quarta-feira, julho 23, 2008

II - Etapa 160

MEA CULPA!
CONTUDO... O ESSENCIAL MANTEM-SE


Leitor atento, e zangado também, mas se tem razão... que mais posso eu fazer do que um mea culpa público?

De facto – estou a ficar velho e a memória começa a trair-me – há dois anos aconteceu uma situação muito semelhante, àquela que refiro na Etapa anterior, na Volta a Portugal do Futuro.

Por acaso, e concordamos nisso, até um pouco mais grave, pois o que aconteceu foi que um jovem já com contrato de profissional com uma equipa Continental, foi integrado (aquilo foi equipa mista?) numa outra formação, esta sim de sub-23 que se predispôs a trabalhar para o... convidado.

Depois de ler a sua mensagem recordei-me imediatamente e lembro-me que fui bastante crítico, na altura. Abreviando, uma das principais equipas do escalão sub-23, que até tinha nos seus quadros um ou dois potenciais candidatos a ganhar a Volta, aceitou por-se à disposição para ajudar o outro a vencer a prova. O que, realmente aconteceu.

Quanto à sua questão, não. Não me recordo se teve de rescindir o seu contrato de profissional e assinar um outro. Que me lembre, nem se falou nisso.

Portanto, e porque o “escândalo” nem é assim tão grande – até porque há antecedentes – não levem a questão tão a peito.

Mea Culpa!...

Mas...
... mas aquilo que o artigo em causa queria mesmo – queria e quer, claro – era destacar a forma acelerada como a FPC resolveu o problema do Benfica, isto quando outros problemas, bem mais graves porque estão a mexer, já não é com sete pessoas, é com sete famílias inteiras, para esse parece que não há disponibilidade para se acelerar um bocadinho.

Em relação a essa parte não retiro uma vírgula.

15 comentários:

aamorim disse...

Caro Madeira,
Também eu já tive de "emendar a mão". Quando há razões para isso, não há que hesitar. Os principios a isso obrigam... E não duvido (já o mostrou) que também se rege e regerá sempre por esses principios.
Mas, fica o mérito, afinal este blogue "continua a provocar reacções". Prova clara de que quem acompanha o ciclismo não passa sem "ver este blogue". Reconheçamos-lhe esse mérito.
Abraço

Paulo Sousa disse...

Madeira,

Presumo que estarás a falar da equipa mista constituída pelos corredores sub 23 da Barbot e do Maia.

Esse ano serviu de exemplo e as regras mudaram, mas há uma cabeça a pensar numa nova lei e logo cem outras cabeças a pensar como a vão contornar.

Foi no ano em que quem ganhou a Volta a Portugal do futuro foi o André Cardoso ao serviço do S.João de Vêr (Madeira, aquela em que eu transportei um fotógrafo de “A Bola”) em que estava de Amarelo o Afonso Azevedo (Maia) e o Celestino Pinho (Barbot) abandonou a prova para poder ir para a Volta dos Profissionais pelo motivo de um corredor da equipa ter tido um acidente (a equipa Barbot esteve mal, pois só se preocupou com os seus interesses defraudando assim terceiros).

Essa equipa mista, de mista nada teve e foram mais duas meias equipas do que uma só equipa. Na hora da verdade os corredores da Barbot defenderam os seus interesses (se a memoria não me atraiçoa a camisola azul) e deixaram o Afonso sozinho contra a poderosíssima formação do S. João de Ver.

Esta Volta ainda teve outro pormenor que ainda hoje me pesa na consciência… No calor da chegada, o Afonso perguntou-me (pois confiava em mim) se tinha ganho a Volta e eu erradamente disse-lhe que sim. Infelizmente (o André Cardoso e o Manuel Correia sabem bem o motivo da palavra “infelizmente”) ele não ganhou e foi um mar de lágrimas de desilusão.

Nessa mesma altura, aquele que hoje muitos pedem a cabeça, o seu treinador mostrou porque é que ganha corridas, ou seja, confortou o seu pupilo de uma forma como eu nunca vi no Ciclismo e é nos “maus” momentos que se vêm as amizades.

