NÃO HÁ MATÉRIA PARA ALIMENTAR DÚVIDAS
O "PUNTÓMETRO" ESTÁ PREVISTO NOS REGULAMENTOS
Aparentemente a vitória do Pedro Cardoso (LA-MSS-Maia) não foi entendida por alguns adeptos. E a verdade é que só posso saber da opinião de um infinéssimo número de todos os que gostam de ciclismo.
Não fico nada chocado por ignorarem os regulamentos. Têm quase tantas páginas como o processo Operação Puerto, e o presidente da UCI afirmou que precisava de seis meses para o ler (de onde posso depreender que deve estar quase, quase a acabar de ler os seus próprios regulamentos…), mas na verdade, e como no que respeita às leis gerais do País, o seu desconhecimento não implica que os infractores não estejam a eles obrigados. E possam vir a ser… penalizados.
Dito de outra maneira – embora reconheça que nem todos têm acesso a eles – há um regulamento e este não é passível de contestação.
E também sou capaz de acreditar que haja corredores (e até directores-desportivos) que os desconheçam. Isso não serve de escusa à sua aceitação.
Aliás, o futebol só tem 17 leis e tenho a absoluta certeza de que a esmagadora maioria dos adeptos as desconhecem. Dou um exemplo concreto. Já não sei qual foi o jogo, mas num lance em que um jogador, no corredor esquerdo do seu ataque recebeu a bola em posição perfeitamente legal, galgou terreno e depois fez um passo atrasado para um colega que, totalmente isolado ante o guarda-redes adversário marcou golo.
“Fora de jogo!...”, gritou o meu pai.
E eu expliquei-lhe que, estando um jogador atrás da linha da bola, não está fora de jogo e que o golo tinha sido perfeitamente legal.
A sua resposta foi demolidora: não me interessa, PARA MIM ESTAVA FORA DE JOGO.
Pois verifico que também no ciclismo há muito boa gente que, PARA ELES, os regulamentos são apenas um monte de papéis.
Mas a verdade é que QUASE tudo – de facto sobram muito poucas situações de dúvida – está previsto.
E o tal desempate pelo “puntómetro” – expressão castelhana – que não tem nada a ver com a classificação POR PONTOS está mesmo previsto.
E custa-me ler opiniões que – e já era mau só o facto de não conhecerem os regulamentos – aparecem completamente deslocadas da realidade. Não existe o artigo “PARA MIM…”
E o desempate pelo sistema da soma dos lugares feitos em cada uma das etapas parece-me ser o mais justo. Principalmente hoje em dia quando, pela forma como é registada a passagem na meta, foi eliminado o possível erro humano.
Aliás… a não concordar com alguma coisa seria com o facto de, num pelotão estirado, o quinto ou sexto classificado – partindo do princípio que os primeiros quatro ou cinco foram os que, de facto, discutiram um sprint – seja cronometrado com o mesmo tempo do 125.º. Ou invertendo a coisa, que este seja cronometrado com o mesmo tempo do quinto ou sexto.
É que a tomada de tempos electronicamente, via transponders, pode desmultiplicar os tempos até ao milésimo de segundo.
E, aqui sim, acredito que no ciclismo não se tenha avançado para a contabilização ao milésimo de segundo nas etapas em linha para evitar eventuais sprints contínuos ao longo de todo o corpo do pelotão o que poderia, é verdade, causar algum acidente.
Por isso acho que o regulamento está correcto.
E por isso, acho que os responsáveis da Madeinox-Bric-Loulé deviam ter feito as contas a todas as possibilidades e definir qual, ou quais os corredores que o André não podia deixar por pé em ramo verde.
De resto, e em caso de igualdade de tempos, aplicou-se o segundo factor de desempate. Sem discussão.
Sim, eu escrevi segundo factor, porque o primeiro seria a diferença, esticada aos centésimos (normalmente é aos centésimos) de segundo verificadas num contra-relógio INDIVIDUAL.
Aí sim… vai-se aos centésimos de segundo. Ainda assim, e em caso de igualdade… lá vamos para o “puntómetro”. Mas nesta prova não houve um crono individual…
(Para o meu caro António Dias: os cronometristas não tiveram o mínimo de trabalho para decidir fosse o que fosse. Diariamente, as folhinhas debitadas pelo computador que recolhe os sinais dos transponders já trazem os corredores alinhados… pelos pontos relativos à ordem de chegada, somados.)
