quinta-feira, setembro 06, 2007

851.ª etapa


ROBERTO HERAS

Ontem lemos (pelo menos eu li no TodoCiclismo) que o Roberto Heras, cumpridos os dois anos de castigo, está pronto para regressar ao pelotão. Não sei se quiseram ser mauzinhos, escolheram logo dois destinos para o corredor de Béjar: a Relax e a Fuerteventura. Pois! As, depreciativamente cognominadas como asilo dos ex-condenados.

Hoje já li num dos desportivos que ele “foi oferecido” ao Benfica. Curiosamente, a foto que ilustra o artigo é de Alessandro Petacchi que, esse sim, daria jeito aos encarnados. E o Heras não dava jeito? Se se manteve em actividade, se se apresentar ao seu nível de sempre, é um corredor que interessa a muitas equipas.

E essa coisa de ter sido condenado, francamente, não me canso de dizer que o homem – tal como outros – se errou, já cumpriu a sua dívida para com a sociedade. Porque é que terá que ser o Ciclismo a querer-se superior à própria Sociedade?


Se nesta, quando um homem é apanhado em falso, é obrigado a cumprir uma pena, a cumpre e volta com os mesmíssimos direitos de qualquer outro cidadão (ainda por cima, o crime do doping não é exactamente comparável a um homicídio), porque é que a primeira tendência, no Ciclismo, é a de manter à margem quem, uma vez, infringiu os regulamentos?

E pagou por isso?

Claro que no cadastro de Heras – como no de todos os outros que cumpriram castigo – constará para sempre essa infracção às leis, mas tem todo o direito a refazer a sua carreira. Como qualquer cidadão tem o direito de refazer a sua vida.

Não se esqueçam disso. Por favor.

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