quinta-feira, julho 27, 2006

172.ª etapa



NÃO COMPREENDO!...



Nestes casos do Heras e agora do Landis há uma coisa que, em definitivo, põe à prova a minha inteligência.
Porque é que o Roberto Heras, com a Vuelta ganha, se faz à estrada no penúltimo dia de corrida para assinar um crono do outro mundo? E foi nesse dia que "deu" positivo!...
Porque é que o Floyd Landis, quando sabia que estava a recuperar a liderança do Tour e até tinha depois um crono para solidificar a sua posição de líder, sabendo que iria obrigatoriamente ao controlo anti-doping... tomou fosse o que fosse?
Porquê?

O doping é inadmíssivel. Ser apanhado por acaso é "azar", mas ajuda a desmascarar os batoteiros, contudo... alguém assalta um banco em plena luz do dia e sai para a rua com os montes de notas debaixo do braço? À vista de todos?

O vencedor da Vuelta, o ano passado, foi desqualificado; o vencedor do Giro, já este ano, foi excluído do Tour por estar presumivelmente ligado a uma rede organizada de dopagem e o vencedor do Tour, não há ainda uma semana, aparece... dopado!!!!!

Já não sei o que dizer...

3 comentários:

Jorge-Vieira disse...

Confesso que a noticia de Landis ter acusado um controlo positivo na maior prova do mundo de ciclismo me deixou profudamente triste, fiquei muito chateado, fiquei revoltado... enfim estados de espirito que são normais quando idolatramos alguém por um feito extraordinario, e no fim somos enganados, não só nós, como todos os atletas que participaram naquela corrida.
Landis fez uma etapa, a 17ª, fenomenal, extraordinaria, a todos os titulos memoravel, nunca se tinha visto nada assim nestes ultimos anos do Tour, mas muito se especulou, dado que no dia anterior o Landis estava "morto", e no dia seguinte reapareceu tipo Fenix e arrebentou com toda a concorrencia, certo é que com a ajuda da sua equipa, e no final, após ter ganho, entrou novamente na disputa pela vitória final do Tour, vitória essa que seria conseguida no ultimo contra relógio.
Ainda e sobre essa etapa, muito se disse., muito se falou da imensa água que o Landis gastou, eu segui a etapa em directo, e não consigui entender o porque de tanta água, penso que o calor por si só não justifica tudo, será que ele estava a tentar limpar algo do seu organismo com tanto consumo de água... já para não falar naquela que despejou pela cabeça abaixo... e quem segiui a etapa mais atentamente, por acaso reparou que o Landis pouco ou nada comeu?
Não entendo o porque de um ciclista com a classe de Landis ter tomado (se é que tomou, até vir a contra analise, apenas pudemos especular) produtos dopantes, não entendo o porque de um Roberto Heras, já com a Vuelta ganha, ter tido o mesmo comportamento, não entendo como surgem nomes como Ullrich e Basso envolvidos nestas histórias, sabendo de antemão que todos eles são homens acima da media para o ciclismo e que podem ganhar qualquer corrida em que participem.
Penso que neste momento devemos ainda dar mais valor a um Armstrong, que tanto se disse, tanto se bateu na mesma tecla do doping, e o certo é que nunca foi detectado nenhum produto proibido nos seus controlos anti-dping (não incluo aqui a celebre reportagem daquele jornal francês sobre o Tour de 99).
Uma coisa é certa, após mais esta bomba no ciclismo, e a que se passou à 1 mês atrás com a Liberty e a operação Puerto, só tenho pena que afunde ainda mais a credibilidade da modalidade em si e dos seus praticantes, com isto tudo quero dizer que já não podemos ter os nossos heróis ou então acreditar neles.

Jorge-Vieira disse...

Ainda referente ao assunto doping e sobre o escandalo que se abateu logo no inicio do Tour, não compreendo também como é que a T-Mobile dá um prazo ao Ullrich para apresentar provas em como não estava envolvido em todo aquele escandalo da operação Puerto, e o dito ciclista nada faz, pura e simplemente deixa-se estar quieto e sossegado à espera que o tempo passe, até até chegar a ser despedido.
Muitas conclusões se podem tirar por ele nada ter feito, só espero que aquela que seja mais obvia, não seja de todo de verdade, isto para bem da modalidade e do bom nome do ciclismo.

mzmadeira disse...

Caro Jorge Vieira.

uma vez mais obrigado pela sua colaboração.

Respingo duas passagens da sua mensagem. Na verdade, esse sentimento que descreve creio que é compartilhado por todos nós, os que gostamos do ciclismo. Uma coisa é o aparecimente de uma Operação Puerto, diferente também do que aconteceu com Heras. Malgrado o espanhol nos ter "enchido" as medidas com aquela etapa de Pajáres, o espaço de tempo que medeou entre esse dia e a "bomba" do anúncio do seu positivo serviu de "almofada".

Agora, oito dias depois de todos termos vibrado com aquela etapa do Landis... tudo se desmoronou. Num momento em que a memória ainda era tão viva...

Mal comparado, é como comprarmos um electrodoméstico e este avariar dois meses depois. Ficamos chateados, mas se a coisa rebenta dois ou três dias depois de a comprarmos, sentimo-nos enganados!

Mas Jorge Vieira, de uma coisa podemos tirar uma ilacção positiva: cada vez mais, em vez de "negarmos" o acontecido, vimos para um lugar público discuti-lo. Isso é bom. A nossa modalidade preferida está doente mas não vamos mais ficar pelos "caldinhos de galinha". Está doente, vamos todos nós tentar fazer alguma coisa para a ajudar.

Havemos de nos lembrar de alguma coisa. Entre todos.

Um abraço