[Acordo Ortográfico] # SOU FRONTALMENTE CONTRA! (como dizia uma das mais emblemáticas actrizes portuguesas, já com 73 anos, "quem não sabe escrever Português... aprenda!») PORTUGUÊS DE PORTUGAL! NÃO ESCREVEREI, NUNCA, NUNCA, DE OUTRA FORMA!
sexta-feira, outubro 06, 2006
253.ª etapa
CICLISMO DE PISTA. PORQUE VALE A PENA APOSTAR...
Pois bem, nestes dois últimos dias, e no meio de outras discussões apareceu aqui o tema do Ciclismo de Pista.
Não vou facilitar e vou ser honesto como sempre fui e quero continuar a ser.
Não há, NUNCA HOUVE ciclismo de pista em Portugal.
Não! As chegadas da Volta a Portugal às pistas do Lumiar, de Alvalade, do Lima ou das Antas, bem como as de Tavira e Loulé não têm NADA a ver com ciclismo de pista.
A vertente-pista do ciclismo é um capítulo em tudo à parte do ciclismo de estrada.
Mas, vão perdoar-me, vou, não só pôr o dedo na ferida como carregar. Até doer. Doer mesmo.
Temos que recuar para aí 50 anos.
O ciclismo era praticado por não, profissionais que, na altura da Volta – e só da Volta – apareciam a integrar equipas e a tentarem mostrar o que valiam.
Chegar à frente de todos sempre foi um objectivo de qualquer homem/mulher. Para isso, para além de saber andar de bicicleta era preciso juntar mais uma ou duas características. Vontade de fugir ao anonimato e vontade de aparecer com ídolo, isto numa altura em que a CS dava, de facto, espaço ao ciclismo. Era SÓ na Volta. Haverá muita gente que acha estranho que, hoje em dia, a maioria das provas não tenha o acompanhamento que – eu acho que sim – mereceriam, mas a História diz-nos que a Volta e só a Volta merecia cobertura dos OCS.
Essa batalha para que os jornais estejam em TODAS as corridas é nova. Está a disputar-se agora e, dentro da perspectiva daquilo que o ciclismo é actualmente, o primeiro passo não se pode exigir à segunda, mas pedir para que sejam os organizadores a pensar nisso.
Mas este artigo é sobre o Ciclismo de Pista,
Não é, contudo, possível ignorarmos a vertente-estrada. E esqueçam TUDO o que ouviram falar sobre o ciclismo para se focarem, de forma não engajada, sobre a pista.
Quem aparecia no ciclismo de estrada, da Volta a Portugal e demais corridas, era o trabalhador rural que ia de bicicleta para a fazenda onde trabalhava; era o trabalhador industrial que ia para a empresa onde ganhava a vida.
Já eram “corredores” de bicicleta. Com tantos vícios e tão impreparados que o nosso melhor corredor de todos os tempos, dizem-me os que de perto conviveram com ele… nem sabia andar de bicicleta.
Tem uma história de quedas que suplanta a de triunfos. E estes foram mesmo muitos. Não sprintava porque não sabia andar de bicicleta sem ser sentado… o que conseguiu foi à custa da sua tremenda força e não menos tremenda vontade de mostrar que… não era só um portuguesito.
“Limpe-se” a imagem de Agostinho destes dois “pequenos” pormenores e o que nos resta? Um tipo que tinha tremenda força e que, como bom português que era, não gostava de ficar atrás dos outros.
Onde está o ciclista?
Já pensaram que se calhar não houve?
Leiam a história do Agostinho e tentem extrapolá-la para os dias de hoje.
Fica, como eu disse, um homem com muita força física e uma personalidade um pouco para além do português que prefere “chorar” o ser um coitadinho do que morder os lábios até sangrarem para mostrar que é tão bom como os outros.
Mas não quero perder a linha orientadora deste artigo que é sobre o ciclismo de pista.
Entre o Ciclismo de Pista e o de estrada não há nenhuma semelhança. Nenhuma. Nem as bicicletas, se tirarmos o facto de todas terem apenas duas rodas.
O ano passado tentou-se, com a boa vontade da federação – mas foi mesmo só a boa vontade – revitalizar o Ciclismo de Pista. Redundou num tremendo fracasso.
Porquê? Porque NÃO temos corredores de pista. Hellás!... Parece o Ovo de Colombo deitado terra abaixo.
Como foi que se pretendeu dinamizar o ciclismo de pista sem que para tal tenhamos alguma vez tido uma formação adequada?
Querem um exemplo?
Nas provas que se disputaram houve um corredor – peço desculpa por não me lembrar agora do seu nome (eu podia procurar, mas o espírito deste Blog é mesmo o de escrever o que me vai na alma, agora, neste momento, e não o de preparar apuradas “teses”)… - dizia eu que houve um corredor, búlgaro de nascimento, e pertencendo aos quadros do Clube de Ciclismo de Tavira, que pulverizou tudo e todos.
Mas o Ciclismo e Pista tem todo um manancial de possibilidades a oferecer aos jovens portugueses que não dá para perceber o desesvintimento da FPC nele. Ah!... vai ser preciso formá-los primeiro. Isso é verdade. Mas digo eu, não valerá a pena?
Atentem a este exemplo: por ser de iniciativa individual – sem intervenção de clubes, de associações ou da federação – temos m campeão da Europa e campeão do Mundo de… BTT /numa das suas variantes que eu não sou, nem pretendo ser, especialista em tudo).
Mas fazer BTT é tremendamente fácil. Basta uma bicicleta e muitas horas de treino porque terreno para praticar não falta.
E chego à primeira questão. Como queremos ter Ciclismo de Pista se… não temos pistas?
Sei que a FPC luta, há anos, pela possibilidade de podermos construir um velódromo. Ok… E se nas escolas de basquetebol não se tivesse avançado porque não era possível ter um daqueles “marcadores” quadridimensional que apresenta a marcha do marcador e o número de faltas de cada jogador pendurado bem no meio do tecto de um pavilhão?
O que é que quero dizer? Isto: porque é que temos de esperar por um velódromo – a ser construído em Lisboa, está bom de ver – para avançar com a formação de pistards? Não deveria ser prioritário a recuperação das pistas que existem (mesmo más, que o são todas)?
Agora, por favor, tentem seguir o meu raciocínio…
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