Afonsinho e Manel, um abraço para vós e também restante equipa.
Independentemente do que o futuro próximo trouxer continuarei a considerar-vos como sempre vos considerei.

Em relação a algumas opiniões que tenho aqui lido sobre o Dr. Artur Lopes enquanto Presidente da U.V.P./F.P.C. não posso concordar com elas, mesmo que por vezes a minha opinião seja contrária à dele.

Dirigindo bem ou mal ele está legitimamente eleito. Ao longo deste ciclo olímpico foram diversas as Assembleias-gerais da Federação e não tenho conhecimento de ninguém ter alguma vez esboçado opinião contrária á da Direcção da Federação pelo que não têm qualquer legitimidade em criticar o que quer que seja. Abro uma excepção á A.P.C.P. que sempre defendeu até á ultima os interesses dos seus associados.

Afonso Azevedo disse...

Olá Boa Tarde,
Sim é verdade, mas o certo é que não rescindi contrato com ninguem, pois se tivesse que rescindir, não teria corrido a volta ao futuro nesse ano.
Em parte não concordo com o Paulão porque os meus colegas de equipa,(equipa mista Barbot/Milaneza Maia)Vitor Rodrigues, Celestino Pinho, Bruno Lima, Stefan, fizeram tudo por tudo para eu vencer nesse ano. O Celestino ajudou-me bastante até á 3a etapa, visto que depois teve que abandonar por ir correr a volta a Portugal, o Lima controlava a corrida e era incansável, quanto ao vitor Rodrigues foi fantástico,sempre do meu lado, esteve cmg até ao ultimo metro da prova para eu nunca perder a amarela, O Stefan esse sim fazia a corrida dele e nunca se importou se eu era o lider, pois nao queria dar a cara ao vento, esse sim era o tal elemento fora da equipa que eramos.
Fui muito bem tratado por parte dos elementos do Barbot, acolheram-me como se fosse daquela equipa(também tinhamos um elemento da Maia o Luís Santos (massagista), também ele uma pessoa impecável).
Quanto Zeferino só quem trabalhou ou trabalha com ele sabe o Homem que ele é, foi ele que acreditou em mim, foi ele que me deu confiança, foi ele que me fez ciclista.
E já que escrevo aqui deixo um OBRIGADO ao Sr Madeira, ao Paulão, sem esquecer a minha Familia, a Teresa ,a Equipa,e os Amigos (poucos mas verdadeiros).Obrigado pelo apoio nesta faze muito dificil!
Em termo de conclusão , aos jovens que querem fazer do ciclismo profissão, tentem NUNCA abandonar a escola, estudem porque isso sim é um verdadeiro e muito mais estável futuro.

Grande Abraço
Afonso Azevedo

Afonso Azevedo disse...

(Errata : é FASE e não faze)

aamorim disse...

Quer-me parecer que este assunto não ficará por aqui. A dualidade de critérios da FPC é gritante e consta que existe mais alguém com "queixas" de discriminação e diferente tratamento na inscrição de atletas. Espero que todas as equipas envolvidas na competição se mantenham até ao final da prova, sem abandonos. Seria muito mau para a competição e para a imagem da organização e da FPC.
Esperemos que não!
E para o Afonso Azevedo, os conselhos que deixas são importantes, de levar em consideração.
Foste, tal como os teus colegas de profissão, envolvido numa tramóia inimaginável, mas a verdade é como o azeite em água, acabará sempre por vir à superficie. Pode é demorar tempo demais, ser demasiado tarde. E sei que estão a passar por uma situação deveras complicada, dificil de suportar. Qual será mais difícil, o teu caso, em início de carreira como profissional, ou por exemplo o caso do Pedro Cardoso, com uma carreira brilhante e perto do final da mesma ver-se envolvido num processo destes, idealizado e realizado por mesquinhez de alguns, que deveriam ser os primeiros a defender a vossa posição enquanto profissionais da modalidade.
Para ambos e para toda a equipa, o meu abraço de reconhecimento e amizade.
Cada dia que passa nesta indefinição em relação ao futuro da equipa (e vosso, é claro) reduz o ânimo e a vontade de treinar. Resta apenas ter esperança que os "RESPONSÁVEIS" por esta situação tenham um momento de lucidez e reconsiderem a sua patética e insustentável posição.
Alguns, á sua maneira, lutam por isso...

aamorim disse...

