sexta-feira, outubro 19, 2007

940.ª etapa


HÁ (TEM DE HAVER) UM ESPAÇO DE EQUILÍBRIO
ENTRE A DURA LEX, SED LEX
E O "BODE ESPIATÓRIO"

Malgrado os dados alarmistas, decalcados de “estudos” que ninguém conhece – procurei nos sítios oficiais da UCI e da AMA e não encontrei… – e que, mais ou menos levianamente servem, de tempos em tempos, para justificarem o cadafalso onde, aparentemente, muitos gostariam de ver o Ciclismo a espernear, pendurado pelo pescoço;

apesar de, à falta de melhor – e como alguém já teve o discernimento suficiente para sublinhar – figuras com responsabilidade ao mais alto nível (UCI, claro) apontarem os “países do Sul, nomeadamente, Portugal e Espanha” como os mais suspeitos, isto quando [porque estavam a olhar para este lado], nas suas costas, na Alemanha, actuais e antigos corredores alemães, por exemplo, faziam fila para virem confessar ou reconhecer que a dada altura recorreram ao uso de produtos e práticas proibidas;

apesar de tudo isto nós, portugueses, podemos, olhando para lá dos Pirinéus, perguntar: quantos casos tivemos nós nos… digamos… dois últimos anos?

Que histórico – comparado – de casos de doping temos para que, naquele que aconteceu este ano, o Conselho de Disciplina da FPC tivesse querido ser mais papista que o papa?

E Porquê?

Porquê, com casos internacionais que, naturalmente fazem jurisprudência – e se um CD não sabe disto… ai, ai… –, o castigo aplicado inicialmente ao Sérgio Ribeiro era de… 32 meses? Quando os regulamentos prevêem um máximo de 24 meses…

Para que a FPC mostre serviço?
Junto de quem?
Do quê?
Para quê?
Porque quer marcar um espaço?
Assegurar um lugar?
Aonde?

E já não falo do lado humanista.
Não estamos – nunca estaremos – a falar de… CRIMINOSOS, quando se fala de um qualquer atleta que, prevaricando (?) acaba apanhado na teia… não, não misturemos a Lei com isto… dos REGULAMENTOS. Que não é exactamente a mesma coisa!...

Mas há esse lado humano que convinha que os doutos juízes tivessem em conta. Infelizmente, estamos na área do Ciclismo.

Se fosse – e desta vez, sustentando a minha opinião em casos tão vivos ainda na memória pública que me abstenho de aqui apontar um em concreto (nem o do futebolista Nuno Assis) – noutra disciplina… provavelmente a tentação seria até a de encobrir tudo.

O Sérgio está com 27 anos.
É um excelente atleta.
Sempre o foi.
Mas começa a faltar-lhe tempo para demonstrar que não precisava (se é que a isso recorreu) de doping para ser um dos melhores Corredores do nosso pelotão.

Quem, e porquê, demonstrando tão fria distância em relação ao Homem (para além de não saber ler os Regulamentos) não teve pejo em assinar por baixo um castigo que potenciava em ¾ o castigo – porque ele nem protestou esse mesmo castigo (não deveria ser tido em conta também?) – que os regulamentos prevêem?
Mas pronto.
Atempadamente – o Sérgio também nunca esteve sozinho – o erro foi emendado.

O seu castigo é aquele que se lê nos Regulamentos. 24 meses.
Terminará a 15 de Maio de 2009.

E se a FPC, por iniciativa própria e tendo em conta a carreira, o quanto ele deu ao Ciclismo português e porque não tem antecedentes“roubasse” seis meses a este castigo permitindo ao Sérgio estar livre, sem impedimentos, no final do próximo ano, de forma a poder ser considerado reforço de qualquer equipa para 2009?

O que é que nós perdíamos?
O que é que a FPC perdia?
O que é que o Ciclismo nacional perdia?

Fica à consideração da Federação Portuguesa de Ciclismo.

E, conhecendo, como conheço, o doutor Artur Moreira Lopes…
Não perdíamos nada, doutor!

Às malvas, com o regulamento frio e impessoal. Para além do "calhamaço" dos Regulamentos... HÁ PESSOAS!
Como médico, não acredito que não compreenda o meu ponto de vista!...

O rapaz fez muito mais pelo Ciclismo português dos que o Conselho de Disciplina e, sem querer mandar… às malvas a lei
Que bem ficaria um pouco mais de humanidade na sua aplicação…

Fica aqui, publicamente, o meu pedido pessoal.
Se houver qualquer brecha na legislação – que eu desconheço e nunca pretendi conhecerdoutor Artur Lopes… use-a.

Os adeptos do Ciclismo saberão ler a mensagem que isso significaria.

Que nós, em Portugal, não somos aquela cambada de dopados que a UCI parece querer fazer de nós.

Sem comentários: