DEIXEMO-NOS DE BRINCADEIRAS...
Não é fácil levar a sério quando, mesmo em jeito de brincadeira, as pessoas insistem em, mais ou menos levianamente, ignorar que o Ciclismo, como qualquer outra modalidade, tem os seus Regulamentos.
E os regulamentos são para ser cumpridos. E o seu não conhecimento não implica que eles não existam.
Ainda, outra vez, o caso do Grande Prémio Internacional dos CTT-Correios de Portugal.
No Cyclolusitano, e porque a confusão – deliberada? – não pára, houve um Comissário Nacional que veio esclarecer a situação.
Logo alguém, peço desculpa mas nem olhei para o nick, aventou mais uma hipótese escabrosa: e se um dos empatados cai no último quilómetro. Total e desavergonhado desconhecimento dos mesmos regulamentos.
Primeiro, a regra, desde há três ou quatro anos a esta parte aumentou dos mil metros para os 3 km a possibilidade de uma queda ou avaria mecânica não interferir com o tempo outorgado ao corredor e diz, cito de cor: ao(s) corredor(es) que sofra(m) uma queda ou avaria mecânica nos últimos três quilómetros é, em termos de posição na etapa, dado o lugar EFECTIVO em que passou a meta, embora com o mesmo tempo do grupo em que seguia quando da queda. Ou avaria mecânica.
Logo, num supônhamos, se um dos empatados tivesse caído, ou sido vítima de avaria mecânica – em qualquer etapa – nos últimos três quilómetros quando vinha com um grupo ligeiramente à frente do pelotão mas tivesse sido o ÚLTIMO a cortar a meta, teria o MESMO TEMPO DO ÚLTIMO DO GRUPO ONDE VINHA À ALTURA DA QUEDA, mas para o tal “puntógrafo” era… o último da etapa!
“Puntógrafo” e eu creio que o expliquei na primeira vez que usei a palavra, é a “descomplicação” espanhola para a virtual classificação dos corredores na soma dos lugares que faz em cada etapa. E não serve para outra coisa senão para estes desempates.
Porque em Espanha também há a classificação por… “puntos” que soma aqueles conquistados, pelo regulamento, na chegada das etapas mais pelos pontos conquistados nas Metas Volantes que, nas corridas a sério, deixaram de ter uma classificação própria e só servem mesmo para atribuir 3, 2 ou um ponto, para a classificação POR PONTOS e, no caso disso, 3, 2 ou um segundos de bonificação para a CLASSIFICAÇÃO GERAL INDIVIDUAL.
Para não se confundir a classificação por PONTOS, com o desempate por PONTOS, os espanhóis “inventaram” o “puntógrafo”. Que, afinal de contas não é mais do que um “cronómetro” que não marca tempos mas… posições.
Por isso – e há mentes tão lerdas que tal não atingem – é que, normalmente os grandes candidatos às vitórias finais se apresentam todos no primeiro terço do pelotão. Não é por medo das quedas – que também o pode ser, mas apenas na perspectiva de sairem lesionados delas – mas para no tal “puntógrafo” se manterem em posições vantajosas em caso de igualdade de tempos.
Claro que numa corrida de três semanas isto é praticamente impossível de acontecer. Mas nestas de quatro etapas pode. E aconteceu.
Post Scriptum: não levem estes artigos a peito, como se eu estivesse, exarcebadamente, a querer mostrar conhecimentos. Não me servem para nada, a não ser para não cometer erros na minha profissão. E compartilho com todos o que sei de forma a que todos olhem o ciclismo como, apesar de tudo, uma modalidade organizada. E repito o que disse dois ou três artigos atrás: há muito pouca coisa não prevista nos regulamentos. O que é, regulamentarmente, solucionado com uma alínea não passível de contestação: Os casos não previstos são decididos, sem possibilidade de reclamação, pelo plenário do Juri de Comissários.
E os regulamentos são para ser cumpridos. E o seu não conhecimento não implica que eles não existam.
Ainda, outra vez, o caso do Grande Prémio Internacional dos CTT-Correios de Portugal.
No Cyclolusitano, e porque a confusão – deliberada? – não pára, houve um Comissário Nacional que veio esclarecer a situação.
Logo alguém, peço desculpa mas nem olhei para o nick, aventou mais uma hipótese escabrosa: e se um dos empatados cai no último quilómetro. Total e desavergonhado desconhecimento dos mesmos regulamentos.
Primeiro, a regra, desde há três ou quatro anos a esta parte aumentou dos mil metros para os 3 km a possibilidade de uma queda ou avaria mecânica não interferir com o tempo outorgado ao corredor e diz, cito de cor: ao(s) corredor(es) que sofra(m) uma queda ou avaria mecânica nos últimos três quilómetros é, em termos de posição na etapa, dado o lugar EFECTIVO em que passou a meta, embora com o mesmo tempo do grupo em que seguia quando da queda. Ou avaria mecânica.
Logo, num supônhamos, se um dos empatados tivesse caído, ou sido vítima de avaria mecânica – em qualquer etapa – nos últimos três quilómetros quando vinha com um grupo ligeiramente à frente do pelotão mas tivesse sido o ÚLTIMO a cortar a meta, teria o MESMO TEMPO DO ÚLTIMO DO GRUPO ONDE VINHA À ALTURA DA QUEDA, mas para o tal “puntógrafo” era… o último da etapa!
“Puntógrafo” e eu creio que o expliquei na primeira vez que usei a palavra, é a “descomplicação” espanhola para a virtual classificação dos corredores na soma dos lugares que faz em cada etapa. E não serve para outra coisa senão para estes desempates.
Porque em Espanha também há a classificação por… “puntos” que soma aqueles conquistados, pelo regulamento, na chegada das etapas mais pelos pontos conquistados nas Metas Volantes que, nas corridas a sério, deixaram de ter uma classificação própria e só servem mesmo para atribuir 3, 2 ou um ponto, para a classificação POR PONTOS e, no caso disso, 3, 2 ou um segundos de bonificação para a CLASSIFICAÇÃO GERAL INDIVIDUAL.
Para não se confundir a classificação por PONTOS, com o desempate por PONTOS, os espanhóis “inventaram” o “puntógrafo”. Que, afinal de contas não é mais do que um “cronómetro” que não marca tempos mas… posições.
Por isso – e há mentes tão lerdas que tal não atingem – é que, normalmente os grandes candidatos às vitórias finais se apresentam todos no primeiro terço do pelotão. Não é por medo das quedas – que também o pode ser, mas apenas na perspectiva de sairem lesionados delas – mas para no tal “puntógrafo” se manterem em posições vantajosas em caso de igualdade de tempos.
Claro que numa corrida de três semanas isto é praticamente impossível de acontecer. Mas nestas de quatro etapas pode. E aconteceu.
Post Scriptum: não levem estes artigos a peito, como se eu estivesse, exarcebadamente, a querer mostrar conhecimentos. Não me servem para nada, a não ser para não cometer erros na minha profissão. E compartilho com todos o que sei de forma a que todos olhem o ciclismo como, apesar de tudo, uma modalidade organizada. E repito o que disse dois ou três artigos atrás: há muito pouca coisa não prevista nos regulamentos. O que é, regulamentarmente, solucionado com uma alínea não passível de contestação: Os casos não previstos são decididos, sem possibilidade de reclamação, pelo plenário do Juri de Comissários.
Ponto final.
Ajudei alguma coisa?
Ajudei alguma coisa?
7 comentários:
Só uma pequena rectificação, o comissário que lá foi explicar a regra do desempate não é nacional mas sim internacional e por sinal também esteve neste prémio dos CTT.
Aqui(pelo menos no Algarve) por Puntómetro.
Internacional... estrangeiro, ou Internacional português? mas não interessa Paulo. Eu acredito que todos saibam os regulamentos.
E atenção... não levo mal nenhum se em alguns casos necessitarem de consultar o livrinho. Na verdade, não creio que muita gente os saiba... de cor! São muitas páginas. Mas se souber onde procurar, pelo menos já mostra que tem conhecimentos.
Um abraço
Guerero, tem o amigo TODA a razão.
É PUNTÓMETRO mesmo. Foi erro meu!
E insistem na designação "puntometro".
Tal como diz o ditado, de espanha nem bons ventos nem bons casamentos.
Paulo, deixemo-nos de nacionalismos bacocos... puntómetro é completamente diferente de classificação por pontos...
Em português tens...
Classificação por pontos e... desempate por pontos...
Por isso eu escrevo sempre, e em relação aos espanhóis, que têm um dom que nós teimamos em renegar... "descomplicam".
Por mim... é PUNTÓMETRO.
Madeira,
Não se trata de complicar ou descomplicar, trata-se de chamar a coisa pelo nome.
Mas pronto, tu ficas com a tua bicicleta e eu fico com a minha (que tem que ser muito reforçada...).
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