sábado, setembro 01, 2007

838.ª etapa


A NOVA ORDEM DO CICLISMO INTERNACIONAL:
JÁ AGORA... DISCUTAMO-LA AQUI

(Um habitual leitor do VeloLuso achou por bem, em vez de o discutir aqui, pegar numa minha ideia e lançá-la à discussão noutro sítio da Internet. Por mim... nada contra. Se calhar até foi melhor ter sido ele a avançar... Já lá respondi, mas não deixo, porque foi o VeloLuso (fui eu) quem lançou a ideia, que ela se perca aqui. Por isso, a resposta que lá deixei... é aqui repetida, nesta nova entrada. Vamos discutir isto...)

É a propósito de criação de uma Liga Profisional de Ciclismo externa à UCI.

Nós às vezes não vemos porque NÃO QUEREMOS ver.

A verdade é que o ProTour foi uma tentativa desesperada da UCI para manter sob a sua alçada a elite do Ciclismo mundial. E aqui incluo, naturalmente, equipas e organizações...

E, todos o sabemos, se tudo isso foi feito à pressa é porque havia indícios de que... essa mesma Liga (ou seja lá a denominação que vier a ter) não só já está pensada, como adivinho ter já adquirido uma velocidade de cruzeiro.

Terá feito um compasso de espera na sequência da criação do mesmo ProTour, mas não desesperemos porque com o fim deste... a UCI não terá uma segunda oportunidade.

Quem é que a organizará?
Evidentemente uma pool de empresas que já existe e que faz "toneladas" de euros de lucros. Quem?
A ASO, a RCS e a Unipublic... mais meia dúzia de investidores particulares.

Na questão dos controlos anti-doping, é evidente – pelo menos para mim – que, dado os recentes acontecimentos e porque, como já referi, haverá lugar para patrocinadores particulares que não quererão escândalos, que a própria estrutura da nova organização patrocinará, sei lá... uma nova estrutura de defesa da ética (chamo-lhe eu).

Como estrutura à margem das federações tradicionais... escapará, é evidente, à alçada da AMA, que – é a enésima vez que dou o exemplo – não conseguiu ainda meter nem o dedão grande do pé na estrutura da NBA.
Mas o problema do doping NÃO é o problema do Ciclismo.

Só o é nas mentes puritanas de meia dúzia de adeptos da Inquisição do século 16.

Se quiserem começar a pensar nisto, pensem-no como Ciclismo-espectáculo. Grandes investimentos em busca, é evidente, de grandes lucros.
Quem paga?
Como, ao contrário da NBA onde 40 pavilhões, com uma média de 30 mil espectadores estão SEMPRE esgotados – para além da publicidade (em cada pavilhão, mais a institucional, ligada à organização) – não há grandes hipóteses de conseguir receitas directas (mas não é impossível) terão que ser as redes de televisão a pagar.

E aí, as corridas não passarão – como em Portugal – oito dias depois.

Serão transmitidas integralmente em directo. Só assim as televisões poderão compensar o que vão ter que pagar pelo Ciclismo. E alguém vai pagar.

E as outras também vão querer, logo... funcionará a lei do mercado.

Quem der mais é que fica com as transmissões.

Quanto aos tectos salariais...
Os melhores actores no cinema são eles quem impõem os seus preços.
As melhores bandas musicais, são elas quem impõem os seus preços...
Os melhores conferencistas – aqui já fora da área do Desporto – enriquecem com o preço que impõem à concretização da sua presença...

O que é que falta explicar?

Sem comentários: