sexta-feira, agosto 04, 2006

180.ª etapa



DE IR ÀS LÁGRIMAS!...



... a rir, claro. Sei que o assunto é demasiado sério para ser recebido com um sorriso, mas o que li hoje só me faz rir. Então, um corredor - presume-se que profissional - dá uma entrevista, que terá chegado a Portugal via agência, na qual dirá que, cito, «Sem doping ninguém vence»... Corredor do qual não se sabe o nome... nada! Como é que eu nunca me lembrei de fazer uma "entrevista" assim?... Ao menos o Jesus Manzano, que não pode sequer chegar-se ao pelotão - e levou quase ao ostrascismo o jornalista que recolheu o seu depoimento - teve a coragem de dar a cara.

Mas já estou a imaginar manchetes nos desportivos: «Jogador, que não quer que se revele o nome, garante que, sem ser em fora de jogo não se marcam golos».

É mentira!..., exclamarão quase todos. Toda a gente sabe que se marcam golos perfeitamente legais e até se marcam muitos. É verdade. E não se ganham corridas sem recorrer ao doping? Não???

E um serviço de agência com esse conteúdo, teria alguma espécie de aceitação por parte da comunicação social (agora vai em caixa baixa de propósito)? Expor-se-iam a esse ridiculo? Eu acho que não... mas isso sou eu...

A entrevista (???) foi tão bem aceite que, a dado ponto se se refere ao tal "ciclista" como o... BUFO. Pois. Mas lá saiu.

Entretanto, Jan Ullrich volta a ser notícia. Terá gasto 35 mil euros em produtos proíbidos.
Claro que não vou perder os próximos números. Pode ser que alguma agência revele quanto gastou o Justin Gattlin... ou o Ben Johnson...

E vou ver se descubro quem terá sido a "estrela" que conseguiu «seis vitórias importantes» em... 2000, passaram seis anos, mas pode ser que consiga alguma pista.

Mas porque é que nunca me lembrei de "fazer" uma entrevista destas? Será porque sou sério?

2 comentários:

Jorge-Vieira disse...

Viva amigo Madeira:

Pura e simplesmente lamentável, já não chegava o que se passou antes e depois do Tour, com os escandalos da Lberty, CSC, T-Mobile e Landis no final, e agora ainda lançam mais achas para a fogueira... pior ainda quando isso é dito por um profissional da modalidade, não merece mais qualquer tipo de cometário.
Quanto ao Ullrich, é pena ver um ciclista do nível dele, estar onde está, e agora começa a fazer algum sentido o porquê de ele não se defender da acusão que foi alvo, isto na sequencia da Operação Puerto, e com isso levar ao seu despedimento da T-Mobile.
Esperemos que agora na Volta a Portugal não exista nenhum caso parecido.
Não me lembro de um período tão negro para o ciclismo....

Um abraço

Jorge Vieira



P.S. - Amanhã iremos ter ainda mais "festa", com o resultado da contra analise de Floyd Landis.

mzmadeira disse...

Caro Jorge Vieira,

obrigado por vir a colaborar neste espaçozinho sem pretensões.

O que me choca mais é... que credibilidade dar a estas notícias? Confissões sob anonimato? O Manzano deu a cara... Eu também posso ligar a um jornalista, dizer que sou corredor e "pintar a manta". Se o jornalista for profissional, sem confirmar a história não a publica...

Quanto ao aproveitar o serviço de agência... Não haveria mais nada para por ali? Não terá ficado de fora uma notícia sobre uma qualquer modalidade para que se deitasse um pouco mais de... gasolina no fogo?

Eu sei que os jornais não têm que tomar a defesa do ciclismo. Mas também não têm que o espezinhar.

É uma opinião minha, Manuel José Madeira, e defendê-la-ei frente a quem quer que seja.

Já li quem acusasse os jornalistas mais ligados à modalidade de serem coniventes. Nem tanto ao mar nem tanto à terra. Nem conivente nem "coveiro".