Apenas para os mais desatentos, o atleta que compete na Volta a Portugal do Futuro e cuja aceitação "tardia" nessa mesma prova provocou toda esta "pequena confusão", mais simbólica do que importante (em causa está o facilitismo declarado), ainda consta como atleta de uma equipa Continental Profissional na página oficial da UCI, o que pode ser confirmado em:

http://www.uci.ch/templates/UCI/UCI2/layout.asp?MenuId=MTUyNzM

Isto porque a equipa em causa não está inscrita na FPC mas directamente na UCI, por força do seu estatuto.

E curiosamente, também na página da LagosBike - SLB, o atleta ainda consta como pertencendo à equipa continental profissional! Basta verificar.

mzmadeira disse...

Ok, ok, ok, ok...
Calma!...

Por acaso eu refería-me à Volta a Portugal do Futuro de 2006, ganha por um jovem Corredor da Liberty Seguros, que correu "sozinho" (inclusivé com a camisola da equipa que lhe pagava o ordenado enquanto profissional), mas com o apoio da Feira-E.Leclerc, equipa que, esta sim, abdicou de tentar levar um dos seus rapazes à vitória para dar a Volta ao tal jovem Corredor.

Não falei, por opção, em nomes, não creio que seja necessário mais alguém fazê-lo.
O Corredor, como sempre acontece, foi quem tebe menos culpa...

Mas o "caso" era este, porque na Volta de 2006, Maia e Barbot fizeram mesmo equipa mista.

É verdade que os Regulamentos dizem que só as equipas de clube podem, entre elas, fazer equipas mistas... mas os Regulamentos parece-me que não servem para grande coisa!

Só para eu os invocar e chatear meia dúzia de cabeças... ;-)

Quem não se lembra como em 2004, por ser equipa da I Divisão, a então Maia não pode correr nenhuma prova e Portugal, à excepção das internacionais, do Circuito Europeu da UCI, e no ano seguinte uma outra equipa, que se inscrevera como Profissional Continental - sujeita às mesmas reservas das antigas equipas da I Divisão - mas que não podia correr a maioria das corridas em Espanha, porque era uma espécie de... "filial" de uma equipa espanhola com o mesmo nome e que, para não ficar a época toda com um calendário de oito provas, lá beneficiou de uma providencial ajuda e, integrando um jovem sub-23, que foram muitos, da Feira, do Alpiarça, do Pombal... passava a ser equipa... mista!

Falta de memória não tenho! Lembro-me até perfeitamente do dia em que, com cinco anos de idade apareci junto à minha mãe com os sapatitos já com os atacadores atados. E à maneira!... Podem crer.

Paulo Sousa disse...

Madeira,

Por vezes parece que só queres ver para um lado…

Aproveito para citar parcialmente o meu comentário anterior:
“…há uma cabeça a pensar numa nova lei e logo cem outras cabeças a pensar como a vão contornar.”

Em 2006 era possível a constituição de equipas mistas dessa forma, ou seja, a Liberty fazia equipa mista com um corredor de uma equipa de clube e já podia correr. Ora na VPF foi a mesma coisa só que ao contrario.

Esta situação fez historia e em 2007 alteraram-se os regulamentos novamente,

Salvo melhor opinião o que tu poderás contestar é se o regulamento foi ou não bem alterado o que já é uma questão diferente.

Em relação á situação do Rui Costa e sem querer entrar em grandes pormenores lembro-me que no passado bem recente os corredores para poderem participar na VPF tinham que estar inscritos no clube até uma determinada data (salvo erro final de Maio), mas provavelmente o regulamento neta matéria terá mudado (a confirmar-se os timings por ti mencionados).

aamorim disse...

