sábado, agosto 05, 2006

185.ª etapa



AVISO À "NAVEGAÇÃO"




Virá atrasado, mas também não me imponho a mim mesmo grandes regras no ir preenchendo este espaço.
O que quero dizer é que, durante a Volta, sempre que puder, terei duas intervenções distintas. A primeira, ainda a quente, será a visão, até emocional, do apaixonado pelo ciclismo. Mais tarde, voltarei com um olhar mais frio sobre o que "deu" a etapa.

O meu muito obrigado a todos os que aqui vêm, gastando alguns minutos só para me lerem. Obrigado.

4 comentários:

Antonio Dias disse...

Também gostei muito da crónica do Vitor Santos, ontem n'A BOLA. Essa e a do Martins Morim, as quais subscrevo inteiramente. E com estas crónicas aqui fica mais fácil seguir uma corrida pelo outro lado, o lado do repórter, o lado do cronista.

mzmadeira disse...

Di Vítor Santos?, António? Mas o homem - enorme jornalista que, de facto, fez história no relato escrito de inúmeras voltas - já morreu há uma dezena de anos!!! Do Vítor Santos?... Ai!... andas a ler a colecção d'A BOLA :-)

Antonio Dias disse...

Do Vítor Serpa...:-), passou-me completamente. Mas já agora, retive estes pequenos retalhos desse texto, e passo a citar, para quem não leu: "[...]A Volta está aí. Longe do brilho e do encantamento popular de outros tempos. [..] acima de tudo porque falta cultura desportiva a este país generalizadamente inculto."

"[...] o ciclismo sempre foi, para mim, um caso especial. [...] pela profunda gratidão que semprei terei a um desporto que me ajudou a entender que a reportagem é, muito provavelmente, o género mais nobre do jornalismo."

Bom e lá tenho comprado o jornal todos os dias, por amor ao ciclismo, mesmo que a carteira sofra, mas afinal é por boas razões, julgo eu.

mzmadeira disse...

Tenho tido, ao longo dos sete anos que levo n'A BOLA, longas e gratificantes conversas com o meu Director acerca da Volta.
Felizmente, ele é também um jornalista criado na reportagem e é filho de um outro enorme - em comparação com o falecido Vítor Santos - repórter com trabalho feito no ciclismo: Homero Serpa.

Já o disse várias vezes aqui, por muito que se aprenda na faculdade, por muito que se aprenda a escrever - o que não acontece, verdade seja dita - ou a tratar despachos, um jornalista nunca o será em pleno se não for testado na reportagem. E o ciclismo, e a Volta a Portugal (pello menos) é um manancial imperdível de motivos de reportagem. Sem querer ser "puxa-saco" foi n'A BOLA, ainda nem sonhava sequer vir a fazer parte dos seus quadros, que bebi muita da "inspiração".

Fazer reportagem no ciclismo é andar de "trouxa" às costas. Ir de terra em terra, viver situações diferentes em cenários diferente todos os dias.

O convívio com as populações, a forma de reagir dos próprios protagonistas, mesmo que sejam só os corredores, é influenciada pelo meio que os rodeia e contar isso um previlégio.

Francamente, não sei se gosto de ser repórter por causa do ciclismo... ou se gosto do ciclismo porque me proporciona a possibilidade de ser repórter.

E como também já escrevi, um repórter é mais do que um veículo da notícia. Isso acontece na, mais ou menos frieza da redacção. Um repórter é (tem que ser) influenciado pelo ambiente que o rodeia. Fazer reportagem é integrar-se no meio e transformar-se na sua voz. Temos que sentir, mais ou menos apaixonadamente, o que relatamos.

Escrever uma reportagem é escrever um pouco de história. Escrever uma notícia é outra coisa, mais fria, mais impessoal. A reportagem leva sempre um bocadinho do repórter.

É isso que eu gosto de fazer. O Vitor Serpa passou por essa experiência e não a esquece. Como muitos, muitos e muito melhor repórteres que eu. Eu só quero tentar todos os dias o melhor que for capaz, sabendo que nunca atingirei a qualidade daqueles com os quais aprendi.