[Acordo Ortográfico] # SOU FRONTALMENTE CONTRA! (como dizia uma das mais emblemáticas actrizes portuguesas, já com 73 anos, "quem não sabe escrever Português... aprenda!») PORTUGUÊS DE PORTUGAL! NÃO ESCREVEREI, NUNCA, NUNCA, DE OUTRA FORMA!
sábado, julho 15, 2006
154.ª etapa
CORRIDA SEM "PATRÃO" OU
"PATRÃO FORA DIA SANTO NA LOJA"?
Gravemente penalizador para o ciclismo foi aquilo que hoje aconteceu na 13.ª etapa do Tour. Não li mais nada que não as classificações e vi o que todos viram na TV. Não sei se houve alguma tentativa de alguém para explicar o sucedido mas, tendo havido, terá sido uma desculpa de mau pagador. Leia-se: de mau atleta ou director-desportivo, ou tenha lá sido quem for.
O que poderá justificar o atraso de quase meia-hora do pelotão em relação aos primeiros homens a cortar a meta? Estava calor? Mas o calor não era o mesmo para todos?
Dei-me ao trabalho de ir ver o regulamento particular da prova e lá está, no Artigo 22.º, que para etapas de grau de dificuldade com coeficiente 1 (que era o caso - também lá está), e para uma média do ganhador da etapa superior aos 42 km/hora o controlo fecharia num tempo de 9% mais do que o feito pelo vencedor. Ora, Jens Voigt gastou 5.24.36 horas para chegar à meta o que significa que TODOS os corredores que gastassem mais de 5.53.45 horas (tinham uma margem de 29.09 minutos) seriam eliminados. Isto é, no caso de hoje, todo o pelotão teria ido para casa não fora a alínea constante do mesmo regulamento que aponta como excepção o caso de o número de eliminados ser superior a 20% dos corredores que tinham alinhado à partida. Claro que, sabendo disto, no pelotão foram muito poucos os que tentaram imprimir uma marcha mais viva e foi essa alínea que os salvou, pois chegaram à meta 29.57 minutos depois de Voigt e Oscar Pereiro. Mais 48 segundos que só não valeram pelo "pormaior" (não é pormenor) de lá virem mais dos tais 20% dos corredores que tinham iniciado a etapa.
Foi feio. Feio em todos os sentidos e os espectadores - que estavam sob o mesmo sol - não mereciam quem ninguém tivesse mexido uma palha para se andar só um pouquinho mais depressa.
Diz-se que este Tour está órfão se um "patrão" - entenda-se: de um corredor claramente favorito - mas se não há "patrão" não faz sentido o dito popular de "patrão fora, dia santo na loja"!
E eu que tenho sido bastante crítico em relação ao pelotão português quando situações destas acontecem vejo-me na obrigação de me retractar. Afinal de contas não são só os directores-desportivos lusos que deixam correr o marfim ao longo de algumas provas (e/ou etapas), esperando que seja o vizinho do lado a assumir as despesas de uma perseguição sempre desgastadora e, se o pelotão dos pelotões - o do grande Tour - se dá ao luxo de se apoiar numa alínea do regulamento que só visa salvaguardar o interesse desportivo da corrida, por parte do organizador, quem sou eu para criticar os responsáveis pelas equipas portuguesas, mais pobres, mais pequenas e, por isto, a porem os técnicos a pensarem, antes de mais, em pouparem os seus corredores?
Perante este exemplo vindo de cima... tenho que me calar. E pedir desculpa a todos que já critiquei por cá.
Mas a situação não deixa de ser feia por isso e, voltando ao princípio, altamente penalizadora em termos da imagem da modalidade aos olhos dos seus adeptos. Para não falar dos patrocinadores!
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