domingo, agosto 03, 2008

II - Etapa 171

PODE ATÉ NEM SER O DESEJADO
MAS SEMPRE É UM RECORDE

A notícia já me tinha passado pelos olhos, através da Imprensa Internacional, e logo pensei em trazer aqui o assunto até para, também eu, lhe prestar a minha homenagem. Mas passaram oito dias e eu sem ter tempo para escrever este artigozinho, obviamente porque aconteceram outras coisas que mereciam ainda mais destaque.

O senhor que está aqui ao lado na foto, chama-se Win Vansevenant, é belga nasceu na pequena cidade de Diksmund, a 23 de Dezembro de 1971, tem, pois, 36 anos, e representa desde 2003 a Lotto (nas suas diversas denominações).

E porque é que merece este destaque?
Por causa do Tour.

Em 2006 foi o 138.º classificado; em 2007, 140.º e este ano foi 145.º.

Foi sempre o último na classificação geral e é o primeiro Corredor a conseguir ser o último por três vezes consecutivas. É esse o recorde.

Curiosamente, a sua pior posição de sempre foi um 154.º lugar, em 2005, mas foi apenas... penúltimo, à frente de Jimmy Casper.

O curioso é que, se Lance Armstrong venceu sete Tours consecutivos; Miguel Induráin, 5; Jaques Anquetil e Eddy Merckx, 4; Bérnard Hinault, 3 e mais 12 Corredores duas vezes seguidas, só três corredores - o francês Daniel Masson (1922 e 1923), o austríaco Gerald Schönbacher (1979 e 1980) e o holandês Mathieu Hermans (1987 e 1989, este nem foram consecutivas) - conseguiram ser últimos por mais de uma vez... até chegar o bom do Vansevenant.

O que motiva o bem disposto comentário do Meta2Mil que (é um facto, e contra estes não há argumentos) é mais fácil vencer o Tour duas ou mais vezes seguidas do que ser último duas vezes, pelo menos.

Em relação a Win Vansevenant, conta o Meta2Mil (que me veio lembrar que... me esquecera de falar aqui nele) que é um gregário exemplar e foi homem-de-mão de Peter Van Petegam, que sempre fez (a excepção foi em 2002) questão de o incluir, de forma clara e não negociável, nas suas próprias transferências entre as equipas que representou entre 2000 e o ano passado, quando no final da temporada pôs fim à sua carreira.

Eu sinceramente, não acho nada lamechas que o último classificado de qualquer corrida por etapas - ainda por cima nas de três semanas, ainda por cima no Tour - venha dizer que «ter chegado ao fim já é uma vitória...»
É claro que é.

E ainda por cima o belga tem poder de encaixe, sentido de humor e humildade para se deixar fotografar com a célebre... lanterna vermelha. É de Homem.
Parabéns a ele.

1 comentário:

RUUULAAA TEAM disse...

E se calhar é essa mesma humildade que falta a muito "bom" cilcista português...