QUE VINGUE O BOM SENSO
(O CICLISMO É TERRENO DE HOMENS BONS)
Segundo a edição de hoje de A BOLA, que daqui a pouco começará a estar nas bancas, a PAD-JLSports decidirá, até ao final desta semana, se vai ou não convidar a LA-MSS-Póvoa de Varzim para a Volta a Portugal.
Segundo o trabalho do meu colega, nas Modalidades, pelo menos duas equipas que estiveram - pela negativa - em destaque no recém terminado Tour vão estar no pelotão. A Saunier Duval - agora Scott-American Beef - e a Barloworld, ainda sem nova denominação conhecida, estão asseguradas.
Cai pela base a teoria do não convidar equipas com corredores envolvidos em casos de doping.
A grande dúvida é a de se vão, ou não, convidar a LA-MSS-Póvoa de Varzim. E, acrescento eu, que LA-MSS poderá se convidada? Aquela que os seus responsáveis acharem que melhor representam as suas cores?
Então vai ter que ser levantada a suspensão dos cinco corredores actualmente impedidos de correr, ainda que numa situação dúbia porque, sobre eles não pesa nada de concreto.
É esta a minha opinião pessoal, não mais do que isso, não existem - pelo menos na forma provada, e tudo o que vá além disto terá de ser devidamente cobrado à Organização - motivos legais para que a equipa da Póvoa não possa apresentar-se na sua máxima força.
Se se mantêm os convites a equipas marcadas, tão recentemente, pelo ferrete do doping, porque não há-de convidar-se uma outra sobre a qual apenas caem suspeitas, ainda por cima na sequência de uma denúncia?
Eu, pessoalmente, acho que o Senhor João Lagos já se decidiu.
Não ficaria bem ao resto do staff, nem da Organizaçao, decidirem em contrário.
Ainda assim, e só voltarei a este assunto quando se souber da decisão final do Organizador, pergunto:
Seria justo que o Pedro Cardoso, um dos grandes exemplos do Ciclismo português, ainda por cima... à beira da retirada, fosse deixado de fora da Volta?
No mínimo que se faça um esforço para que o Pedro saia por cima nesta situação tão embrulhada.
Um Corredor, um Homem, que sempre prestigiou o Ciclismo nacional não merece ver-lhe fugir aquela que, provavelmente, seria a sua última Volta a Portugal, apenas por causa de uma suspensão não justificada.
E daqui, apelo, outra vez, à Organização para que evite agir apenas com a cabeça.
Deixem que o coração também tenha alguma decisão na... decisão final.
Por tudo o que fez em nome do Ciclismo português, o Pedro não mereceria ficar de fora desta Volta!
Repito-me, espero que vingue o bom senso.
Entretanto, abre-se uma nova "novela".
Toda a papelada comum, dentro da burocracia vigente, para que Luís Saldanha fosse aceite como técnico da LA-MSS-Póvoa de Varzim deu entrada na Federação Portuguesa de Ciclismo no passado dia 16, via fax (o modo mais rápido) com as indicação que os papéis físicos tinham seguido via-correio e provavelmente não iam chegar a tempo de a FPC decidir.
Mas o fax não mente, e se mentisse, a mentira seria desmascarada mal chegassem os documentos físicos pelo correio. Logo, quando noutros casos se mostrou tão lesta a resolver alguns problemas que todos sabemos, a FPC bem que podia ter aceite como válido o fax enviado da Póvoa de Varzim e, imediatamente, conceder a autorização para que Luís Saldanha fosse, de imediato, reconhecido como substituto de Manuel Zeferino à frente da equipa.
Não foi antes de ontem que a papelada chegou à sede da FPC...
O que é que aconteceu e não foi explicado?
Isto:
O Luís Saldanha já estava inscrito na FPC como téncino - com o nível II - de BTT, e, naturalmente, já tinha consigo a respectiva licença.
Toda a papelada que chegou, no dia 16, há duas semanas, exactamente, à FPC estava correcta, cumprindo todos os pressupostos mas... ninguém se lembrou que o homem já era técnico desportivo com licença da FPC...
Logo, o que a FPC indicou à equipa da Póvoa de Varzim foi que seria necessário que o Luís Saldanha desse baixa, nos serviços de secretaria da FPC, da sua licença de técnico do Nível II, para BTT, de forma a ser aceite no seu novo estatuto de técnico de Nível III, que, de facto possui, mas que ainda não usou até ao momento.
