sábado, agosto 05, 2006

183.ª etapa



ETAPA PARA "AQUECER"... O TANAS!



Também, quem é que ia precisar de aquecer sob aquele escaldante sol alentejano? Tivemos foi a oportunidade para ver excelentes momentos de ciclismo que, ao dar em directo na televisão, só pode ter sido uma impagável propaganda da modalidade. Estão, pois, de parabéns os bravos do pelotão.

E começo pelo fim. Espectacular o trabalho da LA Alumínios-Liberty que, como já tive oportunidade de escrever, mais do que uma vez, é a única formação portuguesa capaz de fazer aquilo. E digam-me lá, mesmo no Tour - no Tour deste ano - quantas vezes vimos um sprint tão bem desenhado? Aliás, a LA fá-lo porque tem dois homens exímios neste trabalho: Pedro Lopes e David Garcia. E a mecanização entre os dois e Cândido Barbosa está de tal forma "oleada" que quase atropelaram o pobre do Nuno Ribeiro. E o remate final do Cândido é arrebatador. A forma como ele solta os seus sentimentos é contagiante, por isso o povo gosta dele. E hoje ficou a gostar ainda um bocadinho mais.

No resto, só tenho a sublinhar a situação apertada vivida pela Maia-Milaneza que, ao não colocar nenhum homem na fuga se viu obrigada a ter de impôr o ritmo lá atrás, mas os tempos de Gonçalo Amorim, Paulo Barroso, João Silva, Carlos Carneiro e companhia já lá vão, e hoje Manuel Zeferino tem de fazer a omolete com os ovos que tem. Mas tinha de ser... Aliás, tacticamente a etapa foi perfeita. Sendo verdade que era imprescindível não deixar que a vantagem dos fugitivos aumentasse até ser irrecuperável, também é verdade que a parte final desse trabalho é sempre bem mais dura, por isso a Maia ficou com a primeira parte da despesa, deixando para a Comunitat Valenciana e Barloworld o trabalho de levar o pelotão aos 60 km/hora para anular a fuga.

As quedas são normais nos primeiros dias de qualquer grande corrida. É o nervoso, é estar num pelotão bem maior do que o habitual... é ciclismo. Espero que não haja consequências. Infeliz esteve Rui Lavarinhas. Entrapado num dos braços, lá foi outra vez ao alcatrão, e não queiram saber o que é uma queimadela num alcatrão a ferver!

Por último, mas não o último, Hugo Sabido. Muito bem o português da equipa que veio defender a vitória do ano passado e mete logo dois homens nos primeiros três. Também é candidato.

Amanhã devo estar em Lisboa. Para matar saudades. Citando Sérgio Godinho: «Eu matar não gosto muito, mas saudades é diferente!...»

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