[Acordo Ortográfico] # SOU FRONTALMENTE CONTRA! (como dizia uma das mais emblemáticas actrizes portuguesas, já com 73 anos, "quem não sabe escrever Português... aprenda!») PORTUGUÊS DE PORTUGAL! NÃO ESCREVEREI, NUNCA, NUNCA, DE OUTRA FORMA!
quarta-feira, agosto 16, 2006
206.ª etapa
CURIOSIDADES E OUTRAS COISAS... QUE NÃO INTERESSAM A NINGUÉM
David Blanco ganhou a Volta. Não foi grande surpresa, foi, isso aqui eu posso dizê-lo “contra” a vontade de grande parte de nós que, confessadamente, assumíramos que era importante para o nosso ciclismo a vitória de um corredor português na Volta. O pior é que, ao contrário do ano passado, quando nos ficou a ideia de que faltou “só um bocadinho assim…”, este ano nem essa ilusão nos ficou.
Ganhou o David Blanco e ganhou Bem. Ponto final. Também, apesar de ter nascido na Suíça, o rapaz até é galego – o que quer dizer: quase português! - começou a correr cá e até representou equipas portuguesas de Norte ao Sul do País… Vamos “nacionalizá-lo”!!! Então? Se o Obikwelu e o Deco podem…
Estava a brincar.
O pior é que nos últimos dez anos só dois portugueses – Vítor Gamito (2000) e Nuno Ribeiro (2003) – ganharam a Volta. Nesses mesmos dez anos, é a quarta vez (segunda consecutiva) que o vencedor é de uma equipa estrangeira. Mas, com tantos jovens que deixaram bem demonstrado o seu valor… vamos ter esperança de que a tendência destas duas últimas edições seja contrariada. Já em 2007.
Vamos a algumas curiosidades desta Volta.
Apesar de não ter conseguido o seu objectivo, Cândido Barbosa conseguiu feito digno de destaque. Foi o único corredor que, do primeiro ao último dia esteve no top-10, na classificação geral, e só não esteve todos os dias no mesmo top-10 das chegadas, devido à tal desqualificação, em Lisboa. Mas, graças à “pressa” da organização em despachar a cerimónia, esteve TODOS os dias no pódio (em Lisboa chegou a envergar a faixa de vencedor da etapa); andou três dias de amarelo – contando com o primeiro – e os demais de branco, símbolo da regularidade, embora na 3.ª etapa a tivesse usado... “emprestada”.
O segundo corredor mais regular, dentro dos dez mais (final de etapa), dia-a-dia, foi Danaíl Petrov que esteve lá no final de 5 das etapas. Manuel Cardoso, Pedro Cardoso, Ruggero Marzoli, David Blanco e Christian Pfannberger estiveram no mesmo top-10 quatro dias. Neste no top-10, relativo a cada uma das chegadas, estiveram 49 corredores, embora 24 deles tivessem estado apenas uma vez. A LA Alumínios-Liberty, graças a 5 dos seus corredores, teve 16 vezes homens nos dez mais da etapa, mais duas que a Maia-Milaneza (com 5 corredores também), com a Carvalhelhos-Boavista na terceira posição com 4 corredores a garantirem 10 lugares entre os primeiros dez de cada etapa, o que, estatisticamente, podia ser convertido em um homem nos dez-mais todos os dias. As equipas estrangeiras com mais presença no mesmo grupo foram a Comunitat Valenciana e a Lampre, com sete lugares nos dez mais, os mesmos que a Madeinox-Bric e menos um que a DUJA-Tavira.
No que respeita aos primeiros dez primeiros na classificação geral individual, dia-a-dia, Cândido Barbosa fez o pleno – foi o único – 2x no 1.º lugar; 2 nos 2.º, 3.º e 4.º lugares e 2 no 6.º posto. Nunca baixou daí. O seu companheiro de equipa, Rui Sousa foi o segundo mais assíduo neste top-10, com 7 presenças, mas a sua melhor posição na tabela foi o 5.º lugar, à 5.ª etapa. Danail Petrov (melhor lugar: 5.º), Pedro Cardoso (4.º) e David Blanco… o vencedor final, estiveram seis vezes nos dez melhores.
Contabilizando por equipas, a LA Alumínios-Liberty, com 4 corredores esteve 23 vezes no top-10 da classificação geral individual, a Maia-Milaneza, também com 4 corredores, esteve 18 e a Barloworld, com três corredores, 11 vezes.
Voltando ainda ao Cândido, uma curiosidade: só venceu uma das 27 metas volantes da prova. Foi a de Manteigas, na 9.ª etapa, a última que tinha metas volantes. David Blanco ganhou duas: a primeira, na terceira etapa, em São Miguel de Poiares, e a 2.ª na oitava etapa, em Lageosa do Mondego, de onde arrancou para a vitória na Guarda (e quem sabe… na Volta).
Em termos de domínio quase total, temos a LA-Liberty, que comandou a classificação por equipas em 9 das dez etapas (só a DUJA-Tavira se intrometeu na sua liderança), e Cândido Barbosa que foi durante 9 dias o líder dos pontos (só perdeu o primeiro lugar na chegada a Lisboa, em favor de Manuel Cardoso).
A classificação do Prémio da Montanha teve 5 líderes e a da Juventude, quatro.
Com 148 corredores à partida, este foi o décimo maior pelotão de sempre, na Volta (o maior foi o de 2000, com 179 corredores). Houve 44 abandonos (o ano passado só 29) e 17 (38,6%) aconteceram na etapa da Senhora da Graça. Na jornada para a Guarda ficaram pelo caminho mais 9 corredores e a etapa da Torre “só” fez 6 baixas…
LA Alumínios-Liberty e DUJA-Tavira foram as únicas equipas que chegaram ao fim completas. Carvalhelhos-Boavista e Maia-Milaneza foram as outras equipas que não sofreram desistências. A baixa nos axadrezados ficou a dever-se à expulsão de Hélder Magalhães (na etapa da Senhora da Graça), e a dos maiatos à eliminação de Bruno Lima, na etapa da Guarda.
No pólo oposto, as mais dizimadas foram a Vitória-ASC e a ELK, que terminaram só com três corredores, mas a equipa portuguesa alinhou com 9, à partida, e a austríaca apenas com sete.
Uma curiosidade nas 15 equipas que sofreram baixas: em nove delas o seu último corredor, o que tinha o dorsal a terminar em 9 (em 8, no caso da Relax, e 7, na ELK) não chegou ao fim… e só três perderam o seu número 1.
As outras curiosidades foram “batidas” todos os dias por toda a Comunicação Social: em 10 etapas houve 9 vencedores – só David Blanco bisou – e nove líderes, só Cândido Barbosa vestiu por duas vezes – ainda que não consecutivas – a camisola amarela. Portanto, todos os dias a amarela mudou de dono.
Classificação final dos nove líderes:
1.º, David Blanco
3.º, Cândido Barbosa
4.º, João Cabreira
8.º, Carlos Pinho
9.º, Ricardo Mestre
17.º, Christian Pfannberger
49.º, Lizuarte Martins
53.º, Gustavo César
e
93.º, Manuel Cardoso
O último classificado, Pablo Urtasun, perdeu 2.14.17 segundos.
Se “agarrássemos” nele e o colocássemos na estrada, por exemplo, na etapa que acabou em Lisboa, quando o pelotão chegou à meta estaria ele ainda à saída do Porto Alto, a 86 quilómetros da Praça do Império!!!
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