segunda-feira, julho 10, 2006

141.ª etapa



ATÉ AGORA... POUCAS SURPRESAS



Cumprida a primeira semana de Tour, e chegados ao primeiro dia de descanso, a corrida continua perfeitamente em aberto. Mas as quedas, que se esperava poderem vir a acontecer nos dois/três primeiros dias, com o nervoso do pelotão, só aconteceram um pouco mais à frente e mandaram para casa mais um dos potenciais candidatos, Alejandro Valverde, e um outro homem do qual se poderia esperar um ou outro feito, Bobby Julich. Ficaram, a Caísse d’Épargne sem o seu chefe-de-fila, e a CSC órfã de um corredor importante, depois de não ter já podido apresentar o seu às de trunfo, Ivan Basso.

De resto, se as primeiras etapas se ajustaram perfeitamente ao que delas se esperava, a sensação – a única, até agora – aconteceu no contra-relógio individual no qual um
enorme Serguei Honchar conseguiu bater por mais de um minuto o segundo classificado. Aliás, a equipa alemã da T-Mobile esteve intratável, numa demonstração de força – mesmo sem Jan Ullrich – que surpreendeu muita gente, mas terá gás para o que vem agora de seguida? Fica a questão, até porque foi por demais perceptível que houve equipas que se pouparam nessa etapa contra o relógio. Ainda dentro das surpresas, neste primeiro terço de prova, cabe a malapata (não terá só sido isso) de Tom Boonen que até andou de amarelo mas não conseguiu uma única vez impor-se nas chegadas em grupo. Aí perdeu claramente para Robbie McEwen. Curiosamente, Boonen fez um bom crono!...

Em relação ao nosso Zé, creio que nada mudou no que respeita à estratégia que Johan Bruyneel traçou para este Tour. Voltou a imprensa a tentar pôr-lhe na boca declarações que revelassem quem será mesmo a aposta da Discovery para lutar pelo primeiro posto, mas nada foi conseguido. Nem mesmo quando, na véspera do contra-relógio, terá dito que George Hincapie era candidato à vitória na etapa e, por consequência, poderia recuperar a camisola amarela e condicionar a prestação do colectivo numa hipotética defesa do primeiro lugar do norte-americano.

A Discovery fez um
crono muito calculista fazendo crer que a ordem era a de não se desgastarem os seus corredores, com cada um a fazer aquilo que… melhor achasse. Daí a aparente má colocação dos corredores do canal televisivo na etapa, com os reflexos naturais nas suas classificações na geral.

Ontem mesmo se viu que, com Floyd Landis na segunda posição da geral, a Phonak teve de arcar com as despesas da perseguição aos fugitivos do dia. Fruto do acaso, ou jogada estratégica, a verdade é que a equipa do camisola amarela, ao meter um corredor nessa fuga também descartou do ónus de ter de fazer a perseguição, e os comandados de Johan Bruyneel tiveram um dia de puro
“descanso activo”. Mesmo antes do dia de descanso real. São pequenos pormenores que podem vir, até ao final desta semana, mostrar qual foi o director-desportivo que melhor orientou a posição das suas peças neste gigante tabuleiro de xadrez. É que dos potenciais xeques… o que vale é mesmo o xeque-mate.

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