domingo, junho 24, 2007

611.ª etapa


TESOURINHOS "DESENTERRADOS" - VI

Neste período não dá para sair de casa, por isso, e enquanto esperava pela transmissão dos "compactos" dos GP Abimota e CCT-Correios de Portugal, que passaram na RTP-2, voltei aos meus "caixotes" e... surpresa das surpresas! Ainda há uns restos do espólio de A BOLA por arrumar.

E, mesmo que não venham a propósito de nada, só em Setembro cumprem "aniversário", não resisto a recordar dois momentos (mais 1) altos do Ciclismo português além fronteiras.

O primeiro data de 10 de Setembro de 2000, quando fiz a minha segunda Vuelta, a primeira ao serviço de A BOLA.

Estávamos, os três jornalistas lusos que seguiam a prova no local - eu e o meu querido Bruno Santos, pel'A BOLA, e o Fernando Emílio, pela Rádio Comercial - em Cangas de Onis, pequena cidade no coração das Astúrias, que na década de 60 já fora palco de uma vitória lusitana. De Joaquim Agostinho.

Vitória essa que os locais não esquecem e fazem questão de lembrar sempre a Vuelta por lá passa. Não posso jurar, mas creio que isso acontece porque terá sido a primeira vez que a Vuelta terminou em Cangas... Tenho foto, que reparto convosco.

Mas este tesourinho tem a ver com o triunfo de Andrei Zintchenko, na então denominada LA-Pecol-Alpiarça, não em Cangas mas no alto dos Lagos de Covadonga, uma das etapas míticas da principal corrida espanhola.

O dia, que até amanhecera bonito, em Santander, sofreu uma alteração brusca e chovia torrencialmente na altura em que a etapa terminou. O Bruno e o Fernando estavam algures na busca das declarações do herói do dia e eu sozinho no velhinho pavilhão desportivo de Cangas sofri que nem calculam.

As péssimas condições climatéricas impediram os hélis que cobriam a prova, incluindo o que servia de retransmissor para as imagens da TVE de voar e tinham aterrado, algumas horas antes, no campo de futebol, pelado, que fica junto ao pavilhão... só a rádio me dava informações.

Creio que já aqui contei esta história. Terminada a etapa, os colegas espanhóis procuraram-me para que lhes desse informações da equipa.
Quem era aquela LA-Pecol-Alpiarça?
Porque Zintchenko já eles conheciam.

Tinha corrido na Vitalíco Seguros e até ganhara, dois anos, três etapas na Vuelta...

O Andrei, creio, terminou mesmo a carreira.
Onde quer que esteja, daqui lhe mando um abraço.
Foi sempre um corredor disponível e correcto.

Por acaso, alguns anos mais tarde, estava ele na Maia, e depois de uma notícia que escrevi – confiando cegamente na fonte – uma bela manhã, numa Volta ao Algarve, com partida de Vila Real de Santo António, junto ao belíssimo Parque Desportivo da pombalina cidade algarvia, veio, sem problemas ter comigo fazer-me sentir o seu desagrado pela tal notícia.
Não calou, não mandou dizer.
Foi ter comigo.

Claro que, cinco minutos de conversa e o mal-entendido ficou desfeito.

Pedi desculpa, claro.
E ele, para surpresa minha, pediu-me desculpa também por me ter "estado a chatear", foram as suas palavras que jamais esquecerei.
Um senhor.

3 comentários:

Nuno Inácio disse...

E para quando o regresso das equipas portuguesas a uma "grande"?

mzmadeira disse...

Já têm uma grande, Nuno... a Volta. Faça-mo-la grande. Merece!

Nuno Inácio disse...

Mas enquanto não o é...