segunda-feira, agosto 14, 2006

201.ª etapa



AINDA SEM VENCEDOR FINAL DEFINIDO, A DUJA-TAVIRA GANHOU HOJE A SUA VOLTA


Nova etapa, novo vencedor, novo líder e mantém-se intacta a luta pelo triunfo final. Esta ligação entre Gouveia e o Fundão, com passagem pelas imediações pelo meio, envergou, perfeitamente, a roupagem que tem caracterizado a Volta.

O austríaco Christian Pfannberger não conseguiu aguentar o ritmo imposto, sempre pelos homens da LA Alumínios e, tal como todos os anteriores líderes, não manteve o “trono” mais do que 24 horas. O novo líder, e penúltimo – isso é quase certo – é o veterano Carlos Pinho, da Barbot-Halcon. Um justo prémio para esta formiguinha de trabalho que sempre soube dar o melhor de si a todas as equipas por onde passou. É quase um prémio carreira, isto de amanhã sair de amarelo.

Do facto de a Torre não ter sido final de etapa já se falou o suficiente e, tudo o que agora se dissesse era “chover no molhado”. A Volta está desenhada há já algum tempo, e era ESTE o percurso a vencer pelos corredores.

Com muita coisa ainda por decidir – o vencedor do Prémio da Montanha, por exemplo – o pelotão só tinha que ultrapassar estes 144,1 quilómetros e os grandes vencedores do dia foram, sem margem para quaisquer espécie de dúvidas, os algarvios da DUJA-Tavira.

Brilhante a estratégia montada por Vidal Fitas - a confirmar que temos técnico - ainda que com uma pontinha de sádica. Livre de quaisquer marcações porque não punha em perigo as pretensões dos mais fortes, não foi difícil – o que não lhe retira nem um miligrama de valor – a Nélson Vitorino escapar ao grupo principal e adiantar-se a caminho do cimo da Estrela e rapidamente ficou claro que Hélder Miranda, “tábua de salvação” improvisada para evitar o “afundamento” da Riberalves-Alcobaça não era mesmo a opção mais acertada para lutar por este prémio. Ao contrário, a DUJA-Tavira que garantiria para si o título de “reis” da montanha só com o Nélson Vitorino, ainda teve a “desfaçatez” de, a algumas centenas de metros do topo fazerem sair o jovem Ricardo Mestre – que arrebataria o prémio – coadjuvado pelo “rei” deposto: Krassimir Vassilev. Três tavirenses na frente, nas imediações da Torre e Nélson Vitorino a continuar a servir de “engodo” na descida, quase até Manteigas, para, um pouco mais à frente, Krassimir Vassilev arrancar rumo à terceira vitória em etapas para a DUJA. Brilhante.

Se é verdade que as nove etapas tiveram nove vencedores diferentes, a equipa de Tavira arrecadou um terço dessas vitórias e só poderá ser igualada pela LA Alumínios, se for desta equipa o vencedor do “crono” final.

LA que voltou a assumir o estatuto que tem – é a mais forte equipa neste pelotão – e, muito à custa de um trabalho quase perfeito dos inexcedíveis Nuno Ribeiro e Rui Sousa logrou o seu principal objectivo: colocar Cândido Barbosa o mais a jeito possível para atacar amanhã a vitória final. Muito graças ao esforço dos seus dois companheiros, o corredor de Rebordosa amealhou seis segundos de bonificação nas três metas volantes e, malgrado a fuga de Vassilev, que “queimaria” os dez segundos de bonificação à chegada, só não recortou ainda mais a sua desvantagem para o primeiro lugar porque, já a meio caminho entre a Covilhã e o Fundão um trio composto por José Rodrigues (Carvalhelhos-Boavista), Pedro Cardoso (Maia-Milaneza) – o responsável pela iniciativa – e Juan Gomis (Comunitat Valenciana) logrou adiantar-se e segurar a curta vantagem até à meta. Mas o Cândido viu reduzida a sua diferença em relação ao seu grande objectivo de 1.28 minutos para os 54 segundos. Será o suficiente? Será pouco? Isso só amanhã saberemos.

Neste momento, e quando só faltam 39.600 metros para terminar a Volta, distância essa que cada um dos corredores cumprirá em solitário, há 2.08 minutos a separarem o 11.º (Claus Möller) do 1.º, Carlos Pinho, curiosamente, ambos companheiros de equipa na Barbot-Halcon. Com todo o respeito, o 12.º, que é o Nuno Ribeiro (a 2.34), já não conta, nem para a etapa, nem para a classificação final, no que respeita aos primeiros.

O vencedor do “crono” fará um tempo muito próximo dos 53 minutos e, sinceramente, não creio que mais do que 5 corredores façam a etapa entre os 55 minutos e aquela fasquia que calculei. O que significa que as diferenças serão bastante grandes. Claro que há que contar com a falta de motivação de 4 quintos do pelotão, uma vez que já muita pouca coisa há em jogo, passe a heresia de dizer isto quando não se pode sequer apostar num vencedor da Volta. O mais regular está encontrado, é Cândido Barbosa; o rei da montanha também, mas Ricardo Mestre ainda pode somar outra camisola à azul, a da juventude. Há apenas 19 segundos entre ele e Tiago Machado nessa segunda frente de luta ainda ao rubro.

Entre o vermelho e o amarelo… vamos ver quem verá acender-se a luz verde para o triunfo.

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