domingo, maio 27, 2007

557.ª etapa


É ISSO!... AFINAL DE CONTAS,
QUE AJUDA ESTÃO A PRESTAR AO CICLISMO?


E chega-me, via um jornal de Navarra que traz declarações de Miguel Induráin, a ajuda que precisava quando escrevi o artigo anterior. Escrevi eu que estava - e estou - completamente baralhado com estas sucessivas “confissões”.

“Responde-me” – citado pelo Navarra Deportes – o Miguel Induráin:

“Riis no le ha hecho ningún favor al ciclismo con su confesión”

Aí está! Foi por esta expressão que procurei na altura em que escrevia a 466.ª etapa, mas a qual não atingi.
De facto, nenhuma destas recentes confissões veio prestar espécie alguma de ajuda em relação ao que está em causa: a luta contra o doping… agora!

Nos dias de hoje…

Nas corridas que estão a disputar-se e naquelas que se estão a preparar.
Quando se vivem já momentos conturbados que baste, quando há indícios e suspeições que chegam para levar o Ciclismo ao tapete… porque é que, de repente, uma série de ex-“heróis” aparece a confessar que “no meu tempo, blá, blá, blá”…”?

Mas o que foi que disse exactamente Miguel Induráin?
Vem sob este título:
«Estas cosas le quitan el ánimo a cualquiera»

"El navarro Miguel Induráin, ex ciclista profesional y pentavencedor del Tour de Francia, criticó duramente la confesión de dopaje del danés Bjarne Riis, el hombre que le sucedió en 1996 como ganador de la ronda francesa.
«No entiendo que las haya hecho once años después, aunque ya es mayorcito y él mejor que nadie sabrá el motivo por el que las ha hecho», dijo Indurain.
«No le ha hecho ningún favor al ciclismo, que atraviesa un momento muy delicado y que ahora más que nunca está necesitado de cariño, no de más palos», opinó sobre la revelación del ex campeón.
«Estas cosas le quitan el ánimo a cualquiera», agrega el campeón español. Estas opiniones están en contraposición a las de la UCI, que ayer calificó de «sumamente positivas» las declaraciones del danés. «La ley del silencio no tiene más validez. Cada persona debe asumir las consecuencias de sus actos», agregó el organismo rector del ciclismo mundial.
A pesar de que ahora se sabe que el danés ganó el Tour por medios ilegales, el español no se siente afectado:
«Para mí no cambia absolutamente nada porque en el Tour de 1996 no pude estar con los mejores: ni a la altura de Riis ni por desgracia a la de muchos otros, como se puede observar en la clasificación»."

Isto é o que diz Miguel Induráin.
Eu acrescentaria, dirigindo-me – se me fosse possível chegar perto dele – ao Bjarn Riis: “Estou-me nas tintas para se, há 11 anos ganhou o Tour com a ajuda de EPO ou de pastilhas para a tosse. Diga, senhor Riis, quem, por quem e a mando de quem, na sua equipa ainda o ano passado andaria a tomar EPO; a fazer transfusões…"

ISSO seria uma preciosa ajuda para a luta contra as trafulhices, que se trava AGORA!

Qualquer dia teremos mediums a revelar-nos que, contactado o espírito dos já mortos, afinal desde 1903 que os vencedores dos Tour andavam dopados.
O que interessa neste momento é que o de 2007 não o esteja.

E o Bjarn Riis, como o Erik Zabel e todos os actuais ou vindouros “arrependidos” alterem o teor das suas Conferências de Imprensa.
Digam, por exemplo, “na minha equipa, com meu conhecimento, toda a gente (ou meia dúzia, ou só três, ou apenas um corredor), anda a correr usando produtos e métodos proíbidos”.

Aí sim, estaria a prestar um enorme serviço ao Ciclismo.

Depois até podia concluir com o tal… “ah! a propósito, em 1996, quando ganhei o Tour, também eu fazia o mesmo!”

Quando, em 1958, o almirante Américo Thomas ganhou as eleições para Presidente da República ao general Humberto Delgado, a soma dos votos dos dois era maior que o total de número de eleitores inscritos!... E hoje percebe-se quem é que “reforçou” os seus. Mas, em que é que, sabendo-o agora, isso tem consequências na minha vida, nos próximos tempos? Agora tenho de estar é atento para que essas batotas não voltem a acontecer.



ATENÇÃO: Naquilo que até pode parecer um apelo à delacção, enquadro apenas estes últimos casos, de corredores reformados ou em pré-reforma (e se pensarem um bocadinho até entendem o que não ficou escrito), e NUNCA no sentido que, por exemplo, UCI e AMA já fizeram. Não se pode querer que corredores em actividade denunciem companheiros de equipa, ou apenas de profissão. Esses métodos pidescos, e a figura do bufo, são coisas que, nem a brincar, podemos defender.

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