É assim há décadas. Não faz sentido contestar uma regra que já criou raízes.
Nem protestar só porque não se conhecem os regulamentos. E estão à disposição de todas a gente. De borla… é só descarregá-los do sítio da UCI ou, para quem tiver dificuldades no inglês e no francês… os da FPC são perfeitamente decalcados daqueles. Iguaizinhos.
Não fico nada chocado por ignorarem os regulamentos. Têm quase tantas páginas como o processo Operação Puerto, e o presidente da UCI afirmou que precisava de seis meses para o ler (de onde posso depreender que deve estar quase, quase a acabar de ler os seus próprios regulamentos…), mas na verdade, e como no que respeita às leis gerais do País, o seu desconhecimento não implica que os infractores não estejam a eles obrigados. E possam vir a ser… penalizados.
Dito de outra maneira – embora reconheça que nem todos têm acesso a eles – há um regulamento e este não é passível de contestação.
E também sou capaz de acreditar que haja corredores (e até directores-desportivos) que os desconheçam. Isso não serve de escusa à sua aceitação.
Aliás, o futebol só tem 17 leis e tenho a absoluta certeza de que a esmagadora maioria dos adeptos as desconhecem. Dou um exemplo concreto. Já não sei qual foi o jogo, mas num lance em que um jogador, no corredor esquerdo do seu ataque recebeu a bola em posição perfeitamente legal, galgou terreno e depois fez um passo atrasado para um colega que, totalmente isolado ante o guarda-redes adversário marcou golo.
“Fora de jogo!...”, gritou o meu pai.
E eu expliquei-lhe que, estando um jogador atrás da linha da bola, não está fora de jogo e que o golo tinha sido perfeitamente legal.
A sua resposta foi demolidora: não me interessa, PARA MIM ESTAVA FORA DE JOGO.
Pois verifico que também no ciclismo há muito boa gente que, PARA ELES, os regulamentos são apenas um monte de papéis.
Mas a verdade é que QUASE tudo – de facto sobram muito poucas situações de dúvida – está previsto.
E o tal desempate pelo “puntómetro” – expressão castelhana – que não tem nada a ver com a classificação POR PONTOS está mesmo previsto.
E custa-me ler opiniões que – e já era mau só o facto de não conhecerem os regulamentos – aparecem completamente deslocadas da realidade. Não existe o artigo “PARA MIM…”
E o desempate pelo sistema da soma dos lugares feitos em cada uma das etapas parece-me ser o mais justo. Principalmente hoje em dia quando, pela forma como é registada a passagem na meta, foi eliminado o possível erro humano.
Aliás… a não concordar com alguma coisa seria com o facto de, num pelotão estirado, o quinto ou sexto classificado – partindo do princípio que os primeiros quatro ou cinco foram os que, de facto, discutiram um sprint – seja cronometrado com o mesmo tempo do 125.º. Ou invertendo a coisa, que este seja cronometrado com o mesmo tempo do quinto ou sexto.
É que a tomada de tempos electronicamente, via transponders, pode desmultiplicar os tempos até ao milésimo de segundo.
E, aqui sim, acredito que no ciclismo não se tenha avançado para a contabilização ao milésimo de segundo nas etapas em linha para evitar eventuais sprints contínuos ao longo de todo o corpo do pelotão o que poderia, é verdade, causar algum acidente.
Por isso acho que o regulamento está correcto.
E por isso, acho que os responsáveis da Madeinox-Bric-Loulé deviam ter feito as contas a todas as possibilidades e definir qual, ou quais os corredores que o André não podia deixar por pé em ramo verde.
De resto, e em caso de igualdade de tempos, aplicou-se o segundo factor de desempate. Sem discussão.
Sim, eu escrevi segundo factor, porque o primeiro seria a diferença, esticada aos centésimos (normalmente é aos centésimos) de segundo verificadas num contra-relógio INDIVIDUAL.
Aí sim… vai-se aos centésimos de segundo. Ainda assim, e em caso de igualdade… lá vamos para o “puntómetro”. Mas nesta prova não houve um crono individual…
(Para o meu caro António Dias: os cronometristas não tiveram o mínimo de trabalho para decidir fosse o que fosse. Diariamente, as folhinhas debitadas pelo computador que recolhe os sinais dos transponders já trazem os corredores alinhados… pelos pontos relativos à ordem de chegada, somados.)
É assim há décadas. Não faz sentido contestar uma regra que já criou raízes.
Nem protestar só porque não se conhecem os regulamentos. E estão à disposição de todas a gente. De borla… é só descarregá-los do sítio da UCI ou, para quem tiver dificuldades no inglês e no francês… os da FPC são perfeitamente decalcados daqueles. Iguaizinhos.
2 comentários:
Duas notas preliminares:
1.ª, não é a primeira vez que, por confessada incapacidade de colocarem comentários no VeloLuso, eu aceito receber via email esses comentários, comprometendo-me a publicá-los. Sem censuras, a não ser que os termos usados aconselhem algum tratamento;
2.ª, é natural que duas pessoas, mesmo amigos, ainda que essa mesma amizade tenha sido posta à prova e resistido a tudo, vivam momentos mais críticos. É, não o escondo, o que acontece neste momento entre mim e o Fernando Emílio, figura que nunca deixarei de considerar como de proa, no jornalismo de ciclismo, no nosso país.
Acho que o que estamos a viver é mais uma questão de adaptibilidade. Eu sempre o conheci directo e sem papas na língua, e aceitei a sua forma de estar; ele está com dificuldades em acatar críticas que lhe dirigi.
Se nem aos amigos aceitamos que nos critiquem... quem não for amigo que se cuide.
Posto isto, transcrevo, como prometi a outro amigo, a mensagem que o Teixeira Correia não foi capaz de por directamente. estas coisas ainda são muito complicadas para um alentejano do Baixo (brincadeira! não vás agora tu amuar também... era só o que me faltava).
Já agora, e antes da mensagem, quero sublinhar que, sendo antes de mais um espaço onde EU publico o que me vai na ALMA - e como não é exactamente um Fórum, não exige respostas - o VeloLuso abre-se mais na perspectiva de uma TERTÚLIA, essa coisa caída em desuso onde amigos, normalmente com os mesmos interesses, discutiam até à exaltação. mas a amizade prevalecia, acalmados os ânimos.
É que eu também estranhei a dualidade de critérios do Fernando, que ora defende a necessidade de bonificações, ora se assume abertamente contra. Aí, estou com o Teixeira Correia.
No resto, acho que a discussão é estéril à nascença.
As diversas corridas têm o seu próprio regulamento e, antes disso, há o RGTC da federação.
E as discussões em torno da vitória do Pedro Cardoso têm acontecido, exclusivamente por desconhecimento desses mesmos regulamentos.
Finalmente,
a mensagem do Teixeira Correia:
Meu caro Manel;
Puntómetro de acordo é uma forma de desempate no ciclismo como os penaltys no futebol.
O que escandaliza é defender-se que deve haver bonificações na Volta ao Algerve, estar contra o mesmo sistema na Volta ao Alentejo e no Abimota e a seguir "esconder" as bonificações no CTT/ Correios.
Pela pena do Fernando Emílio, em A Bola de hoje, 18 de Junho, li uma "mentira", para encaputar as bonificações e, enganar os leitores.
O Pedro Cardoso não ganhou no desempate por pontos, porque se não fosse a bonificação,não teria existido um empate com o André Vital e não seria preciso recorrer aos pontos. O corredor da Madeinox teria ganho.
Madeira, a coerência é muito bonita e precisa-se.
Teixeira Correia
(Claro que o Fernando, embora seja do Alto Alentejo, se não for capaz de colocar aqui, e se é isso que entende, a resposta, usará o mesmo método que o Teixeira Correia com a certeza de que será aqui colocada!)
Precisamos é de discutir o Ciclismo! Viva nós, apetece-me dizer...
Uma ideia que me deu esse seu "pre-comentário" é a criação de um fórum em que não se aceitasse toda a gente. Assim teria a certeza que não tinha a presença das tais "mentas lerdas" e podia ter as tais tertúlias. É claro que ao vivo "é que é", mas já era qualquer coisa.
Se quiser avançar a precisar de qualquer coisa, diga ;)
Abraço,
Rui Quinta
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