O EXEMPLO DA
FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE JUDO
Em relação a outro assunto discutido no Fórum do Cyclolusitano, o dos suplentes, foi muito bem levantado e, porque eu estarei na posse de conhecimentos que escapam à maioria, acho que devo acrescentar alguma coisa ao “posts” deixado pelo MatSonic2, ontem, às 10 da manhã.
Mas antes disso…
A Federação Portuguesa de Ciclismo, que até tinha quatro vagas para a prova de fundo e – creio – uma para o crono, nos Jogos Olímpicos, há muito que decidiu que Portugal só iria competir na prova de fundo e… apenas com três corredores.
Porquê? Não sei! Perguntem…
Dada a especificidade da Modalidade, a FPC não teve que indicar, de imediato, nomes. Apenas que neste quadriénio do Ciclo Olímpico teria em Pequim três corredores.
Como o Carlos Flórido explica, e muito bem, em mensagem deixada em… 2 de Novembro do ano passado, como os nomes (foram sempre três) indicados não podem ser antecipadamente garantidos – por acaso não coincidem a 100% com os que, nas últimas semanas foram ratificados (até porque um deles, indicado logo no início, infelizmente já não está entre nós – sempre a lembrar-me de ti Bruno!) – é a Federação Portuguesa de Ciclismo que recebe as verbas do COP.
E recebeu 48x1.250,00 €, pelo Sérgio Paulinho, integrado no Nível A de apoio, aquele dos atletas que conquistaram medalhas, mais 2x48x500,00 € pelos outros dois corredores indicados.
No total, a Federação Portuguesa de Ciclismo – as bolsas não são endossadas nominalmente – neste quatro anos pós-Atenas recebeu do Comité Olímpico de Portugal, o total de 108 mil euros.
E, apesar de envergonhadamente citadas, percebem-se a desilusão e a falta informação sobre a não ida do Sérgio a Pequim, declarada a tudo o que é OCS pelo Comandante Vicente Moura, presidente do COP.
Que foi o último a saber…
Mas voltando um pouco atrás e para que fique esclarecido… os 1.250,00 euros pagos mensalmente (terão sido?) ao Sérgio Paulinho não reportam ao facto de ele ter conquistado uma medalha.
Explicando melhor: o Sérgio, quando conquistou a medalha de prata em Atenas foi – deve ter sido, terá que ter sido – beneficiado com um prémio que está devidamente estipulado em Decreto-Lei para os atletas que conquistam medalhas.
Este 1.250,00 euros já nada têm a ver com extraordinário resultado obtido em Atenas, apenas com o facto de, também por Decreto-Lei, estar previsto que o apoio mensal, e ao longo do Ciclo Olímpico, aos atletas potenciais representantes de Portugal nos Jogos recebam aquela maquia que o Carlos Flórido divulga.
O Sérgio não estava a receber mais por causa da medalha conquistada.
Por isso, já recebeu…
Estava a receber mais porque a Lei dita que os atletas olímpicos – tendo em vista as olimpíadas seguintes - se dividem por quatro escalões:
Nível 1 – atleta medalhado;
nível 2 – atleta que participou na final da sua disciplina;
nível 3 – atleta que foi até às meias finais e, finalmente,
o nível 4 – atletas que, não se enquadrando em nenhum dos níveis anteriores (porque estão a tentar – ou são indicados, no caso do Ciclismo – conseguir, pela primeira vez, um lugar nos Jogos.
Mas vamos lá a história dos suplentes.
Pode acontecer noutras modalidades, mas o facto é que o Ciclismo é uma das mais imprevisíveis, pode a respectiva federação (sem mais nenhuma contrapartida por parte do COP, ou do Estado) indicar um, ou mais do que um suplente, não de letra, mas objectivamente.
Eu estou neste momento a coordenar o “caderno” especial que sai todos os dias na edição de A BOLA na Região Autónoma da Madeira. São quatro páginas de noticiário puramente local. E a Madeira consegue ter seis atletas olímpicos em Pequim.
E eu já falei com todos, bem como falei com os responsáveis das Associações Distritais – aqui, Regionais – e do IDRAM, o Instituto para o Desporto da Região Autónoma da Madeira.
Mas, para o caso, e para ser franco isto nem interessa, porque a iniciativa partiu da própria Federação Portuguesa de Judo. A expensas próprias.
No Judo feminino, para além das três atletas qualificadas – que terão direito às compensações previstas naquele Decreto-Lei – a Federação Portuguesa de Judo resolveu – e para isso está a pagar do seu próprio orçamento - que a madeirense Leandra Freitas, faria todo o programa de preparação com vista aos Jogos e mais ainda… ela já está no Japão, onde a selecção de judo vai ficar até ao próximo dia 14, como “suplente” da Ana Hormigo. Claro que tem outra tarefa a cumprir: é ela a quarta atleta em Pequim, o que permite que as três apuradas possam treinar.
A Leandra Freitas está, neste momento no Japão, mas vai ficar junto da equipa Olímpica até esta… estar em Pequim. Inscrita como suplente da Ana Hormigo.
Ora, que haja uma alma caridosa que me explique porque raio é que a FPC, tendo direito a quatro lugares, na prova de fundo, só indicou três!
E perante este facto, seria ridículo disser aqui que devíamos ter inscrito um suplente. Que tivesse feito toda a preparação… calma, estou a deixar-me ir pelo que leio…
Qual preparação específica? Houve alguma?...
E da “Selecção” que nos vai representar, mesmo que tivesse o Sérgio Paulinho, eu venho adiando qualquer comentário aqui. Porque não conseguiria deixar de ser injusto, principalmente para com os atletas.
Mas esperam até domingo, que eu deixarei aqui a minha opinião sobre, não só os seleccionados como também da forma como foram… escolhidos.
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