SAUDADES... MUITAS!
A primeira nota nesta Etapa reservo-a para mim. Nunca tinha ido à Serra da Estrela e fi-lo pela primeira vez na cobertura da Volta. Na minha 2.ª Volta, em 1992. Saímos de Portalegre pelas 11.00 horas da manhã, já sob uma temperatura muito próxima dos 30 graus. Uma autêntica frigieira.
A meio da etapa, o director da organização anunciava, via-rádio volta, que lá em cima, na Torre, o tempo estava mau. Sorri. Estaria... fresquinho, o que era o que mais desejávamos todos.
Engano meu. Estava mau mesmo. Muito parecido ao de hoje. Por isso, logo que a RTPn nos deu as primeiras imagens lá do alto, quando vi gente de impermeável enrolada em cobertores, quando percebi o vento e a chuva, que o nevoeiro não era preciso imaginar, deixava-se ver, senti saudades.
Muitas...
QUE GRANDE ETAPA, QUE ESPECTÁCULO!
QUASE TODO PROTAGONIZADO POR...
CORREDORES PORTUGUESES.
Digam-me, honestamente, que faltou à etapa de hoje para a podermos comparar às maiores do Giro, Tour ou Vuelta? Eu digo... nada.
Foi mais uma extraordinária demonstração de como o Ciclismo é uma modalidade de espectáculo.
Em alguns pontos fez-nos (a todos, creio eu) recordar a do ano passado. Só os protagonistas foram diferentes. E porque ainda ninguém provou o contrário – logo continuo a achar que o Póvoa Cycling Clube-MSS “tinha” que estar no pelotão -, pergunto-me, com esta Liberty de hoje, e com a MSS da Volta às Astúrias, ou da Volta a Madrid, o que teria faltado para que esta jornada se tivesse tornado épica. Para nunca mais ser esquecida?
Infelizmente, e através de cinzentas decisões tomadas por uma cinzentona secretaria, a equipa da Póvoa não está na Volta e a Liberty esmagou toda a concorrência.
Quatro corredores nos primeiros cinco da etapa, cinco ou seis nos primeiros dez... vitória na Torre com um enorme Rui Sousa que, finalmente, veste de amarelo na Volta... (nunca é tarde para se fazer justiça), com um Guerra a defender-se para os dois últimos dias, com David Blanco, do Tavira, a marcar, também ele, o seu terreno, sempre com o crono final em mente.
Com um jovem David Livramento, também do Tavira a fazer uma etapa enorme, tal como Vítor Rodrigues (Liberty)...
Como Koldo Gil e Paco Mancebo (este do Paredes)...
Com Rubén Plaza (Benfica) sozinho... como tinha acontecido ao Zé Azevedo, o ano passado.
Mas destaque-se o esforço sobrehumano, no seu estilo de deixar tudo na estrada, por parte do Cândido.
Mas a jornada foi negra para o Benfica. Ao contrário do que a RTP dizia, não fazria sentido que Plaza ficasse para trás para “ajudar” o Cândido.
Plaza tinha que – embora sozinho – tentar chegar o mais à frente possível. Por causa do crono final, claro.
O que é que falhou entre os encarnados?
Até dado momento até pareceu que tinha as coisas bem planeadas – e provavelmente tinha -, mas por melhor que seja o plano, se não houver quem o ponha em prática... Não é?
Fui ver esta etapa a casa de um amigo, também ele apaixonado pelo Ciclismo e, embora de olhos fixos no receptor de televisão, íamos falando de outras coisas.
Da triste figura que a grande campeã (não deixa de o ser só por este episódio menos feliz) que é a Telma Monteiro fez, depois de eliminada. A culpa foi do árbitro!
Ainda hoje Marco Fortes, e que os homens tenham memória, se “suicidou” desportivamente ao desculpar-se com a triste presença no lançamento do peso, em Pequim, dizendo que àquela hora não... as manhãs são para passar na cama (!!!)...
Ao final da tarde assistimos, boqueabertos – e eu envergonhado, confesso -, à análise da etapa feita pelo DD do Benfica... Porque é que os encarnados não fizeram melhor? Ficámos sem saber. Mas não esquecerei que o melhor que tinha para dizer era o expressar a sua admiração pelo facto de um jovem Corredor de outra equipa “ter sempre perdido tempo nas etapas a rolar e hoje ter feito uma etapas destas!»
E com o frio que se fazia sentir lá no alto, nem podemos dizer que foram declarações... a quente! Foram só... tristes. Mas ficam registadas!
PARABÉNS QUIM!
Não posso deixar passar sem aqui deixar a minha homenagem, e os meus parabéns ao Joaquim Andrade (Paredes) que hoje mesmo completou 39 anos...
Não sei nem interessa o lugar que fez. Saúde-se apenas a longevidade de um Corredor sério que já deve ser dos que mais voltas a Portugal fez, em todos os tempos.
