II - Etapa 191

O QUE TODOS TÊM MEDO DE DIZER!...

Para além - e eu sou dos que sustentam que sim, foi sim senhor montada toda uma armadilha para apanhar a equipa do Póvoa Cycling Clube, ou não leram que a "operação" até estava prevista para Julho? - do trama todo montado à volta da equipa da Póvoa, ou, se quiserem, que a mim não me custa a acreditar, do Manel Zeferino, não estarão a eqquecer-se de um pequeno pormenor?

Falta-vos a coragem para o denunciar.
Se, repito... se o Manel Zeferino tivesse deixado cair os dois corredores implicados, provavelmente, mais um ou dois, fosse lá sob que base fosse, a equipa tinha sido convidada para a Volta a Portugal. Digo-o eu.

O que se pretendia era amputar a equipa da Póvoa de três ou quatro corredores-chave. A ridicula rábula à volta do "caso" Pedro Cardoso é o grande rabo de fora de tão pequeno gato escondido.

Mas o Manel funciona de outra forma.
Ah! Já houve sim quem tivesse despedido corredores como se fossem estes os únicos culpados.
E com esse acto de manifesta "luta pela verdade" livraram-se daqilo que todos sabemos. Não enterremos a cabeça na areia, qual cobardes avestruzes.

Em equipas, mesmo da grandeza relativa - comparada com a do grande pelotão internacional - alguém acredita que haja corredores a recorrer a métodos ou práticas proíbidas por sua única iniciativa? Correndo o risco de serem apanhados e... despedidos?

O que acontece é que entre os muitos papéis que assinaram, num deles ficava expresso que, em caso de virem ser apanhados assumiriam sozinhos a responsabilidade. Eram afastados da equipa e esta mantinha-se virginalmente pura.

Tretas!

E só a manifesta desonestidade da esmagadora maioria do rebanho de jornalistas que escrevem sobre Ciclismo poderia dar cobertura a estas situações. Não adianto com casos concretos porque prometi aos implicados que respeitaria o silêncio que me pediram.

Se o Zeferino tivesse feito um comunicado no dia a seguir à rusga da PJ a demarcar-se dos seus atletas apanhados com produtos proíbidos, os denunciadores teriam ficado satisfeitos. A verdade é que era só isso que eles queriam porque não convém mexer muito na merda... senão começa a cheirar mal.

Mas três ou quatro idiotas que se pretendem jornalistas de Ciclismo vão alimentando a novela que, neste momento e face a tanta falha processual, já nenhuma das auturidades intervenientes quereria estar metida nisto.

São "guerras" particulares, apadrinhadas por dois ou três moços de recados.

A grande diferença entre as equipas do Manuel Zeferino e as demais, não se limita a colocar três homens nos três lugares da frente, como aconteceu este ano nas Asturias, no GP Paredes-Rota dos Móveis ou em 2002 na Volta a Portugal.

A grande diferença é que todos sabem que fazem parte de um grupo quase família, e que nenhum deles trairá um colega. Principalmente o Manel não sacrificará nunca um atleta seu. Não se estiver certo que ninguém vai conseguir provas para os incriminarem desportivamente.
Um "comandante" nunca abandona o seu posto na ponte de comando. Mesmo que o barco esteja a ir o fundo.

O novo jornal de Ciclismo, que se pretende arauto da verdade, já se deu ao trabalho de conversar, por exemplo... com o Sérgio Ribeiro e tentar saber de que forma é que foi chutado para canto, por parte do Benfica?
Tentou, de alguma forma, ouvir o Pecharroman?

Não!
Aceitou, ingenuamente, como é fácil de perceber pela insegurança que disfarça naquele ar de puritano, as "versões oficiais". Sem se preocupar a ouvir a outra parte. Ms que raio de jornalismo é este?
O papel do jornalista é o de procurar a verdade.
Os "press-release" mais não são que areia que nos deitam para os olhos.
Mas só cai quem é, ou ingénuo, ou mau profissional.

Mas nos últimos anos aconteceram outras estórias - que deviam saber - que provam o que digo. Desde o perdão de um castigo exemplar, por reincidência, a um corredor que foi "convidado" a pôr fim à carreira a troco de na sua folha não ser apenso esse tal castigo exemplar, até... até quem tenha sido escolhido para ser sacrificado por um positivo que não era seu...
Mas o verdadeiro culpado NÃO podia ser implicado.

Mas eu sei disto porque "jornalistas" no activo mo contaram.
Ora, se estão no activo e sabem de todas estas trafulhices... o que devemos pensar deles?
Quem acreditaria neles se se viesse a saber que atropelando todas as regras deontológicas da nossa profissão, se calam... a troco sei lá de quê...

O caso do Póvoa Cycling Clube só ia servir para mostrar serviço, para deixar a ideia de que se está a trabalhar a sério na luta contra o doping.
Ninguém contava era com a (não) reacção da equipa.

Que, repito-me, não tem nada que demonstrar que está limpa.
Há organismos, do Estado, que vivem - e bem - á custa dos nossos impostos - que, esses sim, terão sempre que justificar como gastam o nosso dinheiro.

E o caso do Póvoa Cycling Clube já cheira mal, já ultrapassou a linha do bom senso.
E só os mal intencionados insistirão nos mesmoa argumentos.
Os mal intencionados e os virginalmente... estúpidos.
Ignorantes!

Então a Polícia Judiciária apreende meio camião de drogas, mostra-as ao público e depois... cala-se e sai de fininho de cena?
Pois saiu.
Saiu porque, afinal de contas, e tirando os tubos de guronsans, alguns ben-u-ron, meia dúzia de embalagens de vitaminas e "packs" de seringas - ah! e a bendita centrifugadora - não têm nada para voltar a mostrar-nos.

E porque é que os jornais não fizeram a sua própria investigação?
Falta de hábito.
Vive-se de "comunicados" a anunciar inquéritos disciplinares que, em vez de serem assinados pelo presidente do Conselho de Justiça da FPC o são pelo presidente da Direcção, dos "press-releases" que chegam via-fax... e do diz-que-se-diz.

Também é verdade que nunca nos últimos 50 anos o "pelotão" de jornalistas de ciclismo foi tão amorfo, ignorante, desinteressado... inexistente.

São meros tarefeiros e fazem ciclismo com a mesma vontade e o mesmo gosto que fariam a coluna de casos de polícia ou... os signos.
Não sabem, não conhecem, não querem conhecer, não querem saber...

E não será, definitivamente não será, com pseudo-jornalistas (embora tenham conseguido uma carteira profisional) como aquele dos exemplos que deixei no último artigo que a modalidade irá em frenre.

O Ciclismo começou a morrer quando os Grandes Homens - jornalistas - que, embora apenas sazonalmente o fazia, foram desaparecendo.

O resto é conversa para entreter tolos.
Aos "colegas" que estão a cobrir esta edição da Volta deixo um desafio: provem-nos que são capazes de ser jornalistas, investiguém e contem-nos que corredor de uma equipa das "grandes" - não, não era da Póvoa de Varzim - deu positivo num controlo interno da respectiva equipa e logo a seguir apareceu "convenientemente" lesionado... durante um bom par de meses...

Eu já não sou jornalista de Ciclismo.
Fui chutado para canto!...