sem excepção, a CS se apressou a dar espaço ao comunicado do Benfica!

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