sexta-feira, junho 15, 2007

586.ª etapa


TESOURINHOS "DESENTERRADOS" - I

(Nota: Como ficou explicado atrás, o facto de os recortes aqui apresentados serem de outros jornais que não A BOLA deve-se apenas ao momento em que estou a ordená-los.)

Vamos lá então aos primeiros tesourinhos...

Estamos em 1998, já lá vão nove anos. A Volta a Portugal saiu, nesse ano, de Sevilha, em Espanha. Na manhã que antecedeu a segunda etapa, que saiu de muito perto de Huelva, na Praia de Mazagón, foi um deus me valha. Para a grande maioria dos jornalistas portugueses (eu incluído, é claro!) a figura dos testes sanguíneos feitos ao fim da madrugada, nos quartos das equipas, era qualquer coisa de completamente novo.

Como o meu jornal (A CAPITAL) ainda estava a ser feito, terei sentido, mais que todos os outros, a pressão de lidar com uma informação nova. Tenho, concerteza, os recortes d'A CAPITAL também guardados, mas não nesta "operação Arquivo dos Desportivos", por isso tenho mesmo que recorrer ao jornal que estou a organizar.

Chamo a atenção para uma coisa: a palavra EPO era praticamente desconhecida. E, mesmo o médico oficial da organização produziu declarações pelo menos... curiosas. Disse mesmo que o número elevado de hematócrito podia ser consequência do... tabaco. E pode ser, sim senhor. Os fumadores têm um hematócrito superior aos não fumadores. Mas em atletas?

E a desculpa esfarrapada de um director-desportivo que apontava como possível causa o facto de os seus atletas terem viajado de... avião? Mas nos aviões mantém-se permanente a pressão atmosférica equivalente àquela que estava no solo, no aeroporto de onde se descola!

E, há nove anos trás, já havia quem, sem problemas, reconhecesse ter máquinas de medição do hematócrito para controlar os seus corredores... Esses, claro, não foram apanhados!


(Clicando na imagem, esta aparece maior e perfeitamente legível, numa outra janela)

1 comentário:

Antonio Dias disse...

Gianni Savio, o célebre director da Selle Italia, que no Giro'97 alcançou a notável proeza de três dos corredores da sua equipa - esta mesma Kross-Selle Italia - terem acusado uma taxa de hematócrito (bem) acima dos 50%, Poulnikov, Gili e Moretti (o director da Mobilvetta que aparece na notícia)... Valha-nos tu, Manuel por nos recordares estes tesourinhos...