VUELTA QUASE... CLANDESTINA
Por pouco menos, e o arranque da Vuelta quase não era falado na imprensa especializada do nosso país. Juntas, as peças dos três desportivos não enchem uma página. Contudo, e não é essa a minha opinião, estamos perante a quarta maior corrida de Ciclismo do Mundo. Eu continuo a achar que a Vuelta é uma corrida muito mais equilibrada que o Giro. A segunda, evidentemente, são os Campeonatos do Mundo.
A primeira etapa - que, ao contrário do tem vindo a institucionalizar-se, não foi nem prólogo nem crono por equipas - teve partida e chegada em Vigo e ganhou-a, ao sprint, Daniele Bennati, da Lampre. Oscar Freire (Rabobank) defendeu, como pode, a honra do pelotão da casa e Alessandro Petacchi (Milram) - longe da fulgurância com que começou a temporada e que deixou bem patente, por exemplo na Volta ao Algarve - foi o terceiro, hipotecando todo o trabalho da sua equipa.
Petacchi é um grande corredor, um excetente sprinter mas esta temporada nunca mais, depois do Algarve, esteve ao nível daquilo que dele se espera. Não é, definitivamente não é, um Mario Cippolini, mas o facto de se ter visto envolvido na suja campanha contra o Ciclismo também terá pesado.
E sublinho na suja campanha contra o Ciclismo. Porque é só nesta modalidade que casos de doping são sempre esgrimidos de forma a que varra tudo e todos, transversalmente. Não importando, ao que parece, se se leva na mesma vassourada culpados e inocentes.
Há um (e já foram tantos!...) velocista, ou fundista, ou halterofilistas apanhado nas malhas do doping? O atletismo sai incólume.
Há um futebolista (e não foi só um, nos últimos anos) apanhado nas malhas do doping? O futebo, sai incólume... Até no xadrez.
Há sempre um culpado.
Com a excepção do Ciclismo - com a conivência da CS - onde cada um dos casos é uma flecha no coração da modalidade. São demasiados casos? Que alguém se dê ao trabalho de fazer contas. Na relação número de controlos/número de casos positivos, o Ciclismo cairá para uma posição ridícula... Mas transformou-se em moda cruxificar esta modalidade. A derradeira esperança que ainda alimento é que... as modas são passageiras.
Nota: Mas há uma coisa pela qual ainda espero, em nome da verdade jornalística e no da sua credibilidade. Na primeira... fuga de informação, a famosa lista de Eufimiano Fuente teria nomes de consagrados futebolistas e de figuras da primeira linha do ténis. Nomeadamente, espanhóis. Concretamente, do prodígioso... Nadal.
Este capítulo da novela-Fuentes foi totalmente branqueado pela Imprensa.
Porque os franceses não aspiram a ganhar a Liga dos Campeões, em futebol, ou não têm, actualmente, tenistas ganhadores?
Mas também não têm Corredores!
E foram sempre os franceses a liderar a caça - neste caso - aos espanhóis e italianos.
A minha única grande decepção vem da, por inerência, imparcial Agência Mundial Anti-dopagem. Mas já se manifestou esta organização supra-nacional? Não!
Têm sido os media franceses - principalmente o L'Équipe - a conduzir a cruzada anti-Ciclismo.
Os outros, incluindo a CS portuguesa, limitaram-se a traduzir despachos das agências que citavam o diário gaulês.
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