OS TESOURINHOS ESTÃO DE VOLTA
Sei que gostam de ir recordando passagens, ainda que soltas, da história recente do Ciclismo nacional que por aqui vão desfilando. O chato há-de ser a mesma explicação que vou repetindo. Mas ela é imprescindível para evitar más interpretações. Comecei – há já uns meses, é verdade, mas de vez em quando esfuma-se-me a vontade e páro – por arrumar, ano a ano, mês a mês, cronologicamente por dias, A BOLA. Depois passei ao Record e agora cheguei a O JOGO. É o único motivo porque agora estão a aparecer recortes deste jornal.
Hoje – ainda que com um dia de atraso, ontem dediquei-me aos anos de 1998, 1999 e 2000 – recordo os CAMPEONATOS DO MUNDO DE LISBOA, em 2001.
Foi em 1998 que a Federação Portuguesa de
Ciclismo viu serem aprovados os Mundiais em Portugal e a cidade candidata sempre foi Lisboa. O que gerou, vindo de diversos quadrantes, grandes polémicas.
Primeiro, e a memória dos Homens não será tão curta assim, pôs-se em causa a oportunidade de Portugal realizar os Mundiais; depois… depois iam caindo o Carmo e a Trindade pelo facto de a cidade escolhida pela FPC ter sido a Capital.
Primeiro, porque o País não precisava nada de gastar um dinheirão na organização de uns Mundiais; depois, outra vez, porque Lisboa não era o local indicado.
Escrevi muito sobre isto, na altura. Mais quando a decisão da UCI foi ratificada e eu já estava n’A BOLA.
Sei que gostam de ir recordando passagens, ainda que soltas, da história recente do Ciclismo nacional que por aqui vão desfilando. O chato há-de ser a mesma explicação que vou repetindo. Mas ela é imprescindível para evitar más interpretações. Comecei – há já uns meses, é verdade, mas de vez em quando esfuma-se-me a vontade e páro – por arrumar, ano a ano, mês a mês, cronologicamente por dias, A BOLA. Depois passei ao Record e agora cheguei a O JOGO. É o único motivo porque agora estão a aparecer recortes deste jornal.
Hoje – ainda que com um dia de atraso, ontem dediquei-me aos anos de 1998, 1999 e 2000 – recordo os CAMPEONATOS DO MUNDO DE LISBOA, em 2001.
Foi em 1998 que a Federação Portuguesa de

Primeiro, e a memória dos Homens não será tão curta assim, pôs-se em causa a oportunidade de Portugal realizar os Mundiais; depois… depois iam caindo o Carmo e a Trindade pelo facto de a cidade escolhida pela FPC ter sido a Capital.
Primeiro, porque o País não precisava nada de gastar um dinheirão na organização de uns Mundiais; depois, outra vez, porque Lisboa não era o local indicado.
Escrevi muito sobre isto, na altura. Mais quando a decisão da UCI foi ratificada e eu já estava n’A BOLA.

Eu sabia que havia outras localizações que poderiam atrair mais gente à estrada e devo ter falado nelas, já não me recordo. Mas testemunhei, por exemplo e em três anos consecutivos, que um dos locais que muita gente preferia, a zona de Santa Maria da Feira, nunca correspondeu em termos de público nos três Nacionais que aí se realizaram.
E sabia também, pelas vezes que a Volta a Portugal já tivera etapas da Volta – até Voltas – a terminarem em Lisboa a adesão do público não tinha sido por aí além. Etapas da Volta mas também do Grande Prémio A CAPITAL, do GP Correio da Manhã… até do Troféu Joaquim Agostinho.
O que eu sonhava era que a vinda das principais grandes figuras a Lisboa cativasse os lisboetas… Por isso me mantive na minha.
Depois, depois implicaram com a zona escolhida para palco das corridas.

Fiz entrevistas ao doutor Artur Moreira Lopes, ao Manuel Amaro, o “executivo”, ambos me mostraram planos, me falaram com tal entusiasmo que me contagiaram. E visitei, pelo menos duas vezes, o percurso, muito antes da data da prova.
Antes destes Mundiais já havia feito os de 1999, com as provas de crono em Treviso e as corridas de fundo em Verona e fiquei com poucas dúvidas que o traçado dos Mundiais de Lisboa não lhes ficavam a dever nada. Em nenhum aspecto.
Mas a polémica durou, durou, durou…
Ainda agora, quando arrumava – e relia – as páginas do jornal pude constatar que a mesma pessoa, um renomado técnico nacional que manteve uma coluna de opinião ao longo dos mesmos, “arrancou” com muitas dúvidas para terminar com o reconhecimento de que os Mundiais tinham sido um sucesso.
Lisboa não correspondeu?
Eu ainda viria a fazer os Mundiais de Zolder, no ano seguinte. Que, atenção, como sabem fica na Bélgica. E foi sempre a mesma coisa. O último quilómetro penhado de gente e, depois, ao longo do restante percurso – porque todos eles foram em circuito, com “molhinhos” de pessoas aqui e ali… Houve mais estrangeiros em Portugal do que propriamente portugueses?
Houve.
Mas eu ainda não me esqueci de figuras proeminentes do Ciclismo nacional que, a uma hora de Lisboa, de carro, fizeram questão de não aparecer.
Concluindo esta parte.
Defendi, com unhas e dentes – e vi-me envolvido numa polémica chata com um dos jornalistas que era um dos meus gurus, na altura (continuo a respeitá-lo muito, mas ele já não faz ciclismo há uns anos) – os Mundiais, em Portugal e em Lisboa e se fosse hoje tomaria a mesmíssima posição.
Porque sou teimoso?
Sim. Também.
Mas porque manda a tal regra da sensatez que se um produto se vende bem – até esgota – num ponto “x”, a obrigação de quem tem que controlar a sua venda é experimentar outros locais onde não seja tão habitual ter… clientes.
E se não se tivesse experimentado jamais o saberíamos.
Em desacordo, quanto a outros assuntos, mantenho-mo fiel ao apoio que então dei à decisão da Federação Portuguesa de Ciclismo e ao seu presidente.
De resto, e desportivamente, a prova correu de forma a ninguém botar defeito – muito devido ao trabalho de algumas dezenas de pessoas que ficaram sempre na sombra – mas aconteceram dois pequenos casos.
Primeiro, convocado para os sub-23, Nuno Ribeiro, então corredor do Gondomar, foi descartado – as palavras são dele e estão nos jornais da altura – às 23.30 da véspera do arranque dos Campeonatos.

Eu estive com ele, nessa tarde, num hotel ali para Sete Rios, onde a Selecção montou o Quartel General e, nunca o tendo conhecido como um rapaz exuberante – antes pelo contrário, sempre muito fechado –, já se adivinhava que seria ele o preterido.
E só falo neste episódio porque ainda não há 15 dias o Nuno foi o português mais bem classificado em Estugarda!
O outro caso não foi caso. Foi barraca mesmo.
No domingo, no dia da corrida principal, que haveria de consagrar

Na verdade, só soube depois de arrumar a tralha no final do dia de trabalho que fechava um ano louco, em que fiz, com pouquíssimos dias de intervalo entre elas, a Volta a Portugal, ganha pelo Fabian Jeker, da Maia; a Vuelta – onde Claus Möller (Maia) triunfou no Alto de Aitana e que foi ganha no último dia, no crono, por Angel Casero (Festina), crono no qual a camisola dourada – creio que a primeira Camisola Dourada – foi envergada até à Plaza de Cibeles por Oscar Sevilla… e depois o Mundial.
Definho – passe o exagero – só de recordar esse ano no qual, em menos de dois meses e meio fiz 50 dias de Ciclismo no exterior. Apetece-me desistir. Deitar a toalha ao chão. Morrer!...
Campeões (e medalhas) em Lisboa-2001
Elites Masculinos
Corrida de Fundo
OSCAR FREIRE (ESP)
Paolo Bettini (Ita)
Andrej Hauptmann (Esl)
(Rui Sousa, foi 24.º; Gonçalo Amorim, 37.º, Rui Lavarinhas, 63.º e Nuno Alves, 64.º)
Contra-relógio individual
JAN ULLRICH (ALE)
David Millar (GB)
Santi Botero (Col)
(Joaquim Andrade foi 26.º e Joaquim Gomes, 31.º)
Sub-23 Masculinos
Corrida de Fundo
YAROSLAV POPOVICH (UCR)
Gianpaolo Caruso (Ita)
Ruslan Gryschenko (Ucr)
(Sérgio Paulinho foi 23; Gilberto Martins, 57.º; Hugo Sabido, 61.º; Hernâni Brôco, 63.º e Hélder Miranda, 73.º)
Contra-relógio individual
DANNY PATE (EUA) – (lidera, pelo menos até hoje, a Volta ao estado de Chihuahua!...)
Sebastien Lang (Ale)
James Perru (AfS)
(Sérgio Paulinho foi 5.º - haveria de ser 3.º no ano seguinte, em Zolder -; e Hernâni Brôco, 14.º)
Juniores Masculinos
Corrida de Fundo
OLEKSANDR KVACHUCK (UCR)
Niels Scheuneman (Hol)
Mathieu Perget (Fra)
(António Jesus foi 29.º)
Contra-relógio individual
JURGEN VAN DEN BROECK (BEL)
Oleksandr Kvachuck (Ucr)
Niels Scheuneman (Hol)
(Filipe Cardoso foi 28.º e António Jesus, 32.º)
Elites Femininos

