[Acordo Ortográfico] # SOU FRONTALMENTE CONTRA! (como dizia uma das mais emblemáticas actrizes portuguesas, já com 73 anos, "quem não sabe escrever Português... aprenda!») PORTUGUÊS DE PORTUGAL! NÃO ESCREVEREI, NUNCA, NUNCA, DE OUTRA FORMA!
domingo, julho 30, 2006
176.ª etapa
NOVIDADES... E MUITO INTERESSANTES
Por mais de uma vez fui questionado - e os meus amogos foram os primeiros a avisarem-me - sobre que papel represento, afinal, eu aqui, neste Blog. Sou mero adepto (observador atento) do ciclismo, ou sou... jornalista?
Seria bem mais fácil se eu fosse vendedor de automóveis. Não haveria hipótese de confusão entre a visão de alguém simplesmente adepto e a sua profissão. Eu próprio já tive necessidade de me defender, tentando fazer passar a ideia de que aqui, neste Blog, sou só um amante do ciclismo. Mas a minha ligação à modalidade, no âmbito profissional, não descola assim.
Mas devo eu, adepto, por de lado o eu jornalista? Há situações em que tal seria cómodo, contudo, para não deixar de tentar, para além de ser sério... parecê-lo, não há maneira!
Se me apresentasse aqui como jornalista, deotologicamente não deveria comentar textos de outros jornalistas. Mas posso fazê-lo, enquanto simples adepto. Apago o Blog, então?
Claro que não. E tenho que sacudir para trás das costas esses pruridos. Sou indivisível.
Por isso, mesmo que caia mal nalgumas pessoas, prossigamos.
De hoje a oito dias por esta hora já terá terminado a 2.ª etapa da Volta a Portugal. Os portugueses gostam de ciclismo e a Volta é a nossa prova raínha. Nos últimos 16 anos, pela primeira vez não estou ocupadíssimo a preparar edições de apresentação da nossa maior prova. Custa-me. Acreditem. Procuro, por isso, ler tudo o que os jornais me dão.
E o que tenho? O que temos todos nós enquanto simples adeptos do ciclismo?
O jornal O JOGO está a fazer uma apresentação equipa a equipa, apontando um homem-chave por equipa. Muito interessante e para guardar.
O Jornal A BOLA está a oferecer-nos algo completamente inédito no ciclismo. Até nas modalidades (que é tudo o que não seja futebol)... está a dar-nos notícias diárias das equipas. O que fizeram, ou vão fazer... quem está lesionado... o que se faz no futebol, com a única diferença de que, em vez de ter duas ou três... vá lá, meia página por equipa tem 800 caracteres. Mas é engraçado.
Fazer isto ao longo da época seria praticamente impossível. Cada corredor treina na área da sua residência, na maioria das vezes a parte de rolar, em estrada, é feita em pequenos grupos formados por corredores de diferentes equipas. Mas em vésperas da Volta, não deixa de ser interessante saber novidades das equipas, mesmo que o noticiário surja fragmentado - hoje três ou quatro equipas, amanhã outras... não deixa de, tenho a certeza, atrair a atenção de quem está sedento de notícias de ciclismo. Da mesma forma que a apreciação equipa a equipa - o que fizeram esta temporada e o que podem vir a fazer na Volta - é, de certeza, congregadora da atenção dos aficionados.
É que a Volta é a segunda manifestação desportiva mais importanmte para os leitores, depois do campeonato nacional de futebol.
Só falei em dois jornais desportivos? Pois foi.
Para um deles a Volta só começa no próximo sábado. E o ciclismo provavelmente acaba a 15 de Agosto!
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7 comentários:
Se nem a página oficial da Volta na internet está ainda a funcionar, pode pedir-se muito mais à imprensa?
Quando é a organização a dar o (mau) exemplo...
Caro José Carlos,
se calhar estou velho. Eu ainda sou do tempo das máquinas de escrever e dos telexes que saiam todos em caixa alta. Onde é que vinha ainda a internet...
Mas, provavelmente sem quereres, acertaste na "mouxe". Trabalhinho feito na Internet, para o copy&past.
Eu também sou do tempo em que telemóveis... txiii, o que era isso???
Mas já havia telefones sim (também não sou assim tão velho!...) e as notícias tinhamos que as procurar porque não havia "press-realeses", nem sites oficiais onde ir "beber" a informação.
E acreditas que eu acho que no meu tempo é que era bom? Conheci toda a gente indo lá, ao sítio, e estreitei ligações com as fontes telefonamdo-lhes amiúde.
Hoje eu sei como é. Quando pergunto a um dos meus jornalistas se a peça está pronta, a respostas quantas vezes não é essa? "Ainda não encontrei o site..."
Como é que a Imprensa conseguiu existir sem Internet?... Que há há dez anos!!!
Estou velho!...
Eu concordo que a imprensa é tanto melhor quanto mais independente das fontes originais que "vomitam" tudo pronto a usar.
O que quis dizer é que nem a própria organização dá à Volta a atenção que esta merece...
