BASTA ORDENAR - CONSCIOSAMENTE - AS PRIORIDADES
Em relação à – muitas vezes (quase sempre) – cega caça, por parte da CS e de que os corredores são vítimas, lembro-me de um episódio que me aconteceu numa Subia al Naranco, essa, que há oito dias atrás teve mais uma edição. Terá sido em 2001, digo eu – começa a faltar-me a memória… indício que estou mesmo a ficar velho – e justifico isto com o facto de o Vítor Gamito (que ganhara a Volta no ano anterior) ter sido o alvo preferencial dos jornalistas portugueses que estavam a cobrir a prova.
O Vítor não teve um dia bom. Digamo-lo assim. Contudo, o colectivo de jornalistas luso esperava – e cada vez me vejo mais identificado com esta expressão – como bando de abutres para tentar sacar-lhe umas palavras. Ele escusou-se a falar.
Num ápice se decidiu que se ele não falava… não falava mesmo, perdera a derradeira oportunidade.
Quando digo se decidiu… foi o que aconteceu num mini-plenário feito logo ali, com os mais antigos a imporem a sua lei.
Vão desculpar-me a imodéstia… eu não fiquei convencido.
Tinha feito a subida de carro e visto – até porque já a conhecia – as dificuldades que apresentava. E num flash achei que ele tinha razão. Caramba… rebentado, aborrecido com a prestação que ficara aquém do que ele próprio esperava… recusou-se a debitar os chavões do costume e disse que não. Que naquela altura não falava. E os jornalistas, armados em juízes, condenaram-no ao silêncio. E qual carrascos, estavam dispostos a executar a pena.
Não sei se o Vítor se lembra disto, mas a minha consciência abanou-me e, contrariando a corporativista decisão, aproximei-me da caravana da equipa, vi o Vítor, fiz-lhe um sinal, ele pediu um pouco de tempo e eu esperei.
Depois explicou-me o que acontecera. No outro dia só o meu jornal trazia declarações do Vítor e, quando retornei ao grupo de colegas, não me livrei de um valente puxão de orelhas por ter quebrado o pacto. Pacto que, só por intencional inércia eu adoptaria. Mas pensei mesmo que o Corredor tinha direito, pelo menos, ao mesmo tempo para pensar a resposta que aquele que eu tinha tido para a alinhar.
A partir daí estreitou-se a minha relação com o Vítor.
Há que haver um respeito mútuo… E são eles, os Corredores, quem deve definir, porque eles é que estão sujeitos ao esforço, a decidir quanto tempo precisam para falar sem ser só para dizer o “foi muito difíci, esperava mais…”
Por acaso, no Ciclismo e nos últimos anos – nomeadamente na Volta – foi institucionalizada a Conferência de Imprensa… que tem lugar alguns minutos (largos minutos) depois do final da etapa. Mas isto, do ponto de vista da verdade, só pode ser positivo.
O Vítor não teve um dia bom. Digamo-lo assim. Contudo, o colectivo de jornalistas luso esperava – e cada vez me vejo mais identificado com esta expressão – como bando de abutres para tentar sacar-lhe umas palavras. Ele escusou-se a falar.
Num ápice se decidiu que se ele não falava… não falava mesmo, perdera a derradeira oportunidade.
Quando digo se decidiu… foi o que aconteceu num mini-plenário feito logo ali, com os mais antigos a imporem a sua lei.
Vão desculpar-me a imodéstia… eu não fiquei convencido.
Tinha feito a subida de carro e visto – até porque já a conhecia – as dificuldades que apresentava. E num flash achei que ele tinha razão. Caramba… rebentado, aborrecido com a prestação que ficara aquém do que ele próprio esperava… recusou-se a debitar os chavões do costume e disse que não. Que naquela altura não falava. E os jornalistas, armados em juízes, condenaram-no ao silêncio. E qual carrascos, estavam dispostos a executar a pena.
Não sei se o Vítor se lembra disto, mas a minha consciência abanou-me e, contrariando a corporativista decisão, aproximei-me da caravana da equipa, vi o Vítor, fiz-lhe um sinal, ele pediu um pouco de tempo e eu esperei.
Depois explicou-me o que acontecera. No outro dia só o meu jornal trazia declarações do Vítor e, quando retornei ao grupo de colegas, não me livrei de um valente puxão de orelhas por ter quebrado o pacto. Pacto que, só por intencional inércia eu adoptaria. Mas pensei mesmo que o Corredor tinha direito, pelo menos, ao mesmo tempo para pensar a resposta que aquele que eu tinha tido para a alinhar.
A partir daí estreitou-se a minha relação com o Vítor.
Há que haver um respeito mútuo… E são eles, os Corredores, quem deve definir, porque eles é que estão sujeitos ao esforço, a decidir quanto tempo precisam para falar sem ser só para dizer o “foi muito difíci, esperava mais…”
Por acaso, no Ciclismo e nos últimos anos – nomeadamente na Volta – foi institucionalizada a Conferência de Imprensa… que tem lugar alguns minutos (largos minutos) depois do final da etapa. Mas isto, do ponto de vista da verdade, só pode ser positivo.
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