quinta-feira, agosto 14, 2008

II - Etapa 195

VOLTA A PORTUGAL/2008.1

É evidente que não vou deixar de comentar, dia-a-dia, a principal corrida do calendário nacional. Objectivamente.
Sempre!

Tudo ao que a ela não disser respeito não cabe sob o símbolo - espero que a PAD-JLSports não implique comigo - que a identifica.
Aqui, sob este símbolo é... Volta e só Volta!

Ontem não tive oportunidade de seguir o Prólogo.
Estava a trabalhar.

Contudo, a partir dos "flashes" que vi, e depois de hoje - que já estive de folga - ter lido o testemunho dos colegas que a seguem no terreno, já me sinto em condições de me pronunciar.

Bem, muito bem, esteve o Benfica no escalonamento dos seus corredores.

Qualquer leigo em meteorologia sabe que uma determinada zona sujeita a temperaturas mais elevadas durante a maior parte do dia, porque o ar quente sobe - aprendemos isto, os da minha geração, no primeiro ano do velho Ciclo Preparatório - abrindo um espaço abaixo dele, para a entrada do ar mais frio, o que provoca uma corrente de ar, vulgo, vento, a partir do momento em que o Sol "cai" para o ocaso, não era de desprezar o facto de o crono - prólogo - começar antes das três da tarde, altura em que, ainda por cima no Algarve e junto ao mar, a temperatura dominante era a quente, e que, à medida que o sol baixava, logo o aquecimento da terra também baixava, era certo que o vento aumentaria.

Confesso que sou um previlegiado. Situando-se Alverca num baixio colado ao Tejo... sempre que o sol desaparece se levanta uma ventania dos diabos que dura madrugada adentro.

Todos sabemos que, hoje em dia, os responsáveis das equipas já pensam em tudo.
Em quase tudo.
Ontem... alguns, curiosamente algarvios - porque estou certo que, e só porque o crono era demasiado curto, logo propenso a um corredor explosivo, esqueceram-se de medir o barómetro.

Não era uma coisa à sorte.

Definitivamente, quem saísse primeiro apanharia menos vento que os outros. se bem que o traçado delineado não poderia ser mais justo.

Como era ir contornar uma rotunda e voltar... pelo mesmo caminho, o mesmo vento que atrapalharia na primeira parte era preciosa ajuda, na segunda metade do crono.

Mas isto é só para tentar deixar claro que há quem saiba ler, não só a corrida, mas também as condições em que ela se desenrolará, e há quem não tenha a menor noção disto mesmo.

Fez bem o Benfica em colocar o Rubem Plaza a correr logo mo início, pese embora ele seja, de longe - mas de muito longe - o melhor contrarelogista deste pelotão...

E o Benfica - o "meu" Benfica (que o não escondo) - ao mandar para a estrada, bem cedo, o Ruben Plaza, deu uma mostra do extremo cuidado de como a equipa preparou esta Volta.

Por acaso, o Rubén Plaza é candidato a vencer todos os cronos desta Volta, porquee é, de facto, o melhor contrarelogista do nosso pelotão.
E provou que o é.

Os outros que se queixem do que quiserem. Tudo soará a falso.

Entretanto, e já de folga, hoje pude mesmo assistir, mais ou menos, quase toda a corrida.

Foi animada, infelizmente, e em maior porção, por causa da meia dúzia de quedas que aconteceram.

Agora... quem sabe alguma coisa de Ciclismo sabe que os dois ou três primeiros dias da corrida desenbocam sempre no necessiáro de se conhecer bem os adversários.

Entretanto, hoje [que já é ontem] vimos como é que, mesmo os especialistas, perdem a etapa para um homem que caiu e até ficou maltratado bastante maltratado.

Mas por alguma razão o DD da Lampre mandou todos os outros oito componentes da equipa ficarem para trás para ajudar o seu sprinter a recolar...

E ele ganhou a tapa!

4 comentários:

Afonso Azevedo disse...

Boa tarde,
tenho acompanhado esta volta a portugal (deste o primeiro dia. Entrevistas e tudo... até as declarações do Huguinho Sabido), sinceramente acho o ciclista mais forte o Hector Guerra.
Mas gostava muito que vencesse um ciclista Espanhol, e já agora de uma equipa estrangeira!

Um abraço
Afonso Azevedo

Alberto disse...

Afonso,não estás sózinho...tb eu quero que ganhe um equipa estrangeira!
A volta não é a mesma sem vcs!

BlueDragon disse...

Afonso, tou contigo e com o Alberto também. Nem a volta é a mesma sem voçês, nem tu mereçes aquilo que te estão a fazer. Força amigo!

mzmadeira disse...

Caro Afonso, jovem amigo...

Partilho, como sabes, a desilusão que te vai - que vos vai - na alma,e usando um poema do grande Sérgio Godinho...

Não me digas que não me compreendes;
Quando os dias se tornam azedos;
Não me digas que nunca sentiste;
Uma força a crescer-te nos dedos;
E uma raiva a nascer-te nos dentes;
Não me digas que não me compreendes