[Acordo Ortográfico] # SOU FRONTALMENTE CONTRA! (como dizia uma das mais emblemáticas actrizes portuguesas, já com 73 anos, "quem não sabe escrever Português... aprenda!») PORTUGUÊS DE PORTUGAL! NÃO ESCREVEREI, NUNCA, NUNCA, DE OUTRA FORMA!
sábado, agosto 12, 2006
198.ª etapa
PODEM TENTAR EXPLICAR... MAS EU NÃO VOU PERCEBER!
A Volta a Portugal vem a crescer em alguns aspectos - se fui eu próprio quem o escreveu!!!... - mas noutros continua a ser pequenininha. Não pretenda a Organização "dormir sobre os louros" que ainda tem muito que fazer e há coisas que, hoje em dia, já não é possível aceitar.
Podem tentar explicar... mas eu não vou perceber!
Em nenhuma grande corrida se vê o que por cá parece ser impossível evitar: ter carros na estrada e ter os corredores, em solitário ou em pelotão, a necessitarem de golpes de rins para evitar carros mal estacionados; ver camiões tamanho de um comboio parados numa curva, onde os corredores procuram encurtar o mais possível a sua trajectória; ver carros, ainda que pela berma, "ganhar" alguns metros - como se disso dependesse a vida do seu condutor - mal o batedor da GNR sai do campo de vista do seu retrovisor...
Mas isto só acontece porque há carros no percurso da corrida. O que não acontece, no Tour, por exemplo.
E se me disserem que no Alentejo, de Castro Verde a Beja, por exemplo, é difícil encontrar uma alternativa tão rápida quanto o IC2... ainda aceito. Mas no Norte? Onde há estradas e caminhos numa rede onde qualquer um que não conheça se perde, mas que leva sempre aos mesmos sítios?
E lá volto eu à... Vuelta! Que querem? Se o exemplo é bom... usemo-lo até à exaustão, se tal for preciso.
Para além de não ser impossível, é OBRIGATÓRIO "dar" aos corredores TODA A ESTRADA.
Sem carros em movimento, sem carros estacionados. Claro que, se o que se faz é mandar parar o trânsito na cabeça da corrida, três, quatro quilómetros à frente, no máximo, pode-se encontrar de tudo. Até um camião parado bem na parte de dentro de uma curva como ontem vimos. Ah! tinha os quatro "piscas" a funcionar. Ok... mas estava no caminho mais curto para os corredores. Isso ninguém o negará.
Estamos a ter, desportivamente, uma das mais belas corridas - contando com Giro e Tour - a que este ano já podemos assistir, mas há estes pequenos pormenores. Meus senhores, no Tour - que é aquele que está mais fresco na nossa memória - também se anda por estradas secundárias com casais, quintas, quintinhas, pequenas aldeias à sua beira. É impossível controlar todas essas entradas na estrada? Os franceses parece que são capazes!
Vêem carros na estrada?
E, nesta Volta, já vimos carros arrumadinhos, bem estacionados em parqueamentos... na aproximação a uma meta volante. É um exemplo. Em Espanha, na Vuelta, não estariam lá e o pelotão teria todo o asfalto para si.
Os portugueses são maus cidadãos. É verdade. Não respeitam as ordens da polícia. É verdade. Mas ponham uma brigada de "sweepers" a trabalhar na madrugada que antecede a chegada a qualquer localidade e logo vêem. É assim que se faz lá fora. 48 horas antes colocam-se sinais a "convidar" os automobilistas a não usarem aquele lugarzinho de estacionamento no dia da passagem da corrida e, antes de a corrida ter partido no local A, já no local B, na chegada, os reboques da polícia estão a trabalhar. E a verdade é que não há carros nos arruamentos de aproximação à meta. Porque a polícia, lá, manda. E porque as autoridades cívis mandam a polícia "limpar" tudo. Sem olhar a quem.
Cá... não se pede à polícia para não chatear, não se pede às autarquias para não obrigar os autarcas a parecerem os "maus da fita"; por sua iniciativa, a polícia não quer "limpar" tudo, porque no "tudo" estão os carrinhos de gente importante que não querem "incomodar"... e anda-se nisto. Falta UMA VOZ de comando. Quem mande mesmo.
Por isso continuamos pequeninos. Por isso continuamos a ter chegadas em descampados - como em Beja - apesar de as pessoas, na sua paixão pelo ciclismo lá terem chegado. Porque ali não se "imcomoda" ninguém e por mais uma nova razão, que só traz mais uma voz a "mandar"... em seu proveito. Não se fazem algumas chegadas que seria espectaculares porque não "cabe" lá a estrutura da RTP. Ok... faça-se a Volta à vontade de todos, menos dos principais interessados. Os corredores e o povo que, com o seu calor, justifica o esforço dos primeiros.
Louvem-se as autarquias como São João da Madeira ou Fafe que fazem questão de receber o pelotão no seu coração. Por acaso... cabem lá as estruturas de toda a gente.
A organização devia escolher a melhor chegada e fazer ver às autarquias que ERA ALI que a etapa TINHA que chegar. Estas só teriam que "limpar" a zona e todos os outros adaptarem-se às condições oferecidas.
Mais um exemplo espanhol. Quem conhece Cuenca? É uma cidade pequena - no parâmetro espanhol - com uma zona histórica bem delimitada, de ruas estreitas e... vejam só, com uns paralelos e umas subidinhas que dão alguma emoção à etapa. Adivinhem por onde passa o pelotão...
O ano passado, depois de passarem a placa que marca a entrada na cidade, até à meta, que fica mil metros - pouco mais - à frente, o pelotão faz cerca de 8 km passando por 32 (TRINTA E DOIS) arruamentos COMPLETAMENTE LIMPOS E FECHADOS A QUALQUER ESPÉCIE DE TRÂNSITO. O ano passado, quando lá estive, pude ler que TODOS os efectivos de todos os ramos das forças policiais locais e nacionais tinham sido mobilizados... quase 300 polícias para a quase centena e meias de cruzamentos dentro do perímetro urbano.
A raia não é apenas perceptível pelo restolho e mato, do lado de cá, e o verde do semeado, do lado de lá...
Eu sei, eu sei... por acaso nunca procurei saber quanto custam estas operações policiais à organização. Se calhar pouco mais do que cá... se calhar... nada! É outra realidade.
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