MEMÓRIAS DAS ASTÚRIAS - I
A EXPLOSÃO DO ZÉ AZEVEDO
Tinha prometido que aqui viria partilhar algumas das minhas memórias ligadas à Volta às Astúrias, pois bem, vamos a isso.
Foi a primeira de muitas provas no estrangeiro, que depois somei ao serviço d’A BOLA (já tinha, contudo, coberto a Vuelta de 1997, mas ainda pel’A CAPITAL) e foi também a corrida no estrangeiro que juntou o maior contingente de jornalistas portugueses a acompanhá-la.
Com a excepção dessa Vuelta de 97 que começou em Lisboa com quase todos os OCS portugueses mas que, depois da etapa que terminou em Huelva, ficaram reduzidos aos três desportivos, o Correio da Manhã, A CAPITAL, o JN e a Rádio Comercial.
Na Volta às Astúrias de 2000 estiveram os três desportivos – eu pl’A BOLA, o Nuno Pombo (Record), o João Araújo (O Jogo), o Guita Júnior (Correio da Manhã) e o Fernando Emílio (Rádio Nacional). Também havia quatro equipas portuguesas no pelotão, o Benfica, a Maia, a LA-Pecol e a Porta da Ravessa.
E a primeira e mais forte das minhas memórias asturianas tem data: 12 de Maio de 2000.
Foi a primeira de muitas provas no estrangeiro, que depois somei ao serviço d’A BOLA (já tinha, contudo, coberto a Vuelta de 1997, mas ainda pel’A CAPITAL) e foi também a corrida no estrangeiro que juntou o maior contingente de jornalistas portugueses a acompanhá-la.
Com a excepção dessa Vuelta de 97 que começou em Lisboa com quase todos os OCS portugueses mas que, depois da etapa que terminou em Huelva, ficaram reduzidos aos três desportivos, o Correio da Manhã, A CAPITAL, o JN e a Rádio Comercial.
Na Volta às Astúrias de 2000 estiveram os três desportivos – eu pl’A BOLA, o Nuno Pombo (Record), o João Araújo (O Jogo), o Guita Júnior (Correio da Manhã) e o Fernando Emílio (Rádio Nacional). Também havia quatro equipas portuguesas no pelotão, o Benfica, a Maia, a LA-Pecol e a Porta da Ravessa.
E a primeira e mais forte das minhas memórias asturianas tem data: 12 de Maio de 2000.
Era a 4.ª etapa, que saíra de Gijón para estrear uma nova subida, o alto del Viso, a cerca de 5 km de uma pequena vila chamada Salas.
Não foi descrença nossa, mas porque a subida foi restringida, dado não haver condições lá no alto para albergar as viaturas de todos os acompanhantes, deixámos que os colegas espanhóis decidissem entre eles quem é que subia. Não nos metemos na “guerra” e, juntamente com os (ainda alguns… mais do que nós os cinco) jornalistas espanhóis preparámo-nos para assistir ao final da etapa a partir da Sala de Imprensa que estava instalada num velho edifício recuperado, edifício de pedra com paredes de meio metro de espessura onde não entrava o mínimo pingo de rede que alimentasse os telemóveis. E ficava a pouco menos de 300 metros do ponto onde, abandonando a estrada principal, os corredores viravam à direita, passavam uma ponte antiga, estreitíssima e… ali se iniciava a subida que terá um pendente médio de 8%, com muitos pontos a 10%, a 3,5 km da meta uma rampa de 11,6% mas cujo ponto vital estava no último gancho que antecedia o pano dos 4 km para a meta: 18,8% de inclinação. Claro que posso, agora e passados todos estes anos, ser tão preciso porque guardo religiosamente o livro oficial da corrida!
Lembro perfeitamente é que os rádios a pilhas que alguns de nós levávamos não apanhava nenhuma estação que nos falasse da prova e foi, surpreendidos, agradavelmente surpreendidos, que vimos na frente, ligeiramente à frente do pelotão já muito alongado, o nosso Zé Azevedo. Foi ele o primeiro a entrar na subida, mas até isso era um mau sinal… resistiria até onde, aos ataques que se esperavam?
Em passo de corrida voltámos à Sala de Imprensa para seguir os últimos quilómetros pela televisão e ficámos suspensos, os cinco, de olhos pregados no écran, testemunhando uma das mais bonitas vitórias do Zé, e, porque não dizê-lo? do nosso ciclismo. Os espanhóis, que sempre se estiveram a rir da nossa ansiedade, impossível de esconder, tiveram que se calar ao grito dos cinco, em uníssono. Um grito que o Zé não pode ouvir mas terá sentido.
Depois de terminada a etapa o Manel Zeferino trouxe o Zé até junto a nós e foi num pequeno espaço, tipo parque infantil, que ele falou aos jornalistas portugueses e não só, porque, de repente, os espanhóis acabavam de o descobrir.
Não foi descrença nossa, mas porque a subida foi restringida, dado não haver condições lá no alto para albergar as viaturas de todos os acompanhantes, deixámos que os colegas espanhóis decidissem entre eles quem é que subia. Não nos metemos na “guerra” e, juntamente com os (ainda alguns… mais do que nós os cinco) jornalistas espanhóis preparámo-nos para assistir ao final da etapa a partir da Sala de Imprensa que estava instalada num velho edifício recuperado, edifício de pedra com paredes de meio metro de espessura onde não entrava o mínimo pingo de rede que alimentasse os telemóveis. E ficava a pouco menos de 300 metros do ponto onde, abandonando a estrada principal, os corredores viravam à direita, passavam uma ponte antiga, estreitíssima e… ali se iniciava a subida que terá um pendente médio de 8%, com muitos pontos a 10%, a 3,5 km da meta uma rampa de 11,6% mas cujo ponto vital estava no último gancho que antecedia o pano dos 4 km para a meta: 18,8% de inclinação. Claro que posso, agora e passados todos estes anos, ser tão preciso porque guardo religiosamente o livro oficial da corrida!
Lembro perfeitamente é que os rádios a pilhas que alguns de nós levávamos não apanhava nenhuma estação que nos falasse da prova e foi, surpreendidos, agradavelmente surpreendidos, que vimos na frente, ligeiramente à frente do pelotão já muito alongado, o nosso Zé Azevedo. Foi ele o primeiro a entrar na subida, mas até isso era um mau sinal… resistiria até onde, aos ataques que se esperavam?
Em passo de corrida voltámos à Sala de Imprensa para seguir os últimos quilómetros pela televisão e ficámos suspensos, os cinco, de olhos pregados no écran, testemunhando uma das mais bonitas vitórias do Zé, e, porque não dizê-lo? do nosso ciclismo. Os espanhóis, que sempre se estiveram a rir da nossa ansiedade, impossível de esconder, tiveram que se calar ao grito dos cinco, em uníssono. Um grito que o Zé não pode ouvir mas terá sentido.
Depois de terminada a etapa o Manel Zeferino trouxe o Zé até junto a nós e foi num pequeno espaço, tipo parque infantil, que ele falou aos jornalistas portugueses e não só, porque, de repente, os espanhóis acabavam de o descobrir.
No final dessa época o Zé transferiu-se para a ONCE. Já o escrevi mais de uma vez mas insisto. Aquela vitória, naquela etapa – ah!, e o Zé vestiu a camisola amarela, que perderia no dia seguinte na alto del Acebo, para Joseba Beloki – marca a maioridade do Zé Azevedo, enquanto ciclista e abriu-lhe, em definitivo, as portas para os sucessos que posteriormente conseguiu.
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