Uma vez mais, burocracia, apenas burocracia...
Se o homem está tecnicamente habilitado para desempenhar as funções de DD de uma equipa se estrada - e isso nunca esteve em causa - bastava um pouco de boa vontade para lhe anularem a outra licença e aceitar de imediato a sua inscrição para o desempenho de novas tarefas. Mas não...
Muito gostam, na FPC, de complicar.
É esta a verdade.
Não foi um atraso de entrega de todos os documentos necessários, foi o facto de o Luís Saldanha já ser possuidor de uma licença, aparentemente - essa parte do Regulemento passei-lhe ao lado, está mais que visto - para uma vez mais a FPC ganhar tempo.
Pode engonhar durante 60 dias e parece estar disposta a fazê-lo lo mesmo.
Em prejuizo do Ciclismo português.
Mas regressemos ao Pedro Cardoso...
Aos 34 anos está à beira da despedida e ele, que sempre foi exemplar, tanto como Homem como Corredor, não merece que lhe preguem uma rasteira destas e o façam abandonar a carreira assim, saindo pela porta pequena, ele que - repito - por tudo o que fez pelo Ciclismo Nacional merecia outro tratamento.
Outros houve que com a mesma importância no pelotão que, nos dias de hoje, o Pedro é dos poucos que têm, bastou-lhes aprender - rapidamente - a mover a cabeça para cima e para baixo, sujeitando-se - porque disso não precisariam - à vontade do "dono" para hoje, finalmente, serem alguém no Ciclismo.
Anda, ou andou por aí a correr uma petição de apoio à presença da LA-MSS na Volta.
Na última vista de olhos que por lá deitei, havia 493 assinatiras, incluindo as dos brincalhões que, em mais uma nítida falta de respeito pela opinião de terceiros, se lembraram de assinar com nomes.... pelo menos estranhos.
Queremos a LA-MSS (com todos os seus melhores corredores) na Volta.
Independentemente de teram, ou não assinado a petição, lanço-vos aqui um desafio...
... não quero que escrevam mais nada. Não quero mesmo.
A este artigo quero que respondam com uma frase apenas, esta:
EU QUERO A LA-MSS-NA VOLTA A PORTUGAL.
11 comentários:
Tomando como verdade o que dizes em relação ao novo DD da LA/MSS/Povoa Cycling é pena que a U.V.P./F.P.C tenha dois pesos e duas medidas.
Se neste caso fez cumprir os Regulamentos e se eles existem é para serem cumpridos, pena é que noutros não o faça, continuando eu pois a observar em todas as provas que estou presente (excepção á PAD quem tudo direitinho) a ver constantes atropelos aos mesmos (o caderno de encargos do organizador também faz parte dos Regulamentos).
Eu até vou mais longe, será que as empresas prestadoras de serviços á U.V.P./F.P.C. têm tudo em ordem? Não me parece…
Eu na minha área actual do Ciclismo (estafeta moto) vejo-me constantemente renegado para segundo plano por causa dos pressupostos nos regulamentos não serem cumpridos!!!
Em 2002 quando me demiti do cargo que ocupava na A.C.P. foi por tentar cumprir integralmente os regulamentos, pois para contorna-los mais valem não existirem.
E mais não digo porque também não sei.
Em relação ao teu desafio e tendo em linha de conta os factos que hoje (29/07/2008 – 09:10) são do conhecimento público eu digo:
Quero a Equipa Continental LA/MSS/Povoa Cycling na 70ª Volta a Portugal edp
…mas muito sinceramente não me parece que isso vá acontecer.
QUERO A EQUIPA CONTINENTAL LA/MSS/PÓVOA CYCLING NA 70ª VOLTA A PORTUGAL EDP
EU QUERO A MSS-Póvoa de Varzim NA VOLTA A PORTUGAL.
Tudo que venha da federação já não me espanta, brincam com a vida das pessoas!!!
Joana Azevedo
EU QUERO A LA-MSS-NA VOLTA A PORTUGAL.
EU QUERO A MSS-POVOA DE VARZIM NA VOLTA A PORTUGAL 2008.
eu acho que ainda posso exigir um bocadinho, depois de tudo o que a minha familia "deu" ao ciclismo e pelo respeito que tivemos por ele (ciclismo).