Prova de Fundo
RASA POLIKEVICIUTE (LIT)
Edita Punciskaite (Lit)
Jeannie Longo (Fra)
Contra-relógio individual
JEANNIE LONGO (FRA)
Nicole Brandli (Sui)
Teodora Ruano (Esp)
Juniores Femininos
Contra-relógio individual
NICOLE COOCK (GB)
Natalia Boiarskaia (Eus)
Diana Elmentaite (Lit)
1 comentário:
apenas umas curiosidades..
Em 1999 disputaram-se no percurso apresentado, com chegada a Belém, os Campeonatos da Europa de sub23, femininos e masculinos.
Foram transmitidos pela RTP2 em directo e ainda guardo as gravações.
Estive lá presente, até andei nas boxes das equipas estrangeiras, e foi nessa altura que me voltei a interessar pelo ciclismo que já há muitos anos (desde o falecimento do meu irmão em 1987)tinha posto de lado, limitando-me a ir ver a Volta na Estrela, ou em Portalegre.
O percurso que serviria de teste para os Mundiais de 2001, foi "chumbado", porque perturbava o transito da zona dos Jerónimos e Belém.
mas não terá antes sido uma manobra política do presidente da Camara na altura, porque havia ali um troço novo de via rápida por estrear em Benfica ?
Estive em 2001, a assistir a todas, mas todas mesmo, as provas.
Para tal, em especial nas provas de estrada, tive que me levantar da cama às 6 da manhã, para conseguir entrar com o carro na zona da corrida, ali em Monsanto, via Alcantara, pois o trânsito era cortado às 8.
havia mais estrangeiros no percurso porque provavelmente dormiram lá dentro. é que nem transportes publicos para lá havia.
O Eurosport transmitiu a prova na integra, ainda tenho as gravações, não estavam dependentes (e ainda bem...) da RTP, que deu uma barraca monumental.
foi também a minha estreia como "fotógrafo" curioso, (eheh), tinha comprado uma maquina digital há dias, e só sabia disparar em modo automático, nem sabia focar, não tinha lido sequer o manual.
foram uns dias muito cansativos.
além de ter que levantar cedíssimo, ainda tinha que levar o almoço e o lanche, pois não havia onde "abastecer". mas foram dias que nunca esquecerei.
o que me "doeu" mais é que havia tanto sítio para estacionar carros, e foram cortados os acessos. poderiam ter colocado placas a dizer "só para ver o ciclismo." e ainda assim não encheriam, nem de perto, o espaço disponível (nem no parque da Serafina, onde deixei o carro para ver os contra-relógios, nem no Alvito, onde vi as provas em linha). neste aspecto esteve mal a organização. não havia necessidade.
ou então aquilo era mesmo só para os cámones verem.
na zona da meta havia bancadas, pagas a peso de ouro.. e que estiveram quase sempre às moscas.
e aquelas barreiras horrorosas... bom sobre essas muito haveria a dizer.. eheh ainda duram, aquilo deve ser como o vinho do Porto, quanto mais velhas melhores...
e pronto, só queria dizer isto... recordar um pouco. esses dias foram especiais.
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