quinta-feira, julho 12, 2007

650.ª etapa


DE ARREPIAR...

É uma das mais negras efemérides da História do Ciclismo mundial e, confesso, passar-me-ia despercebida não fosse a preciosa ajuda do serviço de clipping que subscrevo. A notícia é do AS e assinada pelo Juamma Trueba.

Passam amanhã 40 anos sobre a morte do britânico Tom Simpson, a poucos quilómetros do cimo do Mont Ventoux. Causa da morte: para além do infernal calor que fustigou todo o pelotão, o indiscriminado recurso às anfetaminas.

A crónica de Trueba, de tão real e descritiva chega a arrepiar.
Aconteceu a 13 de Julho de 1967 (6+7=13), na 13.ª etapa do Tour.
Por acaso foi uma 5.ª feira.

Simpson, que tinha 29 anos, fora campeão do Mundo dois anos antes, em 1961 já havia andado de amarelo no Tour e, entre as suas principais vitórias contam-se a Volta à Flandres (61), Milão-San Remo (64) e Paris-Nice, nesse mesmo ano de 1967.
Era uma das grandes figuras do pelotão de então.

Vítima de problemas gástricos, uns dias antes, Tom Simpson não estava nas melhores condições e ainda no primeiro terço da subida final descolou dos da frente. O jornalista do AS recupera algumas passagens de um livro que perpetua a história do corredor britânico.

Depois de ter ficado para trás, viram-no a pedalar descompassado, zig-zagueando na estrada, olhos fixos em ponto algum, até que a dois quilómetros da meta… caiu. O seu mecânico de confiança disse-lhe que estava arrumado, acabava ali a sua corrida, mas ele insistiu e pediu que o recolocassem na bicicleta. Voltou a cair mais à frente. Voltou a montar a bicicleta e, ajudado, tentou voltar a pedalar. E ficam as palavras do seu mecânico: «Quando pela última vez o segurei, ao retirar a minha mão não pude deixar de sentir uma estranha sensação e pensei no rigor mortis. Hoje sei que o Tom morreu em cima da bicicleta. Tentámos tudo, respiração boca-a-boca... depois chegaram os médicos, mas tudo foi infrutífero. A cara do Tom estava cor de cera. Sem um pingo de suor…»

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