terça-feira, julho 18, 2006

156.ª etapa



PROJECTO NACIONAL



Na edição do passado sábado do RECORD, numa coluna intitulada “Ciclismo em Dia”, o meu caro amigo – e excelente companheiro de estrada em muitas, mas muitas corridas que já ambos cobrimos, cada um para o seu jornal –, dizia: o meu caro amigo Alexandre Reis, escrevia que começava a «estar revoltado com a indiferença da comunicação social internacional em relação a José Azevedo» e, um pouco mais à frente, escrevia: «Devido às circunstâncias, acho que o País devia apostar numa equipa para o Protour, com os melhores portugueses. Seria uma boa propaganda, pois apenas somos reconhecidos pelo nosso futebol, mas temos outras qualidades.»

Não podia estar mais de acordo e, aliás, já no VeloLuso – como recordo na parte final – eu tinha falado sobre o assunto. Foi há 4 meses, mas o Alexandre voltou agora a pôr o dedo na ferida.
O nosso ciclismo, que internamente tenta fazer pela vida, lá fora resume-se mesmo ao Zé Azevedo mas, ainda assim, nem um único órgão de comunicação social estrangeiro conseguiu – já não digo agora, mas nos dias que antecederam o Tour – ver nele um potencial candidato aos primeiros lugares. Ao top-10, pelo menos.
Não sei qual será, no fundo, a ideia do Alexandre; eu, na altura, falei em quase uma Selecção Nacional que poderia até levar como nome o de Portugal. Mais qualquer coisa (que seria o patrocinador).


Quem não se lembra da SwissPost (verdadeira “selecção suíça” se tivermos em conta que tinha os melhores corredores do país, ou da já “velha” Rabobank, também ela uma autêntica “selecção” dos melhores holandeses – tanto que até se torna difícil distingui-la da verdadeira selecção holandesa nos Mundiais, por exemplo, onde as cores e até o patrocinador são os mesmos?

O Turismo Português, por exemplo – que já não vendemos mais nada ao estrangeiro do que férias – não podia sustentar essa equipa? Ter uma equipa no ProTour, tê-la a correr em França, na Itália, em Espanha… provas com transmissão televisiva à escala mundial, não seria um bom investimento?

Voltei ao assunto exactamente porque o Alexandre Reis, que está em França a cobrir o Tour, fosse por que razão fosse, para além da tal “irritação” por não ver o nome do Zé Azevedo citado em lado algum – a propósito, ao fim de quantos dias é que pudemos ver o nas transmissões sãs etapas do Tour? E quantos segundos “gasta” a organização com ele? Sinto eu, como sentirão todos os portugueses, uma alegria imensa de cada vez que o organizador se “distrai” e o lá aparece… –, dizia: o Alexandre Reis também percebeu, ainda mais estando ele no terreno, que FALTA PORTUGAL no grande pelotão.

Já li que o orçamento do Benfica, no seu regresso, no próximo ano, será de 5 milhões de euros. Certo que será para “sustentar” duas equipas, comprar viaturas, equipamentos e tudo o que é preciso, mas, com essa verba já se podia arrancar com uma equipa ProTour.

Podemos esperar pelo Benfica. Mas não seria melhor pensar num projecto verdadeiramente nacional?



Recordo o artigo que aqui deixei em Março último… Quem na altura não o leu, pode fazê-lo agora, na íntegra, procurando no Arquivo do mês de Março.

Quarta-feira, Março 22, 2006

36.ª etapa

E SE...

E agora que já temos uma Associação de Equipas Profissionais, se em vez de defenderem correr com as estrangeiras de cá para fora e chamar ao pelotão as sub-23 (repito-me, parece que não se acham capazes de ganhar a mais do que aos miúdos), porque não discutirem, a sério, a possibilidade de criar-se UMA equipa NACIONAL com dinheiro e estruturas para poder candidatar-se ao quadro ProTour? (…/…)

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