VIVA! VIVA! VIVA!...
Três vivas, pois! Começo a ficar sem palavras para descrever esta Volta. Está… E.S.P.E.C.T.A.C.U.L.A.R.
Sexta etapa, sexto vencedor de etapa, 5.ª mudança de líder e de camisola amarela. Só em Beja é que o corredor que saíra de amarelo, mas à condição, teve oportunidade de a luzir no pódio. Algo que, se não for inédito andará lá muito por perto.
E com os jovens a fazerem a corrida. Isso é ainda mais importante. Luís Bartolomeu a vender cara a derrota, em Lisboa, onde Manuel Cardoso foi investido como líder; Micael Isidoro, Joaquim Gregório, Hélder Oliveira, Sérgio Sousa, Gilberto Sampaio, Bruno Barbosa, Celestino Pinho, Vítor Carvalho, José Martins… Tiago Machado e Ricardo Mestre.
Quem pode ficar indiferente a esta demonstração de força da nossa juventude? O nosso pelotão tem sangue novo e sangue que ferve nas veias. Jovens atletas a mostrarem o seu valor numa das mais difíceis disciplinas que há no desporto. Viva! Viva! Viva!
Depois de uma efémera (como em todas as vezes) passagem pelo dorso de um espanhol (por acaso galego, que é nosso irmão) a camisola amarela foi reconquistada para Portugal. Por um jovem. Um jovem que já vinha a dar nas vistas, que todos já sabíamos ser bom na montanha e que hoje o demonstrou. Estou emocionado.
É mais do que certo que a Volta acabará no palmarés de um corredor mais consagrado, mas esta Volta’2006 ficará nas nossas memórias como a Volta dos “Jovens Lobos”. Jovens lobos que, pela primeira vez, saem à caça e mostram que já não precisam da ajuda dos progenitores. Estão, quase todos eles, como ficou demonstrado na lista que escrevi, uns jovens lobos adultos. Tenham cuidado com eles.
Que boa é esta sensação de segurança que todos nós devemos sentir em relação ao futuro do ciclismo em Portugal. Com juventude como esta…
Não os percam. Não os deixem perder-se. Acho que é só o que me apetece dizer agora.
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De resto, esperava sinceramente que esta etapa fosse muito movimentada, mas esperava outros protagonistas. Em conversa que mantive com um dos meus companheiros destacado para cobrir a Volta, pouco mais de uma hora depois da partida, dizia eu que eram de esperar ataques. Não me referia à corrida que aconteceu, mas àquela que muitos esperariam. Na véspera do dia de descanso pensei que as equipas dos grandes favoritos mostrassem um pouco o seu jogo.
Dizia-me aquele meu companheiro que esses ataques só aconteceriam no sábado, na etapa da Senhora da Graça e eu, pensando que percebo alguma coisa disto, respondi-lhe que se fosse director-desportivo era hoje que punha as minhas cartas na mesa. E expliquei-lhe: no sábado não há nada que valha a pena defender. Sábado é dia para se atacar e quem já tiver um “golitos” marcados leva vantagem. Esses “golos” teriam que ter sido marcados hoje.
Até hoje aceito que tenha havido equipas que preferiram gerir atrasos em vez de ter de defender o primeiro lugar, evitando desgastes prematuros. Mas, se no sábado ninguém tem nada para defender e que melhor atacar é quem ganha… era hoje que se deveriam ter, pelo menos, desenhado as “desmarcações para golo”.
Nunca aconteceriam diferenças que pudessem ser consideradas seguras, pelo que no sábado tudo seria igual… com uma “pequena” diferença. Aquela que já referi. Quem já estivesse “desmarcado” estava mais perto de marcar o “golo”. Assim… está tudo na mesma.
E atenção... não seria a primeira vez se a subida da Senhora da Graça não viesse marcar diferenças dignas de registo... Por um lado, foi dada a oportunidade para que os jovens se destacassem, mas começo a pensar que já há quem esteja a… pensar no contra-relógio.
A Volta está a ser espectacular graças à garra dos mais novos, mas isso “destapa”, de alguma forma, o calculismo dos consagrados. Excepção, honra lhe seja feita, para Cândido Barbosa que, quando não ganhou foi, pelo menos, dos primeiros do grupo onde vinha. Mesmo que já nem as bonificações estivessem em jogo.
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