quinta-feira, agosto 10, 2006

196.ª etapa




SÃO FALHAS A MAIS!



Enquanto que, desportivamente, esta Volta vai somando pontos, ontem foi um dia negro para a organização e quem o não o denunciar está a ser conivente.

É inadmissível o que ontem aconteceu. Já falo do facto de os corredores da frente, à primeira passagem pela meta terem julgado que a etapa estava terminada. Embora me parece MUITO ESTRANHO que dois directores-desportivos diferentes se tenham esquecido de informar os seus corredores que a etapa não terminava na primeira passagem pela meta.

Primeiro: eu tenho o LIVRO OFICIAL e, abrindo-o na página da etapa de hoje – ao contrário do que aconteceu nas de Viseu e S. J. Madeira –, se não ler o quadro de passagens na etapa, o MAPA NÃO MOSTRA QUE A CHEGADA É EM CIRCUÍTO. Depois, É evidente que o levantamento dos
“pórticos” que marcam a aproximação à meta tem de ser feito bem cedo, mas NÃO PODIA ESTAR À VISTA que faltavam 7 km quando, na realidade, ainda faltavam 15 (!!!)… Essa informação só deveria ter sido “destapada” depois de TODOS os corredores por lá terem passado UMA VEZ.

Mais… Está estabelecido no próprio regulamento da FPC que os circuitos NÃO PODEM TER MENOS DE 8 KM e não me digam que foram somente 100 metros a menos… Já lá dizia o outro: um escudo é um escudo!

Portanto, este circuito não obedecia ao regulamentado e, numa etapa com esta dureza e com uma contagem de montanha de 2.ª categoria a apenas 20,2 km da primeira passagem pela meta – e já era a 3.ª contagem de montanha do dia – devia ter sido prevista a possibilidade de haver corredores muito atrasados pelo que, ou o circuito era maior, ou então não passariam os corredores 2 vezes pela meta. Os homens da frente dobraram pequenos pelotões de ciclistas atrasados. Quem podia controlar isso se, por exemplo, um ou dois corredores
“saltassem” da posição real que ocupavam para um outro grupo mais adiantado que os dobrava? De certeza absoluta que isso não aconteceu? Quem garante?

Mas volto atrás. Aquele pano a indicar que faltavam sete quilómetros para a chegada não podia estar a descoberto quando da passagem dos primeiros corredores. Eu sei que estes têm a obrigação de conhecer o percurso, mas caramba… passaram por baixo de um pano que os informava que estavam a 7 km da meta. Essa é a única questão. Já assisti a inúmeras corridas que terminavam em circuito e sempre verifiquei que havia o cuidado de tapar a informação nos pórticos de aproximação à meta na primeira passagem dos corredores. Mais… sendo que o pelotão passava duas vezes pelo risco de chega… havia uma sineta a informar, pelo seu badalar, que ainda faltava uma volta? Não havia, pois não? Pois também faz parte dos regulamentos. Os corredores, desgastados, quase no limite das forças, não podem – muito menos se viram, 7 km atrás, que estavam a 7 mil metros da meta - discernir que ainda lhes faltavam mais 7,900 km para correr.

Não será estranho que dois directores-desportivos diferentes se tenham esquecido de dizer aos seus corredores que a etapa não terminava na 1.ª passagem pela meta?

Mas esta organização teima em cometer desvios ao regulamentado. Repito, o mapa da etapa estava bem claro de ler. Corria-se pelo alto Minho até chegar… a Fafe. O traçado está claro e nem uma circunferência, nada, mostra no mapa da corrida que havia uma primeira passagem pela meta. O risco acaba, sem margem para dúvidas ali, em Fafe. E é um risco direitinho. Pois, há a descrição completa da etapa. Mas quem lê aquilo a não serem os populares para sabem a que horas passa a corrida na sua terra? Desde a partida que os corredores vão atrás das motos e dos carros oficiais, e da polícia. Tanto que é assim que já por várias vezes aconteceram situações de enganos. Claro que se um carro ou uma moto se enganarem… os corredores que os seguem vão atrás deles. São as referências dos corredores.

Eu estava a guardar isto para o final da Volta mas, dado o enquadramento, vai já. A organização, para além de fornecer às equipas (e a todos os acompanhantes da Volta) livros onde os mapas das etapas estão incorrectos, não distribui uns cartõezinhos individualizados com o perfil e o percurso das etapas. TODAS as grandes corridas fazem isso. Aliás, ainda no último Tour houve uma etapa em que se viu um corredor sacar desse cartãozinho e consultar a sua situação na corrida. O JN fazia isso. A PAD já fez isso. Agora, a PAD distribui livros de corrida onde, na página de cada etapa aparece o perfil com um picotadozinho e o desenho de uma tesoura que é, deduzo eu, para que aquele quadro seja recortado. Ok… Dez etapas vezes 9 corredores dá 90, mais dois carros de apoio dá… 110. A PAD entrega 110 livros a cada equipa? Não? Então? São as equipas que têm de fotocopiar aquilo? É isso?

Porque raio não vão ver como se faz lá fora? A Vuelta é em Setembro e Espanha aqui ao lado. Vão lá. Vão, por favor.

E, tanto na Vuelta como no Giro, como no Tour, é distribuída a toda a gente acreditada a listagem dos alojamentos das equipas. A PAD não o faz.

Não é obrigatório? Eu sei é que faz muita falta. Isso faz.

Preocupem-se menos em convidar os Josés Castelo Brancos e invistam mais no ciclismo. Deixem-se de avionetas às cambalhotas e tentem fazer com que NADA falte aos corredores. Como os tais cartõezinhos com o percurso da etapa de um lado e o perfil do outro.

Mas parece que há quem esteja mais preocupado com outras coisas que
“vão contra a imagem da empresa João Lagos”

Estas BARRACADAS não. Se calhar porque lhes assentam muito bem.

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