terça-feira, junho 12, 2007

584.ª etapa


OK... AFINAL HÁ VONTADES
E A VOLTA "CRESCE"
JUSTIFICANDO O SEU ESTATUTO

Escrevi ontem à noite algo como «se a Volta a Portugal quer mesmo ser considerada a quarta Grande…», ok, vejo hoje n’O JOGO, que essa intenção existe, se está a trabalhar e, de facto, a aproximar a nossa maior corrida das Grandes. Óptimo.

Perseguindo (sempre) o objectivo de ser equidistante, deixo a minha crítica quando acho que ela faz sentido, mas também aplaudo quando ao meu conhecimento chegam notícias como esta, de hoje.

Controlo de hematócrito para todos os inscritos e em vésperas do arranque da prova.

Só posso estar de acordo. Isso faz-se nas três Grandes há já muito tempo. Implica mais um pequeno esforço – as equipas terão que estar no local da partida um dia mais cedo – mas há esforços que se compensam só por si.

Em relação à segunda notícia, ou à segunda parte da notícia, começo, honestamente, por torcer o nariz à tal “figura de suspeição”. Juridicamente, um suspeito é investigado e, só se houver indícios claros de que pode mesmo vir a ser indiciado como arguído passará a estar sujeito a medidas penalizadoras concretas.

Mas atendamos à especificidade deste caso.
Não há muitas semanas ainda, deixei escrito aqui no VeloLuso uma espécie de recado/conselho aos corredores abrangidos pelo programa de controlos fora de competição. E escrevi, mais ou menos, isto: Não facilitem!
Lembram-se?

458.ª etapa
(4.ª feira, 23 de Maio)
AINDA QUE SOB PROTESTO…
POR FAVOR NÃO FACILITEM!

(…) Porque sou amigo de alguns e os conheço a todos, embora esteja de acordo com a posição da APCP – e já aqui defendi exactamente os mesmos argumentos –, permito-me um... sei lá!, qualquer coisa mistura de apelo e desabafo: Já bastam as situações que parecem irremediavelmente sem defesa. Não facilitem... Se for preciso, parem o treino de dez em dez quilómetros e telefonem a avisar onde estão.

A questão, então em discussão, era a de os Corredores perderem larga fatia da sua privacidade, enquanto Cidadãos, que não deixam de o ser, por se verem obrigados a comunicar, de dois ou de três em três meses, se mudaram de casa, se vão de férias e para onde… Isto para que as Brigadas Médicas do CNAD os possam encontrar para o efeito de Controlos Fora de Competição.

Continuo a pensar exactamente o mesmo e acho que, usando o que legalmente têm à disposição, devem continuar a lutar na defesa dos seus direitos; mas enquanto não saírem vencedores dessa luta, têm mesmo que obedecer, não é?

Por isso eu escrevi: por favor não facilitem.

E a intenção, agora demonstrada pela Organização da Volta, embora, repito, torça o nariz à tal “figura de suspeição”, sustenta-se nos regulamentos desportivos.
Mas vem aí polémica!...

A presunção de, pelo menos, conivência – é a ilação que se pode tirar – por parte dos directores-desportivos (que já são co-responsabilizados pelas tais faltas dos seus corredores, recordo), e a ideia de os penalizar também com a exclusão da Volta, parece-me um tudo nada… avant-garde.

Que se dêem os passos necessários na luta contra o doping, mas não se tente dar passos maiores que as pernas. Digo eu.

Ainda em relação à noticia d’O JOGO, é evidente que estas medidas relevam o Ciclismo nacional para a linha da frente no combate à dopagem, mas que não caiamos na mesma “fúria” cega de “caça às bruxas” a que assistimos por estas alturas um pouco por toda a Europa.

Terminando: Se é pela defesa da verdade desportiva, força aí!...
Estou no mesmo lado da barricada. Estive sempre.

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