domingo, maio 18, 2008

II - Etapa 68

CARAMBA!... COMO EU SOU CHATO...

Tive hoje, pela primeira vez, nesta edição, oportunidade de ver o directo da Volta a Itália.
Confesso que estou um pouco por fora. Também a informação, pelo menos a escrita, não tem sido muita.

A etapa de hoje, não sei se repararam, mostrou como os italianos - nomeadamente a RCS, um dos maiores organizadores de Corridas - não percebem nada de Ciclismo!

Então não é que, terminando a etapa com um circuito, depois de se passar a primeira, e uma vez só, pela meta, nessa passagem se ouviu claramente - eu ouvi - uma sineta a tocar? Tsch, tsch, tsch...

Recordam-se de eu aqui ter apontado a falta dessa mesma sineta nos finais da etapas da Volta a Portugal, nos dois últimos anos, quando houve uma mão cheia de etapas a terminarem à segunda passagem pela meta.

Obtive meia dúzia de respostas, sempre a negar-me a razão.
Que não. Que a sineta é só para Corridas em Circuito, com várias passagens pela meta, para assinalar a entrada na última volta, e outras mais ou menos do mesmo género.

Não é.
Sempre que o pelotão passar pela linha de chegada, sem que aconteça ali o fim da etapa, é obrigatório que essa passagem seja assinalada, não só com um sinal sonoro - mantém-se, por tradição, a velhinha sineta - como com um placard a informar que falta uma volta.
Mais, toda a sinalética que marca a aproximação à meta final, não pode estar - a alternativa é estar, mas tapada - à vista, de forma a não induzir o pelotão em erro.

Ou acreditam mesmo que os italianos não sabem os regulamentos e nós por cá é que somos os maiores?

Lá estou eu a lembrar-me outra vez da sacana da coluna militar onde todos os soldados vão de passo trocado e só o nosso querido rebento vai ali, certinho...

5 comentários:

Paulo Sousa disse...

Realmente Madeira não sei que te diga.
Vou citar-te parcialmente "é obrigatório que essa passagem seja assinalada", diz-me onde leste isso?

E porque será que só o que é estranjeiro é bom?

mzmadeira disse...

Não é uma questão de qualidade. Nada disso...

Os italianos (ou estrangeiros) não tocam a sineta melhor do que nós...
Espera aí!... Será por não saberem tocá-la é que não a usamos?

Onde é que eu li, caro Paulo?
Muito provavelmente no mesmo sítio onde os responsáveis da RCS o leram.

Ou achas que tocam a sineta qual elefante de zoo só a troco de um punhado de amendoíns?

(Paulo, a resposta é um bocado para o tolo, mas confessa que a pergunta também não era lá grande coisa!... Sempre considerando-te!...)

Não podem é ignorar que TOCARAM A SINETA, hoje, quando da primeira passagem pela meta...

Paulo Sousa disse...

Madeira,

Eu só questiono a questão da obrigatoriedade.

Coloco-te a seguinte questão...
A corrida X passa no local da meta final e vai ainda percorrer mais 50KM antes de terminar, pela tua logica deveria tocar a sineta certo?

Madeira, esquece a sineta e não se deve afirmar nada sem sustentação (1-0 ganho eu).

mzmadeira disse...

Caro Paulo, estamos a discutir uma simples questão de português. Adaptada depois às regras do Ciclismo.

Comecemos por aqui:
Sempre que a Corrida seja - mesmo em parte - em circuito, a penúltima passagem pela linha de meta (não se diz se é a primeira ou segunda ou terceira... é a penúltima passagem pela meta) deverá ser assinalada com o auxílio de, passe a expressão, sinal indicador de que a próxima passagem pela meta é final da etapa/circuito. Esse aviso deverá ser sonoro - a tal sineta - e visual, um placard a dizer que falta UMA volta.

Em português, circuito é uma Corrida, com UMA OU MAIS voltas que chega ao mesmo local de onde parte.

Interpretemos, pois, o que será um Circuito no final de uma etapa em linha.
Equivale a um troço dessa etapa que, depois de uma promeira passagem pela meta - pode ser mais do que uma - vai dar uma volta (ou mais) e regressa àquele ponto.
Logo, não só não anula o que ficou escreito lá atrás, como o potencializa.

Se se passa a linha de meta e essa passagem não coincide com o final da etapa é obrigatório, primeiro... indicar, visionalmente, com um placard bem visível e com um anúncio sonoro, através de altifalantes instalados no local, que faltam... três, duas ou uma volta para que o risco de passagem passe a ser, em definitivo, o risco de chegada. E, na penúltima passagem, aquela imediatamente antes do final da etapa, esse aviso terá, obrigatoriamente que ser sonoro, com o toque de uma sineta, repetido o tempo suficiente para que TODOS os corredores que estão a atravessar o risco pela penúltima vez - que pode ser a primeira - saibam que entraram na parte final da corrida que ali mesmo terminará na aproximação seguinte.

Em Portugal, se hoje parece novidade este tipo de chegadas, basta recuar trinta anos para - e, felizmente ainda há gente viva, gente desse tempo - encontrar testemunhos desta verdade.

Eu não tenho culpa que o regulamento - adaptado - da FPC seja omisso neste caso. Mas tenho a certeza que dentro da mesma FPC podes encontrar quem te confirme que estou certo.

Estou certo. Podes crer.

E o melhor caminho para lá chegarmos é mesmo aquele que atrás deixei escrito: pega no regulamento pelo qual se regem os circuitos e, sem problemas de consciência, decalca-o para a parte final dessas etapas que são, para todos os efeitos... circuitos.
Passa-se pela meta e não acaba a corrida, inicia-se um circuito. A partir deste momento, vinga o regulamento dos circuitos.

E este circuítos finais só têm que obedecer a uma permissa: não podem ter menos de oito mil metros. Podem ter 20, 30, 40, 50 quilómetros, sim.

Se se passa mais de uma vez na linha de chegada, sem que isso seja o final da etapa, é obrigatório apresentar uma placa com o número de voltas que ainda é preciso cumprir até que, o toque da sineta anuncie que na próxima vez que ali se chegar... é o fim da etapa.

Portanto o teu 1-0 é anulado por "fora-de-jogo" e levas cartão amarelo. Na próxima corres o risco de ver o vermelho e seres expulso.

Ruben disse...

Eu vi essa etapa mas não me apercebi dessa situação. Acredito que tenha havido confusão ( mesmo assim essa situação é inadmissível porque com certeza que receberam a comunicação de que de facto a etapa iria ser encurtada ) porque inicialmente eram 2 as passagens pela linha de chegada, o que fazia com que a sineta fosse tocada nessa altura com o fim de anunciar que essa seria a entrada para a última volta do circuito, só que a etapa viria a ser encurtada e somente iria ser realizado esse tal "circuito" ( que deixava de o ser nesta circunstância) uma única vez, o que tornaria essa tal sineta escusada porque esse circuito deixou de o ser e essa passagem seria a meta, o que leva á pergunta porque será que isso aconteceu? será que foram informados da situação que a passagem dos ciclistas pela meta iria ser o final da etapa e por isso não fazia sentido tocar a sineta?

Se os regulamentos existem são para ser cumpridos ( e os responsáveis pela corrida devem se certificar que eles são cumpridos, sob pena de qualquer dia se entrar numa completa selva em que ninguém se entende), eles servem para que a corrida nessa situação de circuito possa decorrer de maneira normal e para evitar que se instale a confusão entre o pelotão