segunda-feira, agosto 14, 2006

200.ª etapa



CHAMEM O JOÃO PINTO!!! (PROGNÓSTICOS, SÓ NO FINAL!)


Em relação à etapa de hoje…
Bem, no estado em que as coisas estão, já me parece mais fácil acertar no Euromilhões!
A etapa está claramente dividida em duas partes, com a passagem pela Torre a servir de meridiano. Só que daí até à meta ainda faltam 76,6 km, dos quais 21,2 são em descida quase constante. Sobra muita corrida, depois da grande dificuldade do dia.

Ficou provado hoje que Cândido Barbosa não atira a toalha ao chão. O seu objectivo – ganhar a Volta – mantêm-se intacto e, como disse, a equipa hoje teve alguns momentos para “descansar”, pelo que não me admiraria nada que amanhã a LA pusesse a “carne toda no assador”. Falta saber o do que é capaz Pfannberger. O camisola amarela tem feito pela vida sozinho. Devagar, aproximou-se da frente e hoje chegou mesmo ao ponto mais alto do pódio. Vai, concerteza, “agarrar-se” ao grupo que lhe der maior garantias de o levar até ao Fundão, sendo que, a acontecerem cortes significativos no pelotão – o que acontecerá quase de certeza – no grupo onde for o Cândido não o vão querer. E David Blanco será outro das “persona non grata” num eventual grupo da frente, junto ao Cândido.

A Barbot-Halcon ainda sonha com a possibilidade de levar Claus Möller o mais perto possível – até ao minuto, minuto e pouco – da frente, pois o dinamarquês é um dos mais sérios candidatos a vencer o contra-relógio de terça-feira. Carlos Pinho, que está a fazer uma Volta espectacular – é o segundo, coisa que, se a memória não me atraiçoa, nunca conseguiu ser, a dois dias do final, nas muitas Voltas que já fez –, amanhã, na subida estará certamente com os da frente mas não tem a mínima chance no “crono”.

Falta a Maia-Milaneza. Rogério Batista e Afonso Azevedo são cartas fora do baralho. Se Manuel Zeferino quiser dar-lhes a oportunidade de completarem a sua primeira Volta a Portugal, terão que fazer a sua corrida no tal “autocarro” que por certo se formará logo na primeira abordagem à Serra da Estrela. Se os usar na estratégia que irá montar para se reaproximar do primeiro lugar… não chegam ao Fundão. Sobram, para além dos desgastadíssimos Bruno Castanheira e Pedro Andrade – que deverão ser os primeiros a protagonizar uma eventual reacção maiata ao que hoje aconteceu – e depois Danail Petrov, Bruno Pires, Pedro Cardoso e João Cabreira. Petrov e Cabreira são os que têm melhores hipóteses no contra-relógio, por isso não será de estranhar que os outros três, todos muito bons trepadores, assumam as intenções da equipa a partir de São Romão, depois da descida do Sabugueiro para Seia e quando se inicia a subida para a Torre.

Vai ser aí que a etapa se vai desenhar. Agora, no meio de tantas surpresas, quase que diria que não acontecer nenhuma amanhã seria… a grande surpresa desta Volta. Que está linda de se ver.

Vença quem vier a vencer, já ganhou o ciclismo português. E, sem querer “beliscar” o excelente trabalho que a RTP está a fazer - e de passar a Volta na RTPInternacional -, digam-me, não teria sido muito, mas muito interessante se a Eurosport estivesse a mostrá-la a toda a Europa?

(A RTP não sairia nada beliscada, pois as imagens seriam sempre as suas…)

Pessoal da organização… pensem nisto. Que grande propaganda teria sido para o ciclismo nacional. Podíamos era “perder” alguns dos jovens valores para equipas estrangeiras, mas, pelo que já li, pelo menos a equipa que a Galiza vai apresentar para o ano no pelotão Profissional já andou cá a espreitar. E a Comunitat Valenciana – que vai ter que encontrar outro patrocinador – até anda cá na corrida.

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