quinta-feira, julho 27, 2006

171.ª etapa



E SE NÃO FÔR ELE?



Terrível. Esmagador. Irresponsável.
A Imprensa, depois de ontem ter avançado com a notícia de um caso positivo no último Tour, hoje, apoiada numa informação veículada por um jornal dinamarquês que não cita as suas fontes, descarrega uma montanha de suspeitas sobre Floyd Landis. Suspeitas não. Na forma em que as li, acusam-no já. Refugiando-se no sempre cómodo "presumivelmente" e em citações de terceiros.

O tal caso de positivo terá aparecido exavtamente na etapa de Morzine, que ele ganhou daquela forma épica que todos recordarão durante muitos anos. Mas no dia anterior, e enquanto líder à partida, Landis também terá ido ao controlo. E não aconteceu nada! Ia logo acontecer na etapa em que ele jogou tudo? O que é que ele estava a jogar então? A sua continuação neste Tour (claro que correu riscos, e o de um desfalecimento, ao fim de tantos quilómetros em solitário, não era o mais pequeno) ou a sua imagem enquanto ciclista? Talvez o seu futuro como atleta de alta competição...

Mas a questão não é essa. Eu também fiquei fascinado e mal consegui manter a equidade que se deve ter, depois de ver a etapa que Roberto Heras fez em Pajáres, na última Vuelta, e fui surpreendido com o facto de ele ter perdido a corrida por ter controlado positivo. Já não digo nada. Só deixo uma pergunta: e se neste caso concreto... não for Floyd Landis o mau da fita? Como se vai reparar o mal que se lhe está a fazer?

E se fôr... Se fôr não sei o que vou pensar a partir de agora. Estou no pelotão dos que ainda acreditam no ciclismo e isso seria uma brutal machadada na minha confiança em relação a todos.


P. S.: Com Oscar Pereiro na segunda posição, já estou a imaginar o que os espanhóis não vão fazer agora. A melhor maneira de "limpar" o fim triste da sua própria Vuelta seria "apanharem" os franceses a viverem o mesmo drama

1 comentário:

José Carlos Gomes disse...

Acho que, no mínimo, é de uma enorme irresponsabilidade atirar o nome de Floyd Landis - ou de quem quer que seja - para a praça pública.

Esperemos pela contra-análise e, no caso de esta dar positivo, aponte-se o dedo ao culpado. Para já é terrivelmente irresponsável.