quarta-feira, maio 02, 2007

511.ª etapa


QUE ESQUISITOS, ESTES JORNALISTAS!...
PORQUE É QUE NÃO FICAM EM CASA?

Claro que é irónico o título deste artigo. Tem a ver com a última informação que recebi, hoje, da parte da Associação Internacional e Jornalistas de Ciclismo (AIJC) - é verdade, eles existem... - e que me reporta as conclusões de uma reunião que uma sua delegação teve com a ASO, organizadora do Tour de França.

Só dois exemplos: primeiro, uma vez que se situa dentro da área que vai estar fechada a TODO o trânsito automóvel, foi rejeitado pela AIJC um local designado para albergar a Sala de Imprensa no final de uma das etapas porque fica a mais de 350 metros da zona chegada.

Dirão os do costume... 350 metros? Mas os jornalistas não podem andar 700 metros a pé?

Os jornalistas estão a trabalhar, fazem parte do todo da estrutura do Tour e, como todos os outros, têm o direito às melhores condições possíveis para a feitura do seu trabalho. E como, quase de certeza, nem os senhores comissários, nem os corredores, nem ninguém mais teria que fazer os mesmos 700 metros a pé (a correr, provavelmente porque o tempo urge, e sob o calor de Julho) a AIJC vetou aquele local para Sala de Imprensa.

Querem apostar como a ASO vai resolver o problema?

O segundo exemplo: foram vetados mais dois locais previamente apontados como Sala de Imprensa porque... não dispõem de espaço suficiente para aparcamento das viaturas dos jornalistas.

E lá volto eu a bater na mesma tecla...

Como, e principalmente na Volta a Portugal, dois terços da caravana de "jornalistas" são de veraneantes, nem sequer com as qualificações mínimas para o exercício da nossa profissão... (a Alta Autoridade para a Comunicação Social prometeu por termo a isto; o CNID chegou a reconhecer não ter - e não tem - autoridade para certificar profissionalmente seja quem for como jornalista mas, entretanto, recuou pois os acordos que tem com algumas entidades desportivas devem ir mais além do que apenas a aceitação dos "jornalistas" que só têm aquele cartão para apresentarem) que força temos nós, os profissionais, para impôr à organização que respeite aquilo que seriam as condições mínimas para o desempenho do nosso trabalho?

Mas o facto de se ter conseguido sensibilizar a AACS foi um passo em frente.

Como é, pelos regulamentos da UCI, obrigatório ouvir o delegado da AIJC... espero, agora, que a JLSports/PAD não ignore isso. Não é a empresa que é contratada para tratar das Salas de Imprensa e Apoio aos Jornalistas que é a responsável, é a Organização, logo... a JLSports/PAD!...

É que, se é verdade indismentível que somos obrigados a repartir espaço com "jornalistas" sazonais... NÓS fazemos parte do evento. E como todos os outros elementos a ele ligados, não temos apenas obrigações, temos também direitos.

2 comentários:

André Silva disse...

Apoiado meu caro!
Eu cá já tratei do carteira...mas também te digo: quando pagamos ninguém trava os sazonais. Só vêm os €uros no cofre do estado estas entidades!
Abraço

mzmadeira disse...

Eu nunca quis - e ponderei fazê-lo - entrar por esse campo, André. Eu, profissional, pago bianualmente a taxa de renovação da minha carteira profissional bem como a carteira internacional, materializada no cartão da Associação Internacional da Imprensa Desportiva (AIPS)e ainda anualmente a da Associação Internacional de Jornalistas de Ciclismo (AIJC). Sou também há quase 20 anos associado do CNID... E esconto desde sempre para o Sindicato dos Jornalistas. Vê lá tu com quanto eu não contribuo!

Deixo-te um exercicio simples: os engenheiros pagam quotas à sua Ordem, como os arquitetos, os médicos, os enfermeiros, os advogados, os juízes...

A quantos dos "jornalistas" já pasou pela cabeça tirar férias para ir fazer um transplante, um mês de banco num hospital, defender alguém na barra de um tribunal... sentar-se no cadeirão do juiz.

E só não chamo aqui a desesperada situação de alguns jornalistas profissionais que estão no desemprego - enquanto várias "mãos cheias" de não preparados para o desempenho da profissão não têm rebuço algum em se misturarem - para não me chamarem corporativista.
Tenho dito!
Um abraço,
e bem vindo a esta que é das profissões mais bonitas que há.