sexta-feira, agosto 18, 2006

211.ª etapa



VOLTA - RESCALDO III


“bati” muito no famigerado “plano B” mas tenho que continuar a fazê-lo. É que, numa leitura bem à posteriori – a que eu mesmo me obriguei – chego à conclusão que mais nenhuma outra equipa o tinha, à excepção da DUJA-Tavira que, digo eu, SÓ tinha mesmo o “plano B”… Confusos? Explico. O Vidal Fitas – que está a ser uma agradável surpresa enquanto DD – tinha as duas opções da ordem: entrar nas fugas para mostrar as camisolas e… atacar nelas. Era o “plano B”. Não se ficar pela tentativa de pontuar nas metas intermédias, mas, a partir delas, quando as fugas têm tendência para de diluírem, partir para o ataque à vitória nas etapas. Vejam o que aconteceu na etapa que terminou em Lisboa… O "plano A" não era plano, era “obrigação”: entrar nas fugas; o "plano B" era aquele que tão bons resultados deu. E ainda podia dar-se ao luxo de enfrentar chegadas em pelotão compacto porque tinha, e ele sabê-lo-ia, um Martin Garrido em grande forma. Como se viu em Viseu.

Foi enorme a corrida dos Tavirenses. Ricardo mestre mostrou, na etapa de Fafe, que tem uma “alma até Almeida”, depois voltou a estar bem na senhora da Graça, mas ele é, acima de tudo, um trepador. E aquela jogada na Torre foi de mestre. Só pecou num aspecto. É a minha opinião, claro. Se o Ricardo Mestre tem sido o terceiro no alto igualava e ultrapassava, à luz dos regulamentos, o Hélder Miranda e ficava em segundo na montanha, precavendo a equipa contra qualquer azar que pudesse vir a acontecer ao Nelson Vitorino, e este seria o líder da classificação dos trepadores. Merecia-o, pelo trabalho que fez, simplesmente “monstruoso” e, com a hipótese – que ele, Vidal Fitas – já teria em conta, a de Ricardo Mestre bater Tiago Machado no “crono”, teria tido três homens no pódio e teria feito justiça ao trabalho de Nelson Vitorino sem beliscar as possibilidades de a equipa ganhar a montanha.
Foram este lance mal medido e aquela inexplicável cena de ver a DUJA à frente do pelotão a perseguir… Luís Bartolomeu que acabaram por macular uma corrida quase perfeita da formação algarvia.
Isto enquanto em prova, porque já sei que a cidade acolheu com festa a equipa, que tinha um mar de gente à sua espera mas, continuo “desconfiado” – e peço desculpa se estiver enganado – que não se lembraram da grande “alma” do CC Tavira, o engenheiro Brito da Mana. Espero, sinceramente, estar enganado e pedirei desculpas ao Jorge Corvo e ao Vidal Fitas, mas, pelo contrário, a confirmar-se este… “esquecimento”, é imperdoável.

Quanto às outras equipas nacionais – já tinha dito que me escuso a fazer apreciações uma-a-uma – partiram para a corrida concerteza com o mesmíssimo "plano A" do Tavira. Sair para fugas e esperar que alguma coisa desse. Sem "plano B", outra vez. E andaram nas fugas. Andaram todas elas nas fugas. E algumas conseguiram ainda mais, conseguiram chegar à camisola amarela, como a Carvalhelhos-Boavista e a Madeinox. Todas as outras conseguiram, pelo menos uma vez, ter um corredor seu no pódio. À excepção de uma. Estavam alcançados os seus objectivos. O caso mais “doloroso” acabou por tocar à Riberalves-Alcobaça – Vítor Gamito deixará o comando da equipa no final da temporada – mas, apesar da sua abnegação, Hélder Miranda – que fez o que pode – não era a melhor opção para ganhar a montanha. Isto apesar de, no ano passado, a DUJA-Tavira ter conseguido esse feito com Krassimir Vasilev. Mas o búlgaro, ainda assim, é significativamente mais trepador que o Hélder.

Termino esta parte com uma breve alusão às equipas estrangeiras.
A Comunitat Valenciana acabou por ser feliz. Ninguém ligou muito à escapada de David Blanco – lembram-se de eu, nessa etapa, ter escrito que não percebi porque no grupo deixaram ir o galego e depois “caçaram” impiedosamente o Claus Möller? Lembram? Pois é… – e depois foi a “ratice” de Vicente Belda a fazer o resto. A verdade é que o Blanco foi sempre com o grupo da frente, na etapa da Torre e só “deram” por ele quando saíram as classificações e se puseram a fazer contas. Tinham dado “boleia” ao inimigo. E eu também escrevi – perdoem-me a imodéstia – que só dois corredores não “caberiam” num eventual grupo que tomasse a dianteira, o austríaco Pfannberger e… David Blanco. Mas ser treinador de sofá é muito mais fácil do que sê-lo no terreno. Eu sei.
A CV não fez NADA durante a corrida, mas viu sorrir-lhe a sorte. Que acabou por saber merecer. Quanto às outras… foram paupérrimas. Não vieram acrescentar nada ao pelotão. A Barloworld parece que “queimou” todos os cartuchos na primeira chegada. Mas aqui eram precisas as tais informações que eu, não estando no terreno, não podia saber. Parece que os italo-britânicos foram dizimados por uma onda de problemas de saúde com os seus corredores. O mesmo aconteceu à Vitória-ASC, por isso não se pode ser completamente rígido quando se faz um balanço só a partir do escalonamento das etapas e da classificação final.
A Kaiku ainda chegou à camisola amarela, tal como a ELK, mas apenas aproveitaram a conjuntura do momento. Sim é claro, o mesmo aconteceu com as portuguesas que chegaram à amarela, à excepção da LA e da Maia.
A Cerâmica Flamínia, sendo Profissional Continental está ao nível das nossas continentais da segunda linha, como a ELK, e a Relax foi uma completa nulidade. E o que dizer da ProTour Lampre? Não vale a pena gastar mais caracteres com estas.

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