Parabéns Quim. Já agora, e independentemente do lugar, que chegues ao fim.
E que não se esqueçam de te homenagear no final.
Tu podes – e andas, de certeza – de cabeça bem levantada. Deste, ao longo de todos estes anos, tudo o que tinhas pela modalidade que escolheste e, que me lembre (sendo que as nossas carreiras, enquanto profisionais começaram mais ou menos ao mesmo tempo), jamais deixaste de ser um Grande Profissional.
Com momentos, uns melhores que os outros, mas isso acontce com todos, mas nunca te puseste em bicos dos pés, quando as vitórias te sorriram, nem nunca arranjaste desculpas esfarrapadas, quando resultados melhores se te escapavam...
Um grande abraço e o meu Muito Obrigado por seres como és.
A primeira nota nesta Etapa reservo-a para mim. Nunca tinha ido à Serra da Estrela e fi-lo pela primeira vez na cobertura da Volta. Na minha 2.ª Volta, em 1992. Saímos de Portalegre pelas 11.00 horas da manhã, já sob uma temperatura muito próxima dos 30 graus. Uma autêntica frigieira.
A meio da etapa, o director da organização anunciava, via-rádio volta, que lá em cima, na Torre, o tempo estava mau. Sorri. Estaria... fresquinho, o que era o que mais desejávamos todos.
Engano meu. Estava mau mesmo. Muito parecido ao de hoje. Por isso, logo que a RTPn nos deu as primeiras imagens lá do alto, quando vi gente de impermeável enrolada em cobertores, quando percebi o vento e a chuva, que o nevoeiro não era preciso imaginar, deixava-se ver, senti saudades.
Muitas...
QUE GRANDE ETAPA, QUE ESPECTÁCULO!
QUASE TODO PROTAGONIZADO POR...
CORREDORES PORTUGUESES.
Digam-me, honestamente, que faltou à etapa de hoje para a podermos comparar às maiores do Giro, Tour ou Vuelta? Eu digo... nada.
Foi mais uma extraordinária demonstração de como o Ciclismo é uma modalidade de espectáculo.
Em alguns pontos fez-nos (a todos, creio eu) recordar a do ano passado. Só os protagonistas foram diferentes. E porque ainda ninguém provou o contrário – logo continuo a achar que o Póvoa Cycling Clube-MSS “tinha” que estar no pelotão -, pergunto-me, com esta Liberty de hoje, e com a MSS da Volta às Astúrias, ou da Volta a Madrid, o que teria faltado para que esta jornada se tivesse tornado épica. Para nunca mais ser esquecida?
Infelizmente, e através de cinzentas decisões tomadas por uma cinzentona secretaria, a equipa da Póvoa não está na Volta e a Liberty esmagou toda a concorrência.
Quatro corredores nos primeiros cinco da etapa, cinco ou seis nos primeiros dez... vitória na Torre com um enorme Rui Sousa que, finalmente, veste de amarelo na Volta... (nunca é tarde para se fazer justiça), com um Guerra a defender-se para os dois últimos dias, com David Blanco, do Tavira, a marcar, também ele, o seu terreno, sempre com o crono final em mente.
Com um jovem David Livramento, também do Tavira a fazer uma etapa enorme, tal como Vítor Rodrigues (Liberty)...
Como Koldo Gil e Paco Mancebo (este do Paredes)...
Com Rubén Plaza (Benfica) sozinho... como tinha acontecido ao Zé Azevedo, o ano passado.
Mas destaque-se o esforço sobrehumano, no seu estilo de deixar tudo na estrada, por parte do Cândido.
Mas a jornada foi negra para o Benfica. Ao contrário do que a RTP dizia, não fazria sentido que Plaza ficasse para trás para “ajudar” o Cândido.
Plaza tinha que – embora sozinho – tentar chegar o mais à frente possível. Por causa do crono final, claro.
O que é que falhou entre os encarnados?
Até dado momento até pareceu que tinha as coisas bem planeadas – e provavelmente tinha -, mas por melhor que seja o plano, se não houver quem o ponha em prática... Não é?
Fui ver esta etapa a casa de um amigo, também ele apaixonado pelo Ciclismo e, embora de olhos fixos no receptor de televisão, íamos falando de outras coisas.
Da triste figura que a grande campeã (não deixa de o ser só por este episódio menos feliz) que é a Telma Monteiro fez, depois de eliminada. A culpa foi do árbitro!
Ainda hoje Marco Fortes, e que os homens tenham memória, se “suicidou” desportivamente ao desculpar-se com a triste presença no lançamento do peso, em Pequim, dizendo que àquela hora não... as manhãs são para passar na cama (!!!)...