José Carlos,
é exactamente ao contrário... os "press-release" escritos por assessores ou empresas contratadas é que só nos dão o que lhes interessa. É às fontes originais que temos que ir se não esquecermos duas coisas importantíssimas na nossa profissão: a nossa OBRIGAÇÃO de informar e o DIREITO do leitor a ser informado.
Mas não tomes isto como um "bate-bola" entre nós. Por favor. Contudo, e tendo em conta que a larga maioria dos visitantes deste Blog não é jornalista, às vezes até vem a calhar um assunto como este.
Até o meu pai, velhinho de 70 anos, não perde uma oportunidade de me "mandar à cara" que «os jornalistas são uns mentirosos». Eu levo-o muito a sério.
Claro que ele só lê um jornal - desportivo, claro - e não "perdoa" uma manchete com a "mais-que-certa-contratação" que nunca chega a concretizar-se... Estamos a falar de futebol claro, o seu principal interesse.
E eu sou obrigado a concordar com ele... retirando o tal "mentirosos" do contexto em que ele o emprega.
José Carlos, tu tiveste a coragem de assumir que és jornalista. És mais jovem que eu e tiveste, provavelmente, logo desde o início, acesso a coisas com as quais eu nem sonhava. Contudo, numa coisa eu levo-te vantagem... ainda pude aprender com a "velha guarda".
Sem qualquer espécie de desprimor, não aprendi a ser jornalista numa faculdade, aprendi no terreno. Caindo muitas vezes mas, sendo obrigado a levantar-me, ir aprendendo com todas as "quedas".
Eu, mesmo olhando para o quadro de profissionais que - porque é do que aqui mais se fala - acompanha o ciclismo, estou completamente desenquadrado. Tive a imensa felicidade de trabalhar ao lado de homens como o Guita Júnior, o José Neves de Sousa (quantos se irão perguntar quem é o Zé Neves de Sousa!...), o Dias Neves, o Costa Santos, o Martins Morim, de quem hoje sou companheiro, n'A BOLA. O José Flecha... uma figura que só visto, alentejano dos sete costados com quem chorei de tanto rir...
Eu trabalhava num vespertino ( A CAPITAL) e, depois de, mais ou menos satisfeito com a prosa que mandara para Lisboa - imaginemos que estamos na Volta - no outro dia de manhã comprava TODOS os jornais (o JN, do Paulo Felizes; O JOGO, do Carlos Flórido) e houve dias que tive vergonha de me chegar ao pé deles... Como eram bonitas as crónicas deles... Tão longe que eu estava ainda daquilo tudo que eles mostravam, saber.
O que me valia era que, fugindo da faixa litoral do País, do Algarve até ao Porto... A CAPITAL não estava à venda em mais lugar nenhum.
E aqueles de quem eu acabei por ficar mais amigo foram os que, agarrando o jornal me diziam... «oh pá! o que escreveste foi o filme da etapa... que é que andas aqui a fazer?»
Vá lá eu dizer isso aos jovens diplomados!... Ainda era eu quem saía mal visto da cena.
E 70 por cento dos amigos (verdadeiros) que hoje tenho no ciclismo - directores-desportivos e corredores mais velhos - vêm desse tempo. Porque eu sou mesmo o único jornalista em actividade que lhes traz à memória o que era, e como era antigamente.
Isto seria de um saudosismo bacoco se a verdade não fosse que... hoje não se faz um jornalismo como se fazia então. Para pior, nos dias de hoje.
E mais não digo - saudações caro Paulo Sousa - porque corria o sério risco de ser mal interpretado.
E este desabafo também terá muito a ver porque hoje, em definitivo, ficou claro que não tenho hipóteses de fazer aquela que seria a minha 16.ª Volta a Portugal... consecutiva. Até hoje quis acreditar que ainda ia ser possível. Hoje fui desenganado...
Lamento a má nova de que não possa ir à Volta deste ano, mas há muitas pela frente...
Quanto à nossa suposta discordância: ela não existe. Quando me referia às fontes originais queria referir-me aos seus porta-vozes, que servem de filtros e que se chamam assessores. Quando se tem a sorte de poder chegar realmente à fonte original o trabalho melhora muito.
As melhoras para si!
Só quero deixar aqui um apontamento, e ainda bem que é referido pelo nosso amigo Madeira, esse tal jornal desportivo que falta, já foi uma das referencias para o nosso ciclismo, pena é que se tenha esquecido da modalidade praticamente desde que deixou de ser o seu meio de comunicação oficial, isto na Volta a Portugal.... e decerto como refere o Madeira, o ciclismo acaba no 15 e só regressa no proximo ano, digo eu.... e será que ele sabem quando começa?
Um abraço.
Paulao, esperemos que sim, era um passo muito importante para a modalidade.
Creio que esse passo já começou a ser dado, pela primeira vez, embora sendo cerca de meia pagina, já se lê no jornal "A Bola", a preparação das nossas equipas para a Volta a Portugal nestes ultimos dias.
Era bom que isto acontecesse durante a toda a epoca, não digo todos dias, mas talvez em vesperas das mais importantes competições que se vão realizando por cá.
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