quarta-feira, junho 20, 2007

599.ª etapa


OS QUATRO PONTOS "MAIS" DA VOLTA

Aos bocadinhos, mais ou menos à nossa medida, vai-se abrindo o véu sobre a próxima edição da Volta a Portugal. Perdoar-me-ão os amigos, muitos, que tenho na PAD, mas eu insisto que o traçado da Volta não pode ser escondido até às vésperas de a corrida sair para a estrada. Até por uma questão de respeito para com as equipas, antes de mais.

Mas o público também não merece ficar assim dependente de uma revelação tardia que, impede, por exemplo, que os mais “aficionados” de poderem programar as suas férias contando com a Volta.

Pronto, há cerca de uma semana, mais coisa menos coisa, lá se soube de onde partem e aonde chegam as etapas.

É evidente que, para quem já cumpriu dezena e meia de voltas, e perante os locais de partida e chegada, não é muito difícil tentar “adivinhar” o percurso da maioria das etapas. Era um exercício completamente desnecessário. Mas já escrevi tanto sobre isto…

Vale-me, estou certo, a paciência de santo do Joaquim Gomes e companhia. Porque acredito piamente que não levam a mal estes meus exercícios teóricos.

Aliás, e por mais azedas que estejam as nossas relações – jamais deixarei de considerar o Fernando Emílio como uma referência – ele também deixou algumas “pistas”. Que, ao fim e ao cabo, coincidem com aquilo que eu próprio já tinha previsto ao publicar aqui, no VeloLuso, o esboço do possível mapa físico da corrida.

Mas antes de prosseguir, insisto: é preciso que a PAD antecipe, e em muito, o momento da apresentação oficial da Volta.

Joaquim, nestas próximas semanas não vou poder mesmo – a minha “agenda” é comandada pelos senhores doutores, mais o escalonamento dos exames a que tenho que voltar a sujeitar-me, mas gostava de um dia combinarmos um almoço, pode ser?

Pegando nas “pistas” deixadas pelo Fernando Emílio – não vale a pena estares “com os azeites”, enquanto não for oficial que amaluqueci de vez… continuo a ser a pessoa simples (para não dizer simplória, o que até é depreciativo, mas se sou eu que o digo…) que sempre conheceste - que, repito, coincidem exactamente com o lançamento do percurso que eu “desenhei” publicamente, antes de todos…

A primeira grande prova que vai ser posta ao pelotão é a subida da Estrela pela vertente Manteigas/Penhas Douradas/Gouveia.

É curta. De Manteigas às Penhas Douradas são apenas 17 quilómetros (não chega a isso), mas é uma subida exigente. Não tem zonas de descanso o pelotão terá de se haver com um pendente médio de 6,5%. Depois disso é sempre a descer até Gouveia e, francamente, porque acho que o Estádio Municipal (junto do qual têm sido as últimas chegadas a esta cidade) se encontra exactamente nessa zona de descida, parece-me que a chegada a Gouveia, ao contrário do que já li, não será por aí, nem a subir. A não ser que haja outro local.

Depois há a tal nova chegada a Santo Tirso. Pelo gráfico que A BOLA publicou (e aqui realinho), parece-me mesmo um achado.

Seis quilómetros e meio com pendentes de 17 % são para fazer mossa.

Infelizmente, não consigo saber mais pormenores desta chegada.

Depois, vem a Senhora da Graça.

A etapa há-de ser, se não a mesma,
muito parecida à do ano passado.
Demolidora, francamente, a única etapa em território nacional que poderia ser incluída em qualquer uma das grandes provas. Salvo o desenho de uma múltipla pasagem pela Estrela, claro.

Vai acontecer a seguir ao dia de descanso mas desenganem-se os não iniciados.

Isso não trará benefício nenhum. Antes pelo contrário.

Se alguém quiser fazer o exercício, eu quase que aposto que os directores-desportivos preferiam esta etapa ANTES do dia de descanso.
E é óbvio, o porquê.

Finalmente, a etapa da Torre.
Sempre fui defensor de que a chegada ao alto da Torre tem, obrigatoriamente, que fazer parte do traçado da Volta. Nos últimos anos fez até doer o coração ver a forma como parte dos corredores davam o que tinham e o que não tinha, para chegar ao alto para… depois, serem “apagados” da história da etapa porque esta terminava cá bem em baixo, no Fundão.

Não há comparações possíveis. Gere-se a corrida de maneiras diferentes, se a etapa acaba lá em cima ou se aquilo é apenas ponto de passagem.

Sou dos que defendem que a Torre tem, obrigatoriamente, ser final de etapa.
E, hoje em dia, até temos seis vertentes diferentes no ataque à grande, à única verdadeira subida portuguesa que teria ligar em qualquer uma das grandes provas (subida em si, que não etapa, não estou a contradizer-me..

E pronto… ainda segundo A BOLA, haverá uma etapa de 215 quilómetros que, creio, ser a que ligará a Guarda a Santo Tirso. A tal etapa que apresentará uma chegada nova…

No jornal de 16 de Junho, quando foi publicado um mapa sem ligações, e onde, entre o que li no texto principal – por exemplo, em relação aos pendentes da subida final – e o que li na caixa adjacente, descobri diferenças de quase 10%...
Entre 17% e 26 %... há um MURO INTRANSPONíVEL se se tentar transpô-lo de bicicleta.
Mas todos aprendemos com os erros.

Já agora, e tendo sempre como referência a edição de 16 de Junho de A BOLA… comparativamente às outras corridas HC, a Volta a Portugal volta a contar com o pelotão mais fraco. E seria bom que se tentasse agarrar o público através dos nomes dos corredores presentes…

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