Ao final da tarde assistimos, boqueabertos – e eu envergonhado, confesso -, à análise da etapa feita pelo DD do Benfica... Porque é que os encarnados não fizeram melhor? Ficámos sem saber. Mas não esquecerei que o melhor que tinha para dizer era o expressar a sua admiração pelo facto de um jovem Corredor de outra equipa “ter sempre perdido tempo nas etapas a rolar e hoje ter feito uma etapas destas!»
E com o frio que se fazia sentir lá no alto, nem podemos dizer que foram declarações... a quente! Foram só... tristes. Mas ficam registadas!
PARABÉNS QUIM!
Não posso deixar passar sem aqui deixar a minha homenagem, e os meus parabéns ao Joaquim Andrade (Paredes) que hoje mesmo completou 39 anos...
Não sei nem interessa o lugar que fez. Saúde-se apenas a longevidade de um Corredor sério que já deve ser dos que mais voltas a Portugal fez, em todos os tempos.
Parabéns Quim. Já agora, e independentemente do lugar, que chegues ao fim.
E que não se esqueçam de te homenagear no final.
Tu podes – e andas, de certeza – de cabeça bem levantada. Deste, ao longo de todos estes anos, tudo o que tinhas pela modalidade que escolheste e, que me lembre (sendo que as nossas carreiras, enquanto profisionais começaram mais ou menos ao mesmo tempo), jamais deixaste de ser um Grande Profissional.
Com momentos, uns melhores que os outros, mas isso acontce com todos, mas nunca te puseste em bicos dos pés, quando as vitórias te sorriram, nem nunca arranjaste desculpas esfarrapadas, quando resultados melhores se te escapavam...
Um grande abraço e o meu Muito Obrigado por seres como és.
4 comentários:
Pois é! Parabéns Rui Sousa!
Parabéns à Liberty!
Mas por favor mandem o Américo Silva, fazer uma reciclagem ao seu curso de treinador!
Não acreditei quando vi aquele ataque! Aproveitou bem o Blanco!
Depois, blá blá, vêm os espanhois e ganham, e blá blá o nosso ciclismo ...
Blá, blá para os erros tácticos!
Agora agarrem o Blanco! Esperemos que não seja tarde!
Quanto ao Benfica, foi quase tudo perfeito! Esteve à altura do seu valor!
Ainda acreditei na loucura do Pedro Lopes de há 10 anos atrás, mas os anos tal como a mim fazem mossa, a ele também!
_"_
Quanto ao Joaquim é grande a minha admiração! Parabéns!
Já agora da FPC, mandaram-lhe algum bolo em forma de pista?
Esperemos Joaquim que não, mas Graças a Deus, também não mandaram flores... ( piada amarga á espera de Justiça)
Em primeiro lugar, o meu apreço e as minhas felicitações para o Grande Rui Sousa, pequeno no tamanho mas um GRANDE HOMEM, que passou uma carreira na sombra, em prol das equipas por onde passou. Que magnifico seria ter um Português, de uma equipa Portuguesa a vencer a Volta.
Parabéns ainda à Liberty, que aproveitou da melhor forma "as condições existentes" e fez uma etapa excelente, só possível às grandes equipas (fizeram lembrar a MSS/Póvoa). Depois da Torre, ter quatro candidatos à vitória é fantástico.
No entanto, faltou uma equipa para ser uma etapa épica. Faltou o Tondo (que deveria ser o n.º 1), o Cabreira (apenas o Campeão Nacional), o Cardoso, o Pires, o Zaballa, o Vicioso, etc. Os adeptos não esquecem... Eu não esqueço.
Faltou as estratégias dos DD (pois é Manel, ainda não aprenderam)...
Faltou a sensatez e o saber perder(aquela do jovem corredor, já muito mais do que uma promessa, é gritante) ao DD do Benfica, que no calor do momento (seria - espero bem que sim) parece já ter apontado a um novo alvo (cuidado, o Xanoca é genro de um sogro poderoso, não permitirão que aconteça de novo... quatro nos cinco primeiros na torre e uma denunciazita dava de certeza para uma nova investida do CNAD/PJ) - desculpem lá , mas não consegui resistir a esta pequena "maldade".
Esperemos que impere o bom senso e possamos ter até ao fim "a melhor volta que nos é possível ter"... De preferência sem "mais casos".
Outra versão dos factos em:
http://xiclista.blogspot.com/2008/08/cabazada.html
Caro Dr. Carneiro, desculpe lá o meu abuso, mas fica a publicidade grátis ao seu blogue.
Que bigode que a Liberty deu à equipa dos organizadores da prova. Mas em termos individuais parece-me que o David Blanco é quem está me melhor posição.
Eu também não me esqueço da falta que a MAIA faz ao pelotão (pra mim a equipa do Zeferino há-de ser sempre a MAIA) mas parece que tem que haver + gente a ser afastada pra equipa dos organizadores conseguir ganhar.
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