terça-feira, julho 24, 2007

710.ª etapa


CADA VEZ MAIS CONVENCIDO QUE VÊM DE "DENTRO" OS ATAQUES AO CICLISMO

Não sou, nem a favor da caça às bruxas nem, como será evidente, pelo branqueamento de casos em que seja provada a culpa de, seja que Corredor fôr.

Contudo, e olhando a sequência das notícias que têm vindo a ser produzidas esta tarde algo me cheira a esturro.

Primeiro, é o próprio presidente da União Ciclista Internacional a vir a público defendendo que… “não seria bom que Michael Rasmussen ganhasse esta edição do Tour”; depois o “caso” Vinokourov e agora o “chefe” da ASO – que não é, pelo menos directamente, o responsável pela organização do Tour – a pedir que o dinamarquês seja afastado.

Tenho pena de não ter, na devida altura, citado aqui um artigo publicado, creio que no Mundo Deportivo. E que chamava a atenção para o desenquadramento, no tempo, do falatório sobre Rasmussen.
A federação dinamarquesa já sabia que ele faltara a três controlos surpresa mas, ainda assim, não o impediu de participar nos campeonatos nacionais daquele país para virem depois a anunciar o seu afastamento compulsivo, tanto da selecção nacional que virá a disputar os próximos mundiais, como dos próximos Jogos Olímpicos.

Perguntava-se o signatário da notícia… porquê tão tarde – porque o deixaram correr os “nacionais”? Porque tão cedo? Os mundiais são só em Setembro e os JO apenas daqui a um ano.

E, de repente, acende-se-me uma luzinha. De suspeita.

A ASO, organizadora do Tour; a RCA, organizadora do Giro, e a Unipublic, organizadora da Vuelta, fizeram valer o seu peso e opuseram-se ao projecto nascido nos corredores do mega-edifício da UCI, em Aigle, na Suíça. Exactamente… o ProTour.

Sem as três grandes – às quais há a acrescentar as demais corridas organizadas por aquelas três identidades – o ProTour (a galinha dos ovos de ouro, com a qual a UCI contava) definha.

Yo no creo em brujas, pelo que las hay, hay…
Um dia saber-se-á qual o papel da UCI, ou de funcionários seus (que, enquanto funcionários, apenas cumprirão ordens), nesta autêntica intentona contra o Tour.

E volto aqui a afirmar… Estas fugas de informação, em relação a casos de doping, sejam concretos ou apenas potenciais… são tudo menos inocentes.

Vamos cá estar todos para ver se tenho razão ou não.

Mas há uma coisa que é inegável.
Como é que o L’Équipe sabe, três dias depois, que o Vinokourov acusou positivo no sábado?

E porque é sempre o L’Équipe?

A reacção imediata da Astana, que decidiu abandonar a corrida, carimba, de facto, como real o resultado do controlo de Vinokourov. Mas está consagrado nos regulamentos que, até à realização da contra-análise, este tipo de casos são para ser mantidos em segredo.

Quem será o “Garganta Funda” ?
Lembram-se de “Os homens do Presidente”, que levou à queda de Richard Nixon?

É demasiado “larga” a zona cinzenta nestes casos todos.
Demasiado larga para que não se desconfie que nela caibam acções perfeitamente organizadas para descredibilizar o Ciclismo.

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