APENAS UM OBRIGADO, RECONHECIDO E SINCERO
Está a acabar mais uma edição do Tour. Cumprindo-se o tradicionalmente aceite, a etapa de amanhã será apenas de consagração para os vencedores e, claro que há vencedores...
A começar pelo próprio Tour. Já lá vou...
Quem - realmente gosta do ciclismo-espectáculo (também voltarei a este tema, mas mais tarde) - deve ter vivido como eu vivi a última hora de corrida da etapa de hoje. O crono de todas as decisões.
A televisão - que jamais deixará de apoiar esta modalidade e isso foi acentuado hoje - dava-nos, a nós, espectadores de sofá, tudo o que queríamos saber... e comparticipava significativamente no aumento da adrenalina que todos sofremos.
Ensanduichado entre dois homens da Discovery Channel, Cadel Evans aproximava-se do líder, Contador, mas esteve prestes a ser "engolido" por Levi Leipheimer... A dúvida manteve-se até ao fim.
Espectáculo é isto. Manter... prolongar o suspense, impedir que os espectadores, neste caso os telespectadores, consigam manter-se quietos na cadeira (não tenho sofás!...)...
Arrebatador, o crono de Leipheimer. Punjante de força - repararam nos andamentos escolhidos?; mais de 53 km/hora de média... para um crono de 55 quilómetros.
Vibrante, a prestação de Evans que, certamente, ia sendo informado de quanto tempo ia "comendo" a Contador, mas a quem terá sempre sido escondido o quanto Leipheimer se aproximava.
Sofrido, o crono do jovem Contador.
Cuja história se assemelha por demais com a de Armstrong.
E, deixando para trás os sentimentalismos, resta sublinhar algo de inédito na História, velha de 104 anos, do Tour. Os três primeiros classificados, os três homens que amanhã subirão ao pódio final, estarão separados por... meio minuto e mais um segundo.
Não se baterá um dos recordes, o da diferença entre o primeiro e o segundo, que se manterá na posse de Greg LeMond que venceu em 1989 - o tal Tour, onde um Português andou de amarelo - com uma vantagem de... oito segundos sobre Fignon. Mas o terceiro, Perico Delgado ficou a 3.34 minutos.
Houve "casos"! Houve sim senhor - malgrado a Carta de Ética (também voltarei ao tema). Mas onde é que a corrida falhou, enquanto espectáculo? Apenas na primeira etapa que terminou em França, a tal em que o pelotão, silencioso - no sentido de o ter assumido - "protestou" à sua maneira. Rolando devagar.
Não vou escrever para que se esqueçam os "casos", claro que não - são para lembrar, isso sim - mas não se criem "casos" sobre "casos".
Foi, apesar de tudo, um grande Tour. Pena alguns excessos. Alguns cometidos por mim também...
Mas quem é que disse que eu era perfeito?
4 comentários:
É verdade... não falei.
É que me lembrei que entre eles, estava um cujo nome, nesse mesmo dia, foi revelado como um dos... "sujos".
Que credibilidade posso dar a estas manifestações para o povo ver? Mas a "brincadeira" serviu de alavanca para que um outro fosse posto fora de prova sem que nada de concreto alguém tenha contra ele.
E a crua verdade é essa.
"Fugiu" porque tinha medo do CNAD lá do sítio, ou... escondeu-se porque quis passar uns dias com alguém com quem não era suposto estar?
E, só por aqui, entramos directamente - e sem a isso termos direito - na sua vida particular.
A verdade é que passou todos os controlos e NUNCA DEU POSITIVO.
Acreditamos em quê? Nos controlos ou no nosso "feeling"?
E com que direito pomos o nosso nariz a "cheirar" as vidas particulares de cada um?
Não é fácil António...
E tu, com tudo isso que lês, que julgas que faz de ti um opinion-maker, mesmo que nunca tenhas estado dentro de um pelotão, tu não tens dúvidas em lançar fortes suspeitas sobre toda a gente.
A bem de uma moral que, sei eu e sabes tu, sabemos todos, é de pacotilha.
Podes criticar-me à vontade, mas fica a saber que o caminho certo TAMBÉM NÃO É ESSE que abraçaste.
Embora eu saiba que, por voltas que o Mundo dá e que ninguém pode controlar, numa sociedade que é regida pelos filhos de muitos dos que estiveram presos às mãos da PIDE, hoje se faça a apologia do BUFO.
Continuaremos, eu e tu, inevitavelmente por caminhos pararelos porque, de certeza tu tens tão pouca vontade de te sentares e beber um café comigo, como eu tenho de o fazer contigo.
Já o escrevi aqui: fundamentalistas, NÃO!
Não, enquanto eu não conseguir dissociar o termo de quem "convence" - com muita literatura - crianças a auto deflagrar-se para matarem alguns dos "outros".
O conceito de fundamentalista não muda.
Sacrificarão sempre alguém em nome da "sua" verdade.
Tu já o fizeste, ao apelidar de "batoteiro" TODO O PELOTÃO NACIONAL, só porque um relatório qualquer te "dá a certeza" de que os parâmetros sanguíneos dos Corredores portugueses ESTARÃO sob suspeita.
A obrigatoriedade da prova é coisa que a ti pouco interessa. Basta-te um nada que sustente as tuas ideias radicais.
Desconfio - e TENHO MEDO - dos homens que se julgam acima dos outros e capazes de "endireitar" a Sociedade. À sua imagem.
A História deixou-nos alguns exemplos.
Felizmente não foram muito longe.
INFELIZMENTE, mandaram milhões de outros, inocentes, quase todos, à sua frente.
Sairei derrotado neste "braço-de-ferro" mas não negarei a ninguém o direito à presunção de inocência. Mais... NUNCA JULGAREI NINGUÉM, muito menos por padrões que sei, à partida, estão viciados.
Ou não reparaste que os mesmos que afastaram o Rasmussen se apressaram - sem que alguém tivese posto isso em causa - a "garantir" que o Contador estava "limpo".
Se isto não dá a ideia de que a ASO - no caso - estava decidida a "escolher" o vencedor deste ano... pois olha, parece.
O maior gozo é que ganha um "afilhado" de Armstrong. O tal, que os franceses não conseguem "engolir".
Um corredor da ÚNICA EQUIPA DE TODO O GRANDE PELOTÃO que nos últimos NOVE ANOS não teve sequer um caso ligado ao uso de produtos ou recurso a métodos proíbidos.
Perfeitos. Como tu advogas.
Ou talvez não!... Ou talvez não...
E agora...
... ninguém percebe ao que estarei eu a responder!
Mas pronto...
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