Quanto ao nosso Pedro Cardoso nosso "velhote" beijos grandes és um senhor como sempre te dissemos, a única coisa que ainda nos puderia dar alento neste vazio que sentimos desde Maio nas nossas vidas, era a MSS estar na estrada,
abraços
um abraço
O problema neste país - não só no desporto - é o paradoxo entre a facilidade e a ligeireza com que se "pune" preventivamente qualquer situação antes de ser julgada e a dificuldade com que se aplicam as penas depois de uma condenação efectiva.
Ou seja, o sistema judicial, com a ligeireza dos indícios aferidos e apreciados por um(a) Juíz(a) de Instrução Criminal de 26 anos, remete um cidadão para uma prisão preventiva de 12 meses. E um homem está preso durante um ano sem ter sido julgado. Ao mesmo tempo que um Tribunal colectivo de 3 juízes, que avaliam provas a favor e contra, no caso de condenação, até suspende a execução da pena a maior parte das vezes. Ou absolve. Ou deveria absolver, mas como o cidadão já cumpriu preventivamente um ano, acabam por o condenar indevidamente nesse ano de prisão prisão, só para manter a face do sistema.
Ou seja, o que verdadeiramente pune as pessoas é o pseudo-processo das suspeitas, dos indícios. O processo em si mesmo, com garantias de defesa, devidamente avaliado, julgado e decidido raramente produz efeitos condenatórios ou absolutórios.
A nossa justiça vive na precariedade das decisões urgentes baseadas em aparências ou indícios, na precariedade das providencias cautelares, na precariedade das suspensões das suspensões preventivas...
E vive nos atrasos que a incompetencia investigatória das Polícias já não consegue disfarçar. è bom que se perceba que " a melhor polícia do mundo" ou obtém uma confissão, ou arrasta, arrasta o processo porque não sabe como fazer. Vamos a ver quanto tempo vai demorar ainda o resultado da prova pericial dos materiais apreendidos. É que em França fazem a coisa em 5 dias...e obtêm a prova irrefutável contra o ciclista em tempo útil. O Riccó não foi suspenso da competição por lhe ter sido apreendido uma seringa que vai ser analizada e que daqui a seis meses é que vamos saber para que tinha servido. O Riccó foi suspenso porque já havia prova científica conclusiva, certa e irrefutável contra ele.
No desporto, agora mais que nunca, está-se a viver o sistema caótico, ineficaz, anti-democrático e que não serve ninguém.
A regra usada nos países civilizados é a de que até à sentença condenatória a presunção de inocência é mesmo levada a sério. Ninguém é limitado na sua vida só porque existe um processo a correr contra si (excluem-se os casos de flagrante delito comprovado, obviamente). E quando acontecem condenações, cumprem-se a sério até ao úlitmo minuto. Não há suspensões de pena, não há liberdades condicionais, não há liberdades precárias.
Ou seja, é o sistema, "pão, pão, queijo, queijo".
É que o direito serve para regular a vida. Actualmente, o direito tem servido em 90 % para regular o próprio direito. E a vida das pessoas - princípio e fim da existencia do direito - é deixada ao ritmo da inventiva e da criatividade processual. As decisões judiciais já não versam os casos da vida. Actualmente, bastam-se em decidir sobre a validade de outras decisões judiciais. Em efeito dominó...
Já não interessa se se é inocente, já não interessa se se é culpado. O que interessa é arranjar um mecanismo processual que possa atingir o adversário. E daqui a cinco anos, quando o assunto transitar em julgado, o que é que interessa o que aconteceu agora ? Já não há nada a fazer... o mal ou o bem já produziram os seus efeitos....
Eu quero a Equipa Continental LA/MSS/Povoa Cycling na 70ª Volta a Portugal EDP.
Ricardo Silva
EU QUERO A LA-MSS-NA VOLTA A PORTUGAL.
EU QUERO A LA-MSS-POVOA DE VARZIM NA VOLTA A PORTUGAL 2008
A Paciência é amarga,mas o seu fruto é doce
um abraço a toda a equipa
Paulo Cardoso
Eu quero a LA-MSS-PÓVOA DE VARZIM na Volta a Portugal 2008.
É vergonhosa a forma como a UVP/FPC e João Lagos Sport/PAD se estão a comportar! Dá imenso jeito à LagosBike ter uma equipa como a LA-MSS de fora (e eu sou benfiquista)...
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