segunda-feira, junho 25, 2007

612.ª etapa


TESOURINHOS “DESENTERRADOS” – VIII

Confessei, logo no primeiro “capítulo” desta “série” de Tesourinhos que podia ter tido a ideia mais cedo, tendo-me deixado “ultrapassar” pelos impagáveis Gatos Fedorentos mas, héllas!... cometi um erro – imperdoável – pois a estória dos Tesourinhos vem, de há muitos anos a esta parte, a ser “explorada” e logo… por A BOLA. Que leio desde menino e moço. E sou fã incondicional da secção que os alberga, mais ou menos amiude: o Cautchú! Claro!!!

E foi preciso eu “descobrir” um novo Tesourinho para, olhando para a página bater com a mão na testa! Diacho!,
A BOLA é que foi, de facto, a “inventora” dos Tesourinhos.
Resultado: eis-me a “plagiar” os magníficos…
“plágios” dos Gatos!

E saiu exactamente do Cautchú, na edição de A BOLA do dia 19 de Agosto de 2001 o Tesourinho que aqui vai ao lado.

Para lhe acrescentar algo de novo, recorri ao meu velho arquivo e lá está. Primeiro, a constatação: Jean-Marie Leblanc, correndo pela Bic, venceu a 13.ª etapa da 34.ª Volta a Portugal, no dia 31 de Julho de 1971. Trinta anos menos uma dúzia de dias antes da notícia do Cautchú.

Nesse dia correram-se duas etapas – era vulgar, à época – e a 12.ª, cumprida entre o Luso e o Porto, ganhou-a outro francês, Gérard Vianen, da Fagor.
À tarde – provavelmente à noite, que também aconteceu muitas vezes neste género de etapas – correu-se um crono individual de 2,2 km na velha pista do Estádio das Antas. E Leblanc bateu Agostinho naquela que era uma das suas especialidades, a corrida contra o relógio. E Daniel Ducreux venceu a seguinte, entre o Porto e Guimarães.

Mas nessa Volta – que foi a terceira das cinco ganhas por Agostinho, a segunda, das três válidas, que as de 1969 (Joaquim Andrade) e 1973 (Jesus Manzaneque), perdê-las-ia na secretaria – Joaquim Agostinho vestiu a Camisola amarela na 1.ª etapa, um crono, em Lisboa, disputado entre o Estádio de Alvalade e o Campo Grande, para a levar sempre até ao último dia, etapa – outro contra-relógio, este entre Sintra e Lisboa – que ganhou. Foram 16 dias (e 24 etapas!) sempre de amarelo.

A curiosidade levou-me a andar para trás. Na Volta de 1970 Joaquim Agostinho vestiu a amarela ao 4.º dia (6.ª etapa) para não mais a despir, o que eleva para 28 dias e 43 etapas consecutivas de amarelo. Ah!, falta ver 1972… Não, aqui não.

Agostinho terá saído de amarelo (o que faz somar mais um dia às contas) mas o primeiro vencedor foi Manuel Gomes (FC Porto) e, antes que Agostinho se assenhoreasse da camisola de líder (ao 5.º dia, 7.ª etapa) esta passou pelos dorsos, de Manuel Gomes, claro, mas também de Joaquim Leite (FC Porto) e Venceslau Fernandes (Benfica).

Mas, conquistada a 16 de Agosto, no final da ligação Tondela-Porto, Agostinho levou-a depois até Lisboa. Doze dias e… 18 etapas depois.

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