Pois é, as informações que me iam "chegando" infelizmente estavam correctas. Decidi esperar para ver (e ter a certeza), mas infelizmente duas equipas não alinharam à partida para a 3ª etapa da Volta a Portugal do Futuro. Os motivos de uma delas, sinceramente não sei, mas da outra, tiveram a ver com a dualidade de critérios e impossibilidade de incrição de um atleta. Não conseguiram "engolir" que as facilidades para uma equipa também não fossem válidas para essa outra equipa. Tampouco aceitaram as contrapartidas oferecidas... E assim se vai fazendo o ciclismo em Portugal, de descrédito em descrédito, com muito má imagem para o Pais e para a modalidade. Por vezes custa ter razão...

Paulo Sousa disse...

António,

Não vamos deturpar a verdade com meias verdades.

Mas uma coisa é certa, duas equipas foram embora e nada teve a ver com a situação do Rui Costa.

aamorim disse...

Paulao,

Uma coisa é certa, já sabia desde ontem que uma (apenas uma) das equipas ia embora e sabia também quais as razões. E a razão foi e é por dualidade de critérios na inscrição de última hora de um atleta daquela equipa. E também soube os "pormenores", que como é lógico, abstenho-me de os indicar ou comentar aqui, neste blogue. Mas as minhas informações (vindas de quem participa na prova) estavam correctas...
Cumprimentos.

mzmadeira disse...

Vamos lá por alguma ordem na discussão.

Comecemos pelo fim:
Já é do conhecimento público que a formação sub-23 da Saunier Duval foi mandada regressar a casa pelo sponsor que não quer mais a sua marca na estrada. Infelizmente.

Quanto à outra equipa, não tem razão, e não se pode comparar com a questão Rui Costa. Eles inscreveram um corredor com idade para além do regulamentado e o Colégio de Comissários não o aceitou... Abandonar apenas à 3.ª etapa não faz sentido, não concordavam, não alinhavam pura e simplesmente.

. . . . . . . . . . . . . . . .

Quanto ao tal "ajuste" do regulamento que permitiu a uma equipa Continental Profissional correr provas .12 (que lhe estariam vedadas), fazendo uma "equipa mista" com sete dos seus Profissionais e um jovem sub-23, foi feito para correr as provas .12, senão essa equipa não poderia ter feito mais do que oito corridas nesse ano. Atenção... para a equipa correr as provas .12!
A Volta a Portugal do Futuro é da classe 2.13. Para equipas de clubes.

Ora, as equipas de clubes - onde se incluem todas as de sub-23 - só podem fazer equipas mistas com outras equipas de clubes.

(Às vezes sou levado a pensar que não me acreditam quando eu digo que conheço os Regulamentos!...)

Paulo Sousa disse...

Madeira,

Não vamos continuar a bater mais no ceguinho.

Em 2006 o Regulamento vigente permitia ponto final paragrafo.

Já nos conhemos bem (apesar de ter-mos privado muito pouco) e sabes bem que se tu és teimoso eu ainda sou mais.

Paulo Sousa disse...

Antonio,

A sequencia dos comentarios podia induzir numa interpretação errada e daí o meu comentário.

aamorim disse...

Paulao,
Ok. É com estes "debates" que vou (vamos) aprendendo. E por vezes "fala-se demasiado". E foi o meu caso, mas talvez por estar ressabiado com alguns comportamentos da FPC com as quais não posso concordar. Claro que por causa do caso LA MSS, equipa da qual nem sou adepto (sou SLB), mas não escondo que tenho amigos ligados àquela equipa. Mas prometo que actuarei da mesma forma seja qual for a equipa que eu considere estar a ser vitima de injustiça. E foi esse o motivo por que passei a intervir com alguma regularidade neste blogue. Para mim, este assunto (sub 23) está encerrado. Mas continuo totalmente disponível para tudo o que envolva a modalidade. E ir aprendendo com os qua sabem mais do que